quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

O ARTISTA EVANMAR MOREIRA E A CENSURA

   


Garota Contagiante. Música de Evanmar Moreira.




 Quem viveu no período entre 1964-1985, isto é, no regime militar que descambou no que se convencionou chamar-se ditadura civil-militar e trafegava no mundo das artes, com certeza se deparou com a Censura exercida pelo Departamento de Polícia Federal. Toda e qualquer manifestação artística tinha que passar pelo crivo deste departamento, sem alar dos censores que atuavam diretamente nos jornais, revistas, rádios e televisões.

    A historiografia é farta em mostrar o efeito desta censura nos grandes órgãos de comunicação do período e dos grandes nomes da Música Popular Brasileira mais conhecidos (Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, só para citar estes). No entanto, pouco a pouco, a história vem recuperando os impactos dessa censura sobre os artistas populares tidos como "bregas", como Odair José, Fernando Mendes, Agnaldo Timóteo, Waldick Soriano, dentre outros.

    Mas, como dito no início, toda e qualquer peça artística tinha que ser aprovada com o carimbo da Divisão de Censura e Diversões Públicas. Nas telas da TV e do Cinema antes da exibição dos filmes era comum aparecer o certificado de liberação deste órgão.

        No caso das músicas, as letras eram previamente submetidas ao censor de plantão. A mais famosa censora do Brasil foi a Sra. Solange Hernandes.

 "Ela entrou para a história como a censora mais célebre do país ao comandar entre 1981 e 1984 uma máquina de vetos e cortes em produções artísticas, quando chefiou a Divisão de Censura de Diversões Públicas (DCDP). Rigorosa contra tudo o que, na visão dela, atentava contra a moral, os bons costumes e a ordem política, passou a tesoura em milhares de obras artísticas no período. Foi até “homenageada” em letra de de música de Léo Jaime (Solange, uma releitura de So Lonely, da banda inglesa The Police). 

"Vem Dançar". Música de Evanmar Moreira. 

        Justamente neste período surgiu em Camocim o cantor e compositor Carlos Evanmar Moreira (Evanmar), o primeiro na cidade a gravar um disco (compacto) pela gravadora paraense GRAVASOM (Gravasom Comercial Fonográica e Publicidade Ltda). Mas qual é a relação disso com aquilo? Como qualquer mortal, Evanmar teve também que submeter suas letras para aprovação da censura.

    Com a abertura dos arquivos, hoje é possível consultar os processos da gravadora de Evanmar pedindo liberação das músicas. No documento base desta postagem, podemos ter acesso as duas primeiras letras de autoria do nosso cantor: "Vem Dançar" e "Garota Contagiante" e outros detalhes como a expedição de sua carteira de identidade pelo estado do Piauí, o que revela que, quando ele oi para o vizinho estado, ainda não possuía este documento de identidade.

    Aos 21 anos, Evanmar tem sua trajetória artística atravessada pela censora Solange Hernandes. Nos processos oriundos do Pará, no mesmo despacho ela aprova as músicas de Evanmar, mas, para não perder a viagem, censurou a música "COMPETIÇÃO" de autoria de Ari Santos e Egídio 'Cardoso, com base no Art. 19 c/c 79 do Decreto no 1.077/790 e art. 77 do Regulamento aprovado pelo Decreto no 20.493/46, tendo em vista que seus versos exteriorizam temática contrária a moral e aos bons costumes, em linguagem maliciosa, com dubiedade de sentido e imprópria a boa educação do povo.

    Evanmar gravaria um outro compacto posteriormente, mas não encontramos nenhum processo relativo a este segundo disco, o que pressupõe que talvez já tenha sido após 1985, quando a censura já abrandava e o país saía do regime militar.


Fonte: Arquivo Nacional. Divisão de Censura e Diversões Públicas. Carlos Evanmar Moreira. br_dfanbsb_ns_cpr_mui_lmu_21071_d0001de0001 

https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/quem-foi-dona-solange-a-maior-censora-de-artes-do-pais-antes-de-bolsonaro

    

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

ORAÇÃO PARA CAMOCIM APARECER

 



Capa do Livro Oração para Desaparecer, da escritora cearense Socorro Acioli. Cia. das Letras, 2023.


         Acabei de ler "Oração para Desaparecer", da escritora cearense Socorro Acioli. Desde o premiadíssimo romance "A Cabeça do Santo" que Socorro Acioli já tinha dito a que veio na cena literária brasileira e internacional. Na mais recente Festa Literária Internacional de Paraty - FLIP 2023, "Oração para Desaparecer" e "Cabeça de Santo", foram o primeiro e o terceiro livros mais vendidos.
    No entanto, Socorro Acioli não az literatura para "vender" ou estar entre os mais "vendidos". Como ela mesmo já disse em suas entrevistas: 

"Se minha alegria depender de ganhar prêmio ou de estar na lista de mais vendidos, acabou. Não ia dar mais certo, ia ser uma porcaria. E, infelizmente, a gente vê isso acontecendo com alguns trabalhos e artistas”.
    
    Ao escrever para a sua felicidade, pelo puro prazer de escrever, Socorro Acioli também faz a alegria de muita gente como eu e, acredito, de muitos camocinenses, por se identificar com sua escrita, de ver as tradições e os costumes do povo tremembé no enredo de suas histórias, de suas lendas pulsando em cometimentos poéticos e literários.
    Deste modo, desde o cavalo marinho estampado na capa e nas breves resenhas que acompanharam a divulgação da obra "Oração para Desaparecer" que eu intuíra que algo de Camocim estaria naquela história. Não deu outra. A ocorrência do cavalo marinho (Hippocampus reidi  em nosso litoral, o soterramento da vila de Tatajuba, a Ilha do Amor, o rio Coreaú estão no livro para dar sentido ao enredo principal da obra.
    Eu que vivo procurando Camocim nos manuais de História do Brasil, encontrei na melhor literatura publicada hoje no país, pelas mãos de Socorro Acioli. Eu até já mandei prá ela as notícias dos roubos do Menino Jesus dos presépios daqui. Uma grande presepada!!!

Fonte:https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/verso/oracao-para-desaparecer-novo-livro-de-socorro-acioli-e-carta-de-amor-a-almofala-ceara-e-portugal-1.3453544.
 
  

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

O REISADO DE CAMOCIM

 

Reisado em Camocim. 2023. Fonte: Arquivo do blog.

E O REISADO VOLTOU...

Hoje,  3 de janeiro de 2023 foi dia do Reisado visitar a Rua Marechal Floriano
Um grupo de católicos brincantes reviveram um pouco da tradição do reisado que em Camocim estava quase extinto. 
Abri a porta e acendi a luz para um grupo novo e rejuvenescido por jovens de várias faixas etárias. 
Isso é bom porque mantém a chama viva das nossas manifestações culturais e religiosas. 
A última vez que tinha feito este gesto de abrir a porta e acender a luz tinha sido para a Dona Maria do Campo e um pequeno grupo que lhe acompanhava para não deixar morrer a festa.
Que bom que o reisado voltou!!!

A partir desta postagem no Facebook, vários comentários oram eitos, relembrando alguns aspectos desta manifestação folclórica e religiosa da nossa tradição cultural. Reproduzimos abaixo alguns destes comentários:

Inácio Santos
Outrora o tradicional grupo de reisado, ao som do solo de trombone do saudoso Benone, assim abordavam as famílias:
" Senhor dono da casa / abra a porta por favor / que do céu está caindo / uma grinalda de flor."

Francisco Olivar 
Acordar na madrugada com os cantos '' Oi de casa, nobre gente ,acordai ,..........,não tem preço,participei talvez do último que foi do 1974. Parabéns ao grupo.

Carlos Augusto Santos
Francisco Olivar, os grupos de reisados vão se revezando ao longo do tempo. Há uns 30 anos que a tradição vem sendo mantida pela Dona Maria do Campo. Hoje, devido a problemas de saúde ela não sai mais. O reisado vem sendo assumido por grupos ligados à Igreja Católica. Neste ano, a revitalização está a cargo da Renovação, com bastante gente jovem. Na verdade, o reisado nunca morreu, estava apenas adormecido...

Paulo Chibata
"O Deus salve casa santa aonde Deus fez a morada, Aonde mora Cálice Bento e a Hóstia consagrada"...

Charles Nunes de Melo
Lembro-me desta cantada quando o morador nada ofertava: "Vou-me embora, vou-me embora, pois aqui não volto mais, esta casa é maldita, nela mora o satanás."

Vida longa ao reisado de Camocim!



domingo, 31 de dezembro de 2023

O MISSIONÁRIO INÁCIO NOGUEIRA MAGALHÃES

Pe. Inácio Nogueira Magalhães (em destaque) e religiosos em missão na região do baixo Acaraú. Provavelmente 1939. Fonte desconhecida.


    Se o mês de abril  é de Pinto Martins, julho ou dezembro deveria ser de Monsenhor Inácio Nogueira Magalhães, o granjense mais camocinense da nossa história. No mês de julho deste ano, marcou-se os 112 anos de nascimento e, no último dia 13 de dezembro de 2023, o s 41 anos de sua morte. Registro e lembrança mesmo destas efemérides, só mesmo entre os familiares e deste escriba que já trouxe aspectos da sua biografia em algumas postagens deste blog.
    Antes de vir para Camocim para assumir a Paróquia de Bom Jesus dos Navegantes, Pe. Inácio Nogueira Magalhães foi pároco em Ubajara, militou nas hostes integralistas no Ceará e realizou missões pastorais,
    Numa destas coincidências da vida, assessorando uma pesquisa para elaboração de um livro didático para o município de Cruz, deparamos com uma fotografia de uma missão pastoral realizada no distrito de Caiçara, provavelmente  30 anos, a mesma idade de quando chegou a Camocim.
    Por estas e outras é que tenho um projeto de realizar um dia um trabalho biográfico sobre os "esquecidos da terra", cidadãos e cidadãs ilustres e comuns que marcaram e marcam a nossa história.
    
 

 

sábado, 30 de dezembro de 2023

A JAZZ BAND DE CAMOCIM

 

Jazz Band de Camocim. Fonte: Facebook de Paulo Chibata.


       Uma das boas coisas que se garimpa nas redes sociais são as preciosidades históricas. Do Facebook do camocinense radicado em Manaus, Paulo Chibata, músico e radialista na capital manauara, recolhemos uma fotografia que mostra a tradição camocinense na música, que vem desde a centenária Banda Lira, passando pelas várias bandas de baile que aqui se formou, só para falar das mais recentes, The Monkeys Boys, Faísca Som, Força Total, Embalo Jovem, e da inesquecível Nível do Mar uma banda municipal que formou dezenas de músicos profissionais em Camocim e animou nossos Festivais de Música de outrora. 
    A fotografia exposta neste post é de uma Jazz Band formada em Camocim, composta por onze músicos, provavelmente ligada ao Camocim Club, cujo nome está estampado na bateria da banda. Segundo Paulo Chibata, alguns componentes e seus instrumentos  por ele identificados podem ser nomeados: Truaca no pistom; Antonio Basílio no clarinete, Benone no banjo, Santos Pierre, pai do Paulo Chibata era o baterista e o pianista era o Wilson, que não era camocinense e, provavelmente, o maestro. 
    O leitor amigo poderia identificar mais alguém? Esse é o poder de um documento histórico como a fotografia, registrar um momento da história de alguém, de um grupo ou de uma pessoa. Que bom seria que toda cidade pudesse ter seu Museu da Imagem e do Som. 



terça-feira, 31 de outubro de 2023

PINTO MARTINS VAI AO CINEMA...


   

Cartaz de "Euclydes" no MAM-RJ. 30/10/2023.

    Se você, caro camocinense é morador no Rio de Janeiro ou em São Paulo, ou esteja passando férias por estas duas capitais, ou mesmo em viagem de negócios, reserve um pouco do seu tempo e vá ao cinema para prestigiar nosso conterrâneo ilustre EUCLYDES PINTO MARTINS. Pois é, o documentário 'EUCLYDES", da produtora Vira Lata em co-produção com o Cine Brasil TV, estará sendo exibido inicialmente em São Paulo e Rio de Janeiro em Mostras, Festivais e Encontros de Cinema (confira datas, locais e horários nos cartazes anexos). 

Cartaz  de Euclydes. 47ª Mostra Internacional de São Paulo. 01/11/2023.
 

    Boa parte do documentário foi rodado em Camocim, com participação de várias pessoas do lugar (inclusive eu, rsrsr). Em contato com a produtora, o Coletivo de Historiadores e Professores de História de Camocim já solicitou uma exibição especial do filme em nossa cidade, cujo pedido foi prontamente aceito e que se dará após estas exibições de estreia no circuito nacional. Estamos no aguardo e ansiosos para conferirmos esta produção sobre a história de PINTO MARTINS! 

Cartaz de "Euclydes". Festival Nicho Novembro. 12/11/2023.

REPERCUSSÕES E IMPRESSÕES DE DOIS CAMOCINENSES QUE ASSISTIRAM A ESTREIA DO DOCUMENTÁRIO NO RIO DE JANEIRO.

PAULO ESS - Ator

Gente, acabei de ver um documentário sobre a vida do piloto Pinto Martins, e fiquem atentos, se passar no Festival de Cinema e vídeo/CINE CEARÁ. Informações preciosas mostradas no documentário: 
1) Pinto Martins era negro e as “autoridades” o embranqueceram em fotos e nas esculturas. 
2) O aeroporto de Fortaleza, em sua fachada, não tem mais o nome Aeroporto Pinto Martins, mas sim Fortaleza AirPort. 
3) A autoridades da época, registraram sua morte como suicídio, ponto que a família Pinto Martins discorda, alegando que ele era destro, e o tiro foi dado do lado direito na sua cabeça. 
4) Ele e sua família, bancaram todo esse evento histórico, que foi a viagem que ele fez no avião Sampaio Correia, de Nova Iorque ao Rio de Janeiro, com início em novembro de 1922, e terminando em fevereiro de 1923. 
Enfim, essa figura natural de Camocim, merecia mais consideração e respeito, pelo menos o mínimo que possam considerar essa contribuição para a história da aviação brasileira.

FRANCISCO OLIVAR (VAVÁ) - Livreiro

Nobre professor Carlos Augusto Santos, apoteótico, palmas duraram entre 3 e 5 minutos. A cinemateca do MAM estava quase lotada com centenas de pessoas. Você, Paulo José e Adauto Gouveia se saíram muito bem. Documentário muito bem feito, muitas pesquisas, dados desconhecidos de nós. Falei com o diretor Raphael que é seu amigo e do Paulo José, ele quer muito fazer uma exibição na nossa cidade. Ele destacou que Pinto Martins era negro e isto não está registrado no imaginário popular de ninguém, eu, pessoalmente achava que Pinto Martins não era negro, como desde menino Pinto Martis navegava nos barcos do pai é natural aquela cor parda queimada do sol. Outra coisa que não concordei foi um depoimento de uma intelectual detonando  Monteiro Lobato como racista,nem mencionou o fato de Lobato que escreveu no livro Escândalo do Petróleo e Ferro dizendo que Pinto Martins é um dos mártires brasileiros do petróleo, esta destacou o livro ''Presidente Negro''e seu lado racista,não sabe ela que na época que escreveu, Lobato estava falido e este livro o público americano iria gostar e iria ganhar muito dinheiro, um livro direcionado, não seu pensamento. Mas o resto tudo de bom, espero que logo seja exibido na nossa cidade.


sábado, 14 de outubro de 2023

ALFREDO PESSOA. O PROFESSOR DE CAMOCIM NA ONU

 

Alfredo Pessoa, no traço de Jorge Brandão. Fonte: Revista Carioca. 1954.

    Alfredo Pessoa nasceu numa terça-feira em Camocim. No calendário a folhinha marcava 26 de fevereiro  de 1895. Num relato jornalístico, disse-se sobre ele: "Cresceu, fez grandes travessuras, caçadas, montadas, até que um dia seu pai mandara-o para Recife, a estudar 110 'Colégio Ayres Gama' onde fez o ginásio. Partiu para o Rio em 1912. Dois anos depois fazia exame e ingressava na Escola Politécnica, aprovado em todas as matérias, onde fez o curso de engenharia. Seus professores em Recife sempre' se corresponderam com o menino Alfredo Pessoa, pois sabiam que êle tinha muita queda para o ensino. Nas aulas era sempre chamado para descrever uma matéria e seu hábito de explicar matemática e ciências naturais, fazia sempre com que os mestres depositassem grande confiança no aluno. Com 14 anos voltou para o Recife, de onde recebeu convite para substituir um professor de aritmética"

    Aos 18 anos se empolgou pelas ideias do filósofo francês Augusto Comte que se converteu ao positivismo. Voltou para o Rio de Janeiro e foi ensinar  em cursos particulares as matérias de Geometria Descritiva, Geometria Analítica, Cálculo Diferencial e Integral e Mecânica Geral. Como era contra os diplomas oficiais, tirou, a pedido de sua mãe, a carta de engenheiro-geógrafo. Aliás, sua opção filosófica, fez com que a sua família deixasse de enviar ajuda financeira para ele se manter na capital do país. Passou muitas dificuldades, posto que, dos seus alunos "recebia apenas uma contribuição módica e isto mesmo quando podiam pagar até o dia cinco de cada mês (Cr$ 20,00). Depois desta data nada aceitava, porque considerava um sacrifício". 

    Para sobreviver,  trabalhou no comércio e como jornalista por muito tempo. "Quando o general Rabelo foi nomeado interventor de São Paulo, serviu como secretário, o que lhe valeu mais tarde a prisão, por ocasião da revolução paulista de 1932". Em 1933, Alfredo Pessoa, por nomeação do então prefeito Dr. Pedro Ernesto, ingressou na Prefeitura do Distrito Federal como diretor do Serviço de Turismo e Certames da Prefeitura. Neste setor, organizou várias "Feiras de Amostras", sendo nomeado representante do Brasil na "Feira. de Poznan", na Polônia. "Nesta exposição o Brasil alcançou o primeiro lugar entre todos os países que ali se fizeram representar. No governo ditatorial de Vargas, foi diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), setor de divulgação". 

Presidente Getúlio Vargas recebe os diretores do DIP. Alfredo Pessoa é o terceiro da esquerda para a direita. Fonte: Jornal A Batalha, RJ. 1940.

    No contexto da segunda guerra mundial "chefiou uma missão jornalística a Londres e nesta ocasião Nelson Rockfeller desejava que ele fosse trabalhar em seu escritório interamericano, em. Washington". Posteriormente, nos Estados Unidos chefiou o escritório comercial do Brasil em Nova Iorque. Esta posição o guindou a um lugar delegação brasileira junto à Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda no governo, ao regressar ao Brasil oi designado como "observador brasileiro junto à "Comissão de Energia Atômica".

    Como diretor do Serviço de Turismo e Certames da Prefeitura era o responsável pela ornamentação dos "logradouros, clubes, quartéis, e nas comemorações patrióticas". Na política "recusou uma eleição no Ceará, por sempre ter tido repulsa a um regime em 'que se reclama uma aprendizagem especial para ser maquinista ou vaqueiro, enquanto nada se exige para um político ser guindado a legislador."

    Continuamos na pesquisa para saber mais sobre este professor camocinense.

Fontes: Revista Carioca, 1954.

Jornal A Batalha, Rio de Janeiro, 1940.



sexta-feira, 29 de setembro de 2023

XIII SETEMBRO CAMOCIM. 08. CAMOCIM 144 ANOS

 

Logomarca "144 anos" de Camocim. By Tiago Aguiar. 2023.



E, de repente, já são quase um século e meio de história. Na verdade, 144 anos é apenas uma data burocrática da administração pública. Camocim, como um lugar físico, geográfico e histórico, remonta nos registros desde o século XVI, quando o homem branco começou a arranhar as nossas praias. Logicamente, os povos originários aqui já estavam e que depois vieram a ser chamados de indígenas em sua diversidade tribal de Tremembés, Acoançus, Camocins, dentre outras denominações. Deste encontro ou confronto, depois acrescido dos africanos, descendemos todos nós, com maior ou menor grau de ancestralidade.
Nossa missão como historiador é investigar estas origens e o seu cotidiano através dos tempos e dos espaços. Deste modo, através das nossas publicações sobre a história de Camocim (13 no total, até agora) e deste espaço chamado "Camocim Pote de Histórias" (coincidentemente, há 13 anos), procuramos desvendar as ações humanas neste lugar "abençoado por Deus e bonito por natureza", como diria o poeta.
E todo dia se descobre um pouco mais, seja pelo universo da internet, em livros antigos, em conversas com o amigo na mesa de bar ou na esquina estiva. Quando isso acontece, corro logo, como um fuxiqueiro e publico logo no blog. Afinal de contas, todo historiador é um tecedor de "fuxicos", quando nos referimos aquela peça de tecido que ao se juntar várias delas, tece-se uma toalha. Juntando-se os "fuxicos", tem-se uma história! 
Neste aniversário de 144 anos, não iremos descansar. Logo mais a noite vamos "bater papo" com o grupo "Idosos e Vaidosos", que estão em Camocim na XXVI Jornada de Confraternização Camocinense, convidado que ui. E eu que não sou besta, aceitei de pronto, pois vou aprender muito e reabastecer este espaço das histórias que ainda estão por contar. Mesmo porque, sou sabedor que a história estão com os mais experientes e vividos.

VIVA CAMOCIM, SEU POVO E SUA HISTÓRIA!!!