quinta-feira, 19 de maio de 2016

OS PRÉDIOS DE CAMOCIM - A AGÊNCIA DOS CORREIOS

Agência dos Correios e Telégrafos de Camocim. 2012. Fonte: https://www.google.com.br/maps.


Em 1891, o agente dos Correios de Camocim ainda estava ligado à administração da Estrada de Ferro. No referido ano, foi nomeado para o exercício do cargo o Sr. Manoel Pinto Soares Brandão, conforme informa o jornal Estado do Ceará na edição 273, de 14 de julho de 1891, página 02. Somente no chamado "governo revolucionário de 1930" é que a atual agência foi construída como mostra uma pequena placa na sua fachada ainda preservada que diz: "Edifício construído pelo Governo Provisório. 1932".
No entanto, poucos sabem que as agências dos Correios foram construídas em todo o Brasil a partir de modelos padronizados, daí, algumas terem semelhanças arquitetônicas. No ano de 1933, a Revista Vida Doméstica apresenta estes modelos. A de Camocim é do:
"Typo n.I padronisado - construído para as agências de Baturité, Camocim, Crato, Iguatu, Juazeiro (Ceará); Areias, Guarabira, Itabaiana, Pagtos, Souza (Parahyba do Norte); São Lourenço (Minas); Vassouras (E. do Rio); São Borja (R.G. do Sul); Garanhuns, Pesqueira, Petrolina (Pernambuco)" conforme mostra a figura abaixo. 
Embora tenha existido os modelos padronizados, podemos perceber entre o modelo apresentado na revista para estas cidades e a Agência de Camocim, algumas diferenças na fachada, sobretudo, no número de janelas, em que pese que as mesmas possam ter sido eliminadas em reformas posteriores.
Contudo, fica o registro!


Agência dos Correios e Telegráfos Typo I. Fonte: Revista Vida Doméstica. nº 189, p.43, 1933.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

OS PRÉDIOS DE CAMOCIM - A MESA DE RENDAS ALFANDEGADA

Prédio da antiga Mesa de Rendas de Camocim. Foto: José Airton Rocha.

Este é um prédio que não existe mais em Camocim, apenas a fachada dele resiste ao tempo, assim como o Hotel da Ambrozina ao lado. Foi sede de banco e da famosa Mercearia Serrote  de propriedade da família Maia. 
Mesa de Rendas de Camocim. Rua Engenheiro Privat. 1935.
Fonte: Revista Vida Doméstica, nº 212, p.18.

Em tempos mais recuados, vamos encontrar em nossas pesquisas o mesmo prédio sendo sede de uma repartição pública, no caso a Mesa de Rendas Alfandegada, espécie de órgão fiscalizador semelhante ao que se conhece hoje como Receita Federal. Camocim, à época em que foto foi tirada, 1935, e publicada na revista Vida Doméstica, era uma das poucas cidades do interior cearense a ter a presença de um órgão desta natureza, justificada, naturalmente, pelo volume de transações comerciais que aqui se davam por conta das atividades oriundas do Porto de Camocim e da Estrada de Ferro de Sobral.










quinta-feira, 5 de maio de 2016

QUEM FOI ENGENHEIRO PRIVAT, NOME DE RUA EM CAMOCIM?


Engenheiro José Privat. Óleo de Descartes Gadelha.
 Fonte: A Estrada de Ferro de Sobral. André Frota de Oliveira.
A cronologia marca hoje, 05 de maio, a data da morte do engenheiro Dr. José Privat em Camocim no ano de 1882, advinda das complicações médicas resultante de uma queda de cavalo. Mas, quem foi este homem, além da sua atuação na Estrada de Ferro de Baturité e Sobral,  autor da planta da Igreja Matriz de Bom Jesus dos Navegantes em Camocim, na qual se encontra seus restos mortais? Afora, como se conta em alguns escritos, dele ser um "autêntico cavalheiro, de trato ameno e distinto, estimado e admirado por todos que o conheciam, incapaz de uma palavra áspera contra quem quer que fosse", distinto por seu "talento e ilustração incomum", o que se pode dizer da sua atuação como engenheiro nas ferrovias cearenses?(OLIVEIRA, André Frota de. A Estrada de Ferro de Sobral, 1994, pag. 82).
O Dr. José Privat está incluso, portanto, na conjuntura das grandes secas nordestinas e atuou fortemente na concepção da salvação dos flagelados pelo trabalho nas grandes obras abertas pelo governo. Como os sertanejos não estavam acostumados com o ritmo e a natureza destas obras, vários conflitos se observaram na construção das ferrovias de Barturité e Sobral, nos portos de Acaraú e Camocim e nos açudes de Acarape e Quixadá
Antes de vir para Camocim o Dr José Privat trabalhou na Estrada de Ferro de Baturité, onde os efeitos da disciplina nos acampamentos de trabalhadores ganharam as páginas dos jornais. A atuação dos engenheiros na organização do trabalho chegava às raias do autoritarismo a ponto do jornal Echo do Povo denunciar:

Cada engenheiro é um Suserano da linha, que trata o público e especialmente os trabalhadores e empregados, como escravos, sendo obrigados a levantarem-se quando passam, chapéus na mão, e olhos cravados no chão, em sinal de obediência absoluta. 9 (Echo do Povo de 7/08/1879, BPGMP).

Neste sistema de disciplina e controle no e para o trabalho, o Dr. José Privat teve destacada participação na elaboração de um plano de trabalho, como assinala o historiador Tyrone Apolo Cândido.

No sentido de constituir uma ordem de trabalho para o “bom andamento das obras”, José Privat, engenheiro da via-férrea de Baturité, redigiu um plano para as obras da estrada de ferro: um verdadeiro código disciplinar feito para nortear o trabalho dos retirantes. O seu plano falava no emprego de 2.400 operários, divididos em oito grupos 4 de 300 homens. “Cada grupo terá um administrador e um apontador-escrevente e será subdividido em 5 turmas de 60 homens cada um, dirigido por um feitor”. Da obediência e harmonia no trato para com administradores, apontadores e feitores dependeria o bom andamento dos trabalhos. Seriam eles que fariam, na lida diária, a distribuição das rações aos retirantes. Mas para garantir a ordem, o engenheiro Privat propunha ainda a criação de uma “polícia de cada abarracamento”, composta por dez homens de confiança “tirados entre os trabalhadores”. (Entre a migração e o trabalho: retirantes e trabalhadores de ofício em obras de socorro público (Ceará - 1877-1919. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011, p.4-5).


Rua Engenheiro Privat. Camocim.
Fonte: Arquivo do blog
A fortuna memorialística em torno do seu nome está restrita à Rua Engenheiro Privat em Camocim e ao lugarejo Privat situado à margem da via férrea que dista 9 km de Granja, onde em 1926 foi inaugurada uma pequena estação denominada Dr. José Privat.

Estação Dr. Privat. Privat. Granja-CE.
Fonte:http://www.estacoesferroviarias.com.br/ce_sobral/doutor.htm
























quarta-feira, 4 de maio de 2016

BELEZAS DE CAMOCIM - LAGO DO BOQUEIRÃO

Foto: dacadeirinhadearruar.blogspot.com

Camocim é um município onde a natureza é especial mesmo! Afora o maior litoral do estado do Ceará (62km) com praias exuberantes e desertas, ainda é banhada por lagos de leste a oeste como o Lago das Cangalhas, Lago Seco, Lago Grande e Lago do Boqueirão, objeto desta postagem. Mas, como era o Lago do Boqueirão há quase 90 anos atrás? O Ministério da Viação e Obras Públicas em seu relatório de 1927, assim o descrevia:

LAGO  DO BOQUEIRÃO

Este vasto reservatorio de agua doce, barrado espontaneamente e ha longos annos pelas dunas do municipio de Camocim, no Ceará, e cuja circumferencia mede cerca de 8 leguas, esteve quase a perder-se na ultima invernada por falta de um sangradouro que evitasse o transbordamento imminente por sobre o fragil material da barragem natural. Tratando-se de um verdadeiro açude que nada custou aos cofres publicos e cuja utilidade já se tem feito sentir permanente, a Inspectoria providenciou sobre a abertura do necessario sangradouro, que foi projectado e aberto entre 6 e 31 de dezembro, com o dispendio de 54:499$500. A soleira tem 6m, 90 de largura e os taludes são de 2 metros de altura por 1 de base, com cerca de 800 metros de extensão.

Estaria hoje o Lago do Boqueirão com seu sangradouro ainda em condições de suportar uma boa invernada?

Obs: Manteve-se a grafia da época.

Fonte: Relatório do Ministério da Viação e Obras Públicas. 1927, p.364-65. Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.


sábado, 30 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XVII - EM MEMÓRIA DO NOME



Inauguração do busto de Pinto Martins. Camocim. 1979. Fonte: blog camocimonline.

Encerrando a série ABRIL PINTO MARTINS, a sensação é de que muito ainda faltou para ser mostrado, mas, virão outros abris. Passado a efusão de homenagens, todo mundo volta para sua vida particular. Nesse sentido, não iremos aqui reprisar os eventos mais importantes na vida de Pinto Martins a partir de então: seu trabalho de pesquisa para a exploração de petróleo no Brasil e sua morte. De alguma forma já o fizemos neste espaço (A morte de Pinto Martins, nº 2, Terça-feira, 2 de setembro de 2012; O Petróleo em Camocim, Sexta-feira, 30 de março de 2012; O Herói Esquecido, 21 de fevereiro de 2011, dentre outros).

Estátua de Pinto Martins. Camocim. Fonte:cearaem fotos.

Hoje vamos enfocar o que ficou da fortuna memorialística em torno da figura do aviador Euclides Pinto Martins. Em Camocim, além da atual Praça Pinto Martins, Aeroporto, Rádio Pinto Martins e Biblioteca Municipal, já existiram a Escola Euclides Pinto Martins, nos anos 1940 por conta da Cruzada Nacional da Educação, que objetivava erradicar o analfabetismo, além do Sonoro Pinto Martins, uma antiga amplificadora e o Grupo de Teatro Amador Pinto Martins. Em forma de monumento,o busto inaugurado no Centenário de Camocim foi parar na Academia Camocinense de Ciências, Artes e Letras. Depois, ergueu-se uma estátua que ainda hoje está na Praça Pinto Martins e depois colocaram um avião da FAB para se comemorar o centenário do voo de Santos Dumont.


Visita ao Túmulo de Pinto Martins. Rio de Janeiro. 1926. Fonte: Revista da Semana.

Em Fortaleza, tem-se um pequeno memorial no Aeroporto Internacional Pinto Martins.
Em Salvador, Bahia, Natal, RN, há ruas Pinto Martins. No Rio de Janeiro, além da capital, vários municípios homenagearam o aviador camocinense.
Outro ponto que se tornou turístico no Rio de Janeiro é o roteiro dos aviadores no Cemitério São João Batista, onde Pinto Martins foi sepultado.
Túmulo de Pinto Martins. Rio de Janeiro. Cemitério São João Batista. 2011. Foto: Alênio  Carlos,

Breve retornaremos com mais curiosidades sobre o homem Pinto Martins.   


sexta-feira, 29 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XVI - NO RIO DE JANEIRO, A APOTEOSE.

Vista aérea da recepção à Pinto Martins e Walter Hinton. Rio de Janeiro. 1923.
Fonte: Revista Fon Fon. nº07, p.31, 1913, Rio de Janeiro.
Ao centro Presidente Arthur Bernardes, tendo à esquerda Pinto Marins e à direita Walter Hinton.
 Fonte:  Revista O Malho 1066, p.27. 1923. Rio de Janeiro
Praticamente todos os veículos de comunicação da época deram destaque à chegada dos aviadores aventureiros que, finalmente, completavam o raid aéreo Nova Iorque-Rio de Janeiro. Naquele 08 de fevereiro de 1923 ainda estava aberta a Exposição Nacional que comemorara o Centenário da Independência em setembro de 1922. A profusão de imagens e textos (em prosa e versos) ofertados a Pinto Martins e Walter Hinton revelam bem a importância que ainda foi dada ao evento, com a presença do Presidente da República Artur Bernardes e outras autoridades da República. A partir de então, sucederam-se homenagens as mais diversas da elite carioca e paulista e de instituições da sociedade civil. A Aviação Naval, por exemplo, promoveu um almoço para os aviadores na Ilha das Enxadas. A Colônia Americana também os recepcionou com almoço no Palace Hotel. Neste mesmo local o Aero Cub Brasileiro ofereceu um banquete onde Pinto Martins foi recebido por Santos Dumont. A Associação Comercial do Rio de Janeiro promoveu um chá dançante no Club dos Diários. O Club Portuguez, o Centro Beneficente Gago Coutinho e Sacadura Cabral e o Centro Maçônico realizaram sessões solenes. A Associação dos Empregados do Comércio de São Paulo, entregaram medalhas a Pinto Martins e Walter Hinton no campo de Indianápolis. Enfim... foram muitas as homenagens.

Recepção à Pinto Martins e Walter Hinton. Rio de Janeiro. 1923.
Fonte: Revista
 Fon Fon. nº07, p.29, 1923, Rio de Janeiro

Na foto acima percebe-se três momentos do acolhimento festivo aos tripulantes do Sampaio Correia II, desembarcados na Baía de Guanabara. De cima para baixo temos: Pinto Martins sendo flagrado antes do desembarque; tripulantes do hidroavião se deixando fotografar com o Presidente do Aero-Club Brasileiro o senador Sampaio Correia e abaixo a "colossal massa popular que, premindo-se no recinto da Exposição, aguardava a chegada dos aviadores".
A Revista O Malho, por fim saudou aos aviadores que superaram o roteiro acidentado de cerca de 6.000 milhas náuticas :
- Glória ao aviador patrício, ao nosso extraordinário Pinto Martins! Glória ao aviador "yankee" Walter Hinton - os heróes do maior feito aéreo do  mundo! 

Fonte: Revista Fon Fon,  nº07, p.29-31, 1923, Rio de Janeiro,
            Revista O Malho 1066, p.27. 1923. Rio de Janeiro






quinta-feira, 28 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XV - DE CAMOCIM AO RIO DE JANEIRO

Pinto Martins em Aracti. 1922, Fonte: fortalezaemfotos.blogspot.com.br
Antes de chegarem em Camocim, um boato correu pela cidade de que não mais Pinto Martins pousaria em Camocim. Superada as desconfianças por um telegrama do próprio aviador avisando sua parada em solo camocinense, fizeram-se as devidas homenagens e a partida no dia seguinte  20 de dezembro de 1922, as 7 horas da manhã. No livro Pouso da Águia, o autor grafa 8h16min. Afora isso, cogitou-se que os aeronautas amerrisariam em Fortaleza, o que não aconteceu, segundo se conta, devido o mar revolto da enseada do Mucuripe

O Sampaio Correia II, depois de Camocim só parou em Aracati, de onde Pinto Martins telegrafou para a Associação de Escoteiro do Alecrim, informando que chegariam na capital potiguar em 21 de dezembro de 1922. Natal, naquela época tinha apenas 25.000 habitantes. Ás 12:45, o hidroavião pousou no Rio Potengi onde em suas margens, uma multidão esperava os aviadores, que foram recebidos efusivamente. Os aviadores visitaram o governador Antonio de Souza no Palácio do Governo, onde prestaram uma homenagem ao aeronauta potiguar Augusto Severo, que havia morrido ao pilotar seu dirigível “Pax” em Paris, na França, no ano de 1902. Apesar de estar programado vários eventos para o dia seguinte, a comitiva de aeronautas partiu cedo sem dar maiores explicações. o que gerou constrangimento na imprensa potiguar.

Pinto Martins no Rio Potengi. Natal. 1922.
Logo após decolarem do Rio Potengi, o “Sampáio Correia II” apresentou problemas no motor esquerdo, próximo a fronteira com a Paraíba, forçando-os a amerissar. Somente no dia de 25 de dezembro, em pleno feriado de Natal foi que seguiram viagem para Recife. No entanto, uma nova pane obrigou os aeronautas pararem em Cabedelo, na Paraíba, quando foi realizada a troca de um dos motores, fato este que adiou a partida para a  capital pernambucana  somente no final de janeiro de 1923.


Os contratempos surgidos até o destino final terminaram e só assim o “Sampaio Correia II” pode passar sem problemas por Maceió, Salvador, Porto Seguro, Vitória no Espírito Santo e finalmente, Rio de Janeiro, a Capital Federal. Era 8 de fevereiro de 1923 e os tripulantes aproveitaram vários dias de festas em honra ao feito por eles concretizado. Contabilizados os dias, se tivessem vindo de navio, teriam chegado mais cedo, o que diminuiu um pouco o impacto da aventura aérea.

terça-feira, 26 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XIV - A POESIA CAMOCINENSE



Diretoria do Sport Club. 1917. Fonte Revista Fon-Fon. RJ.


Muitas foram as poesias oferecidas a Pinto Martins antes mesmo de sua chegada ao Brasil, quase sempre laudatórias, realçando a façanha aeronáutica que ligaria Nova Iorque ao Rio de Janeiro. Os poetas de Camocim não se fizerem de rogado. No periódico Camocim-Jornal de 19 de dezembro de 1922, que fez a cobertura das festividades em homenagem a Pinto Martins e sua comitiva no Sport Club, trouxe o soneto  "Saudação" do poeta e jornalista Raul Rocha, que transcrevemos abaixo:


SAUDAÇÃO

O nosso Camocim prepara-se garboso
Para vos receber, festivo e delrante. 
Cavatinando o mar seu hymno triunphante

Saúda-vos também - alegre e magestoso! 

No firmamento o sol mostrou-se mais radioso,

A terra se tornou jardim mais odorante;
E a luz unida à flor, num halo deslumbrante;
Vos vem glorificar com o povo jubiloso!

Dos lábios virginaes harpejos de harmonia
Sahem rouxinoleando em doce orchestração
Vibrando a marselheza que n'alma psalmodia 

Na augusta cathedral de nosso coração

Rimbalha festival o sino da alegria
Como se musicasse a nossa SAUDAÇÃO!

Ruínas do Sport Club. Fonte: Arquivo do blog.

Por outro lado, designado oficialmente para oferecer um poema ao aviador camocinense, o cidadão Pedro Morel assim se referiu ao ilustre conterrâneo, poema este recolhido por Eduardo Campos, no livro Pouso da Águia.

Vinde até nós, condores que do espaço
Baixais, após fendê-lo heroicamente,
Vinde, que o nosso coração fremente
Quer vos cingir n'um fraternal abraço.

Águias, que pelo Azul, serenamente... 

(obs:a obra não revela totalmente, o segundo quarteto)

Vinde até nós, intrépidos voadores,
Do ar e do empíreo azul dominadores
Receber nossas justas orações!

E agora um "hurrah" que atravesse os povos
Aos nossos bravos hóspedes, aos novos
Aos novos Montgolfiers, novos Gusmões!