sábado, 30 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XVII - EM MEMÓRIA DO NOME



Inauguração do busto de Pinto Martins. Camocim. 1979. Fonte: blog camocimonline.

Encerrando a série ABRIL PINTO MARTINS, a sensação é de que muito ainda faltou para ser mostrado, mas, virão outros abris. Passado a efusão de homenagens, todo mundo volta para sua vida particular. Nesse sentido, não iremos aqui reprisar os eventos mais importantes na vida de Pinto Martins a partir de então: seu trabalho de pesquisa para a exploração de petróleo no Brasil e sua morte. De alguma forma já o fizemos neste espaço (A morte de Pinto Martins, nº 2, Terça-feira, 2 de setembro de 2012; O Petróleo em Camocim, Sexta-feira, 30 de março de 2012; O Herói Esquecido, 21 de fevereiro de 2011, dentre outros).

Estátua de Pinto Martins. Camocim. Fonte:cearaem fotos.

Hoje vamos enfocar o que ficou da fortuna memorialística em torno da figura do aviador Euclides Pinto Martins. Em Camocim, além da atual Praça Pinto Martins, Aeroporto, Rádio Pinto Martins e Biblioteca Municipal, já existiram a Escola Euclides Pinto Martins, nos anos 1940 por conta da Cruzada Nacional da Educação, que objetivava erradicar o analfabetismo, além do Sonoro Pinto Martins, uma antiga amplificadora e o Grupo de Teatro Amador Pinto Martins. Em forma de monumento,o busto inaugurado no Centenário de Camocim foi parar na Academia Camocinense de Ciências, Artes e Letras. Depois, ergueu-se uma estátua que ainda hoje está na Praça Pinto Martins e depois colocaram um avião da FAB para se comemorar o centenário do voo de Santos Dumont.


Visita ao Túmulo de Pinto Martins. Rio de Janeiro. 1926. Fonte: Revista da Semana.

Em Fortaleza, tem-se um pequeno memorial no Aeroporto Internacional Pinto Martins.
Em Salvador, Bahia, Natal, RN, há ruas Pinto Martins. No Rio de Janeiro, além da capital, vários municípios homenagearam o aviador camocinense.
Outro ponto que se tornou turístico no Rio de Janeiro é o roteiro dos aviadores no Cemitério São João Batista, onde Pinto Martins foi sepultado.
Túmulo de Pinto Martins. Rio de Janeiro. Cemitério São João Batista. 2011. Foto: Alênio  Carlos,

Breve retornaremos com mais curiosidades sobre o homem Pinto Martins.   


sexta-feira, 29 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XVI - NO RIO DE JANEIRO, A APOTEOSE.

Vista aérea da recepção à Pinto Martins e Walter Hinton. Rio de Janeiro. 1923.
Fonte: Revista Fon Fon. nº07, p.31, 1913, Rio de Janeiro.
Ao centro Presidente Arthur Bernardes, tendo à esquerda Pinto Marins e à direita Walter Hinton.
 Fonte:  Revista O Malho 1066, p.27. 1923. Rio de Janeiro
Praticamente todos os veículos de comunicação da época deram destaque à chegada dos aviadores aventureiros que, finalmente, completavam o raid aéreo Nova Iorque-Rio de Janeiro. Naquele 08 de fevereiro de 1923 ainda estava aberta a Exposição Nacional que comemorara o Centenário da Independência em setembro de 1922. A profusão de imagens e textos (em prosa e versos) ofertados a Pinto Martins e Walter Hinton revelam bem a importância que ainda foi dada ao evento, com a presença do Presidente da República Artur Bernardes e outras autoridades da República. A partir de então, sucederam-se homenagens as mais diversas da elite carioca e paulista e de instituições da sociedade civil. A Aviação Naval, por exemplo, promoveu um almoço para os aviadores na Ilha das Enxadas. A Colônia Americana também os recepcionou com almoço no Palace Hotel. Neste mesmo local o Aero Cub Brasileiro ofereceu um banquete onde Pinto Martins foi recebido por Santos Dumont. A Associação Comercial do Rio de Janeiro promoveu um chá dançante no Club dos Diários. O Club Portuguez, o Centro Beneficente Gago Coutinho e Sacadura Cabral e o Centro Maçônico realizaram sessões solenes. A Associação dos Empregados do Comércio de São Paulo, entregaram medalhas a Pinto Martins e Walter Hinton no campo de Indianápolis. Enfim... foram muitas as homenagens.

Recepção à Pinto Martins e Walter Hinton. Rio de Janeiro. 1923.
Fonte: Revista
 Fon Fon. nº07, p.29, 1923, Rio de Janeiro

Na foto acima percebe-se três momentos do acolhimento festivo aos tripulantes do Sampaio Correia II, desembarcados na Baía de Guanabara. De cima para baixo temos: Pinto Martins sendo flagrado antes do desembarque; tripulantes do hidroavião se deixando fotografar com o Presidente do Aero-Club Brasileiro o senador Sampaio Correia e abaixo a "colossal massa popular que, premindo-se no recinto da Exposição, aguardava a chegada dos aviadores".
A Revista O Malho, por fim saudou aos aviadores que superaram o roteiro acidentado de cerca de 6.000 milhas náuticas :
- Glória ao aviador patrício, ao nosso extraordinário Pinto Martins! Glória ao aviador "yankee" Walter Hinton - os heróes do maior feito aéreo do  mundo! 

Fonte: Revista Fon Fon,  nº07, p.29-31, 1923, Rio de Janeiro,
            Revista O Malho 1066, p.27. 1923. Rio de Janeiro






quinta-feira, 28 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XV - DE CAMOCIM AO RIO DE JANEIRO

Pinto Martins em Aracti. 1922, Fonte: fortalezaemfotos.blogspot.com.br
Antes de chegarem em Camocim, um boato correu pela cidade de que não mais Pinto Martins pousaria em Camocim. Superada as desconfianças por um telegrama do próprio aviador avisando sua parada em solo camocinense, fizeram-se as devidas homenagens e a partida no dia seguinte  20 de dezembro de 1922, as 7 horas da manhã. No livro Pouso da Águia, o autor grafa 8h16min. Afora isso, cogitou-se que os aeronautas amerrisariam em Fortaleza, o que não aconteceu, segundo se conta, devido o mar revolto da enseada do Mucuripe

O Sampaio Correia II, depois de Camocim só parou em Aracati, de onde Pinto Martins telegrafou para a Associação de Escoteiro do Alecrim, informando que chegariam na capital potiguar em 21 de dezembro de 1922. Natal, naquela época tinha apenas 25.000 habitantes. Ás 12:45, o hidroavião pousou no Rio Potengi onde em suas margens, uma multidão esperava os aviadores, que foram recebidos efusivamente. Os aviadores visitaram o governador Antonio de Souza no Palácio do Governo, onde prestaram uma homenagem ao aeronauta potiguar Augusto Severo, que havia morrido ao pilotar seu dirigível “Pax” em Paris, na França, no ano de 1902. Apesar de estar programado vários eventos para o dia seguinte, a comitiva de aeronautas partiu cedo sem dar maiores explicações. o que gerou constrangimento na imprensa potiguar.

Pinto Martins no Rio Potengi. Natal. 1922.
Logo após decolarem do Rio Potengi, o “Sampáio Correia II” apresentou problemas no motor esquerdo, próximo a fronteira com a Paraíba, forçando-os a amerissar. Somente no dia de 25 de dezembro, em pleno feriado de Natal foi que seguiram viagem para Recife. No entanto, uma nova pane obrigou os aeronautas pararem em Cabedelo, na Paraíba, quando foi realizada a troca de um dos motores, fato este que adiou a partida para a  capital pernambucana  somente no final de janeiro de 1923.


Os contratempos surgidos até o destino final terminaram e só assim o “Sampaio Correia II” pode passar sem problemas por Maceió, Salvador, Porto Seguro, Vitória no Espírito Santo e finalmente, Rio de Janeiro, a Capital Federal. Era 8 de fevereiro de 1923 e os tripulantes aproveitaram vários dias de festas em honra ao feito por eles concretizado. Contabilizados os dias, se tivessem vindo de navio, teriam chegado mais cedo, o que diminuiu um pouco o impacto da aventura aérea.

terça-feira, 26 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XIV - A POESIA CAMOCINENSE



Diretoria do Sport Club. 1917. Fonte Revista Fon-Fon. RJ.


Muitas foram as poesias oferecidas a Pinto Martins antes mesmo de sua chegada ao Brasil, quase sempre laudatórias, realçando a façanha aeronáutica que ligaria Nova Iorque ao Rio de Janeiro. Os poetas de Camocim não se fizerem de rogado. No periódico Camocim-Jornal de 19 de dezembro de 1922, que fez a cobertura das festividades em homenagem a Pinto Martins e sua comitiva no Sport Club, trouxe o soneto  "Saudação" do poeta e jornalista Raul Rocha, que transcrevemos abaixo:


SAUDAÇÃO

O nosso Camocim prepara-se garboso
Para vos receber, festivo e delrante. 
Cavatinando o mar seu hymno triunphante

Saúda-vos também - alegre e magestoso! 

No firmamento o sol mostrou-se mais radioso,

A terra se tornou jardim mais odorante;
E a luz unida à flor, num halo deslumbrante;
Vos vem glorificar com o povo jubiloso!

Dos lábios virginaes harpejos de harmonia
Sahem rouxinoleando em doce orchestração
Vibrando a marselheza que n'alma psalmodia 

Na augusta cathedral de nosso coração

Rimbalha festival o sino da alegria
Como se musicasse a nossa SAUDAÇÃO!

Ruínas do Sport Club. Fonte: Arquivo do blog.

Por outro lado, designado oficialmente para oferecer um poema ao aviador camocinense, o cidadão Pedro Morel assim se referiu ao ilustre conterrâneo, poema este recolhido por Eduardo Campos, no livro Pouso da Águia.

Vinde até nós, condores que do espaço
Baixais, após fendê-lo heroicamente,
Vinde, que o nosso coração fremente
Quer vos cingir n'um fraternal abraço.

Águias, que pelo Azul, serenamente... 

(obs:a obra não revela totalmente, o segundo quarteto)

Vinde até nós, intrépidos voadores,
Do ar e do empíreo azul dominadores
Receber nossas justas orações!

E agora um "hurrah" que atravesse os povos
Aos nossos bravos hóspedes, aos novos
Aos novos Montgolfiers, novos Gusmões!



sábado, 23 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XIII - A CHEGADA E ESTADIA EM CAMOCIM

População recepcionando Pinto Martins em Camocim. 1922. Foto: Dominio Público.
Afora a série que ora escrevemos sobre o feito de Pinto Martins, de há muito tempo o blog Camocim Pote de Histórias vem destacando o aviador camocinense. Deste modo, uma breve pesquisa traz informações importantes sobre o raid aéreo, sua estada em Camocim e sua morte. Dentre outras, já focalizamos a Ata da Sessão Magna realizada no então Sport Club, onde foi homenageado, a Banda Lyra Camocinense, que animou o baile, a escola em seu nome, nos anos 1940, a pesquisa de petróleo em Camocim e sua relação com Pinto Martins, considerado um dos pioneiros no estudo da extração do mineral no país, os 90 anos do voo Nova Iorque - Rio de Janeiro, as comendas e festas em sua homenagem, além de um projeto que imaginei e denominei de Memorial Pinto Martins a ser construído na praça de mesmo nome. Portanto, é só acessar e reviver estes escritos. 
Mas continuemos com a série! A foto acima capta o exato momento em que o hidroavião fazia manobras para amerrissar no Rio Coreaú. A expectativa foi criada pelo telegrama de Pinto Martins dizendo que pousaria em sua terra natal. Como já dissemos anteriormente, este foi um gesto que ainda hoje repercute e liga o nome de Pinto Martins a Camocim e ao da aviação. Saído daqui com dois a três meses de idade e batizado e registrado em outra cidade de outro estado, Pinto Martins não tinha ideia de onde nascera e, talvez por isso, tenha incluído essa parada na escala do voo. Além do mais, a data prevista de chegada ao Rio de Janeiro já havia sido alterada para além de três meses, e um dia a mais ou a menos, não implicaria em muita coisa.
Os poucos escritos sobre a passagem da tripulação do Sampaio Correia II dão conta da agitação que a cidade viveu. Ao povo foi feita a conclamação para chegada do ilustre conterrâneo, que, como mostra a fotografia, acorreu em grande quantidade às margens do Rio Coreaú, por volta de uma hora da tarde de um dia claro e quente. Pinto Martins comandava o hidroavião quando fez o pouso. Aos ricos do lugar  coube a tarefa de receber os aeronautas tanto no mar, quanto na terra, designadas comissões que tiveram a tarefa de desempenhar tal mister. O Camocim Jornal divulgou o programa de festividades.  "Pinto Martins e comitiva seguiram para a casa de Tobias Navarro, conhecida como "o palacete da nobreza de Camocim", segundo o relato de Eduardo Campos, e local escolhido para o pernoite dos visitantes. Na chegada, Tobias Navarro ofereceu um almoço aos ilustres convidados especiais". Aliás, para quem quer saber os detalhes dos detalhes, precisa ler o livro de Eduardo Campos, "O Pouso da Águia", para entender melhor este fato. Outra fonte interessante é a do nosso saudoso cronista Artur Queirós em  "Recordações Camocinenses e Outras Memórias". 
À noite, mais homenagens esperavam os aviadores no Sport Club, hoje em ruínas, ainda a guardar ecos dessa noitada. Baseado em Eduardo Campos, tudo foi planejado nos mínimos detalhes. Após os discursos e a declamação de soneto do poeta Raul Rocha, a banda de música (contratada também como orquestra de dança) deu início ao programa musical do baile. Assevera o autor que Pinto Martins era um pé-de-valsa e, 'sempre que era solicitado, não dispensava uma dança. "A orquestra parou de tocar à meia-noite e, em seguida, foi servida a ceia. ....Era um desfilar de pratos, acompanhados de Medoc, o tinto francês a correr farto".
Com alguma ressaca e cansaço, os areonautas prosseguiram viagem no dia seguinte,  20 de dezembro de 1922, as 7 horas da manhã, cumprindo o horário pré-estabelecido rumo à próxima parada, Aracati. 
Na próxima postagens, enfocaremos mais detalhes de Pinto Martins em Camocim!

sexta-feira, 22 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XII - A PASSAGEM PELO NORTE DO BRASIL

Sampaio Correia II no Pará. 1922.
 Fonte:http://blog.opovo.com.br
Entre primeiro e dezenove de dezembro de 1922, Pinto Martins e Walter Hinton experimentaram a hospitalidade do povo do norte do país. Já em espaço aéreo brasileiro, os aviadores passaram pela Ilha de Maracá, Belém, e Bragança onde  foram obrigados pousar , por causa de um temporal, no Rio Caeté. No dia 14 de dezembro, depois de terem ficado três dias em Bragança,  seguiram viagem para São Luís do Maranhão, onde desceram ao meio dia na Baía de São Marcos, desembarcando na Ilha de São Luís, onde ficaram até o dia 19.  O jornal O Estado do Pará recolheu as impressões do voo através do depoimento de Pinto Martins:
"Quando levantamos vôo de Caiena encontramos forte temporal pela proa. Rompemos o mau tempo com dificuldade, mas tivemos de procurar abrigo. Tomei a direção do aparelho (ele era co-piloto) e depois de reconhecer o Rio Cunani aí descemos às 3:30 hs. O tempo, lá fora, era impetuoso e ameaçador. Não nos foi possível prosseguir e passamos a noite matando mosquitos e com bastante fome, pois não contávamos interromper a rota…"

Durante a estada no Pará e no Maranhão, os aviadores receberam várias homenagens. Os custos com as festividades, no entanto, não apareceram nas páginas dos jornais. Contudo, nos relatórios do Governo do Pará, os gastos com a recepção aos aviadores Sacadura Cabral,  Pinto Martins e Walter Hinton, Exposição Internacional do Rio de Janeiro e festejos do Centenário da Independência, estavam na mesma rubrica (Verbas Eventuaes). Em todas estas festividades foram gastos o montante de 10.421:793$713 e arrecadados apenas 8.120:172$152, apresentando, portanto, um déficit de 2.301.621$561.
A próxima postagem tratará da chegada de Pinto Martins a Camocim.

Fonte: Relatório dos Presidentes dos Estados do Brasil. Pará. 1923, p.07.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS XI - A CHEGADA EM TERRAS BRASILEIRAS

Porto de Belém. 1922. População esperando o "Sampaio Correia II.
Fonte:https://www.levyleiloeiro.com.br/peca.asp?ID=113240&ctd=55&tot=125&tipo=54
Passado o tempo necessário em Trinidad e Tobago para os reparos no Sampaio Correia II, finalmente em 21 de novembro de 1922 a viagem foi retomada com destino à fronteira brasileira. No percurso, Georgetown  na Guiana Inglesa, dali para Paramaribo, Guiana Holandesa, Caiena , Guiana Francesa e, finalmente em  1º de Dezembro, pousam no Brasil, Estado do Pará, no Rio Cunani, ao norte da foz do Rio Amazonas
Na descrição da Revista da Semana, o cronista registrou:
Novos trinta dias decorreram, até que elles, reparando o grande avião dannificado, pudessem attingir as escalas prefixadas, Georgetown, Paramaribo e Cayenne, capital das Guyannas. O território brasileiro estava a dois passos, apenas à distancia de um vôo. Depois de duas amaragens forçadas. dormindo uma noite no rio Canani, que corta as Guyannas Brasileiras, Hinton e Martins attingiram afinal a "Terra do Ouro e da Esmeralda", no pequeno ancoradouro dos pescadores da Ilha de Maracá". (Revista da Semana, RJ, nº 26, p.29, 1923).
Como aconteceu por onde passaram, a multidão de populares acorria aos portos para recepcionar os aviadores. Em Belém não foi diferente, conforme nos mostra a panorâmica da fotografia acima.

terça-feira, 19 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS X - HOMENAGENS EM PORTO RICO PROBLEMAS EM TRINIDAD E TOBAGO!

Sampaio Correia II em Port of Spain. 1923. Fonte: Revista da Semana, Rio de Janeiro, nº 10, p.23, 1923.

Resolvidos os problemas no Haiti o raid foi retomado. Em Porto Rico, segundo a crônica da época, os tripulantes do Sampaio Correia II "viveram na idolatria do povo". Pinto Martins, à convite da Universidade local foi convidado a proferir conferência "não sobre as possibilidades, as conquistas e os perigos da aviação, mas sobre pan-americanismo, sobre as vantagens e desvantagens da theoria de Monroe, modificada por noventa e nove annos e alguns mezes de experimentação". (Revista da Semana, Rio de Janeiro, nº 10, p.23, 1923).
Para a etapa seguinte, Guadalupe e Martinica, o voo transcorreu  sem incidentes, pousando a 12 de outubro de 1922. Nesta etapa da viagem, a narrativa ganha ares poéticos, segundo a fonte que estamos usando: "A nau do azul parecia entrada na zona das calmarias: era sob ceus mansos, uniformemente tranquillos, que então se navegava entre as erradias nuvens da manhã e da tarde, veus de gaza com que o sol costuma envolver-se". (Revista da Semana, Rio de Janeiro, nº 10, p.23, 1923).
Tripulação do Sampaio Correia II num passeio em Trinidad. Pinto Martins é o último da esquerda para a direita.
 Fonte: Revista da Semana, Rio de Janeiro, nº 10, p.23, 1923.
No entanto, a partida para a próxima etapa, encontrou muitas dificuldades, notadamente quanto às condições climáticas. Enfrentando um forte temporal chegam a Port of Spain, em Trinidad e Tobago no dia 15 de outubro, onde tiveram que demorar por mais trinta dias para conserto das hélices "rachadas pelo aguaceiro"  e outras avarias no motor.
Continua na próxima postagem!

Fonte:  Revista da Semana, Rio de Janeiro, nº 10, p.23, 1923.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS IX - A ESTADIA NO HAITI

Depois de rebatizado o hidroavião adquirido na Base Naval de Pensacola, na Flórida, EUA, o mesmo passou por ajustes. No entanto, o  “Sampaio Corrêa II”, apresentou problemas de refrigeração nos motores. Ainda tentaram resolver o problema com um radiador auxiliar. No entanto, a experiência não deu certo, visto que impossibilitou o avião ganhar altura. A tripulação então decidiu aguardar novas peças para a realização do conserto em definitivo. A demora na chegada das peças fez com que o grupo permanecesse no Haiti durante um mês, o que inviabilizou a ideia de concluir o voo a tempo das homenagens relativas ao Centenário da Independência do Brasil.
Pinto Martins em Porto Rico. 1923. Revista da Semana, RJ, nº 10, p.21.
Somente a sete de outubro de 1922 eles reiniciam o “raid”, seguindo para a República Dominicana, depois Porto Rico e Ilha de Martinica. 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS VIII. CAMOCIM NO TEMPO DO NASCIMENTO DO AVIADOR



Pinto Martins. Fonte: Revista da Semana, RJ, nº 30, p25. 1927.
Quando Dona Maria Araújo do Carmo Martins começou a sentir as dores do parto, uma chuva vinda de leste prenunciava mais um aguaceiro daqueles de mês de abril. Ainda bem que o ano era 1892. Se tivesse sido quatro anos antes teria enfrentado além da seca, um terrível surto de febre amarela que ceifou a vida de 29 camocinenses. Pelas atividades do esposo, Antônio Pinto Martins, natural de Mossoró, sua estada em Camocim se ligava à exploração do sal, tanto que, foi só o rebento nascer que o mesmo fora convidado para representar a Companhia de Salinas Mossoró Assú no Rio Grande do Norte. Mas, como era Camocim em 1892, quando Euclydes Pinto Martins nasceu? Era um município do Estado do Ceará e sua população mal passava dos 6.000 habitantes (no censo de 1896, tínhamos apenas 6.667 almas, como se dizia antigamente) e apenas 369 eleitores qualificados, cinco vereadores e dois distritos. A Guarda Municipal, também fundada em 1892, compunha-se apenas de cinco praças,  O ensino público restringia-se a uma escola noturna para adultos, fundada em 1º de maio de 1890. O mercado, defronte à casa dos Martins, (onde hoje funciona a Biblioteca Pública) além de uma cacimba, um curral de madeira, um cemitério e um açude em Barroquinha eram os únicos bens imóveis do município. Ainda não havia o Farol do Trapiá a sinalizar a entrada da Barra do Camocim, posto que o mesmo só seria inaugurado em 1895, no dia 15 de novembroA arrecadação da Meza de Rendas não passava dos duzentos contos de réis. Se o futuro aviador tivesse se batizado em Camocim, teria sido pelo padre encomendado Francisco Ignacio da Costa Mendes. Para ir até o final da linha da Estrada de Ferro em Sobral, de primeira classe,  que naquela época findava na cidade do Ipu, distante 216km de Camocim, o sujeito teria que desembolsar 12$300 réis. Entre os principais funcionários da ferrovia, se destacava entre os telegrafistas, Austrieliano Fonseca Coelho, entre os conferentes, Júlio Cícero Monteiro, fiéis de estação, Alexandre Carlos de Vasconcellos, condutor de trem de 1ª classe, Manoel Luiz de Sampaio. As correspondências dos Correios ficavam a cargo do agente Joaquim Francisco Coelho. As cargas que chegavam nos vapores oriundos das províncias do norte e do sul do país e do estrangeiro, desembarcavam no trapiche da Companhia Maranhense, inaugurado quatro anos antes (1888) quando a escravidão era abolida em todo Brasil. Em janeiro de 1892, depois de uma breve estadia no Porto de Camocim para reparos, a barca norueguesa "Theodor", capitaneada por A. M. Andreassen, partiu para o Pará. Na década seguinte, outro norueguês, o Capitão M. L. Lorentzen fundava em Camocim a sua companhia com os vapores Camocim, Sobral, Ipu e Cratheus. Dois anos depois do nascimento de Pinto Martins, o jornal granjense "A Reforma", fazia a leitura da conjuntura dizendo que: "Não foi tanto a corrupção dos nossos homens de Estado nem a má conducta do soberano deposto que produziram a queda da Corôa, sinão a ausência de tradições monarchica que occasionou, talvez prematuramente, a proclamação do regimem democrático".
Se hoje se comemora o Dia de Pinto Martins em Camocim, deve-se, portanto, à atitude dele de incluir a cidade no voo pioneiro que todos já sabem qual foi, visto que no planejamento inicial não constava no trajeto. Por outro lado, a memória das festas e homenagens aqui recebidas e a repercussão na imprensa da época, ajudou a solidificar Camocim e Pinto Martins, com relação ao seu nascituro, posto que o mesmo foi  batizado três meses depois, (28 de julho de 1892), na Igreja Matriz de  Macau e também registrado no Cartório Civil daquela cidade potiguar.  Desde cedo, o menino Euclides demonstrava ter uma inteligência diferenciada dos garotos da época. Desde os cinco anos de idade começou a estudar na escola pública local. 
Na próxima postagem retomaremos as histórias do voo inédito Nova Iorque ´Rio de Janeiro.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS VII. O SAMPAIO CORREIA II


Sampaio Correia II. 1922. Haiti. Fonte:Revista da Semana, RJ. nº 9, p.23, 1923.
Como se disse na postagem anterior, o hidroavião Sampaio Correia I ficara destroçado. Passado o susto inicial, verificou-se que apenas a  terceira etapa do raid aéreo havia sido concluído. Pinto Martins, Walter Hinton e os tripulantes, no entanto, não davam sinais de desânimo. Neste sentido, continuaram com a "idéia de provar que uma rota aérea ligando as Américas (norte e sul) era viável". Deste modo, convenceram que o jornal The New York Word providenciassem um outro avião para a continuação do percurso aéreo. Retornaram para Flórida nos EUA onde o jornal adquiriu junto à Escola Naval de Pensacola um outro hidroavião, que tinha seis anos de uso. Feita a doação no dia 04 de setembro de 1922, o agora Sampaio Correia II retomava o raid e pousava em  Porto Príncipe no Haiti em 07 de setembro de 1922, dia em que se comemorava a Independência do Brasil, motivo inicial da viagem.



Base Naval de Pensacola. Flórida. EUA.

Fonte: O Literário. Camocim-CE.

terça-feira, 12 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS - VI. TEMPESTADES


Destroços do Sampaio Correia I - Baía de Guantanamo-Cuba.
Fonte: Revista da Semana, RJ, 1923, nº10, p.22.
Feito o roteiro e dada a partida em 17 de agosto de 1922, os aventureiros do Sampaio Correia I começaram a ter os primeiros problemas, notadamente pela afoiteza em não levarem em conta as previsões metereológicas que apontavam tempestades na região. Naquele tempo, a metereologia ainda era uma ciência incipiente. Transcrevemos abaixo um breve resumo destes primeiros percalços no raid aéreo New York - Rio.


Neste mesmo dia, 17 de agosto,  o avião foi obrigado a pousar em Nanten, por causa de um forte temporal. Pernoitaram ali, e decolaram de manhã com destino a Southport,  onde chegaram dia 19/08.   Prosseguiram viagem e dia 20 chegaram em Charleston,  sem dificuldades. Reiniciaram a viagem e tiveram que pousar em West  Palm Beach devido a outro temporal. Partiram dia 21 às 11:00 horas e amerissaram em Nassau, onde pernoitaram,  seguindo de manhã com destino a Porto Príncipe no  Haiti. Neste trecho foram  surpreendidos por forte borrasca, perderam altitude e caíram no mar por volta das 20:00 horas, ao leste da ilha de Cuba, além do Cabo Maisi.

As coisas nesta noite ficaram pretas! Nossos aventureiros estavam em pleno Atlântico, escuridão total, riscos de tubarões e afogamento. Felizmente, não ficaram feridos na queda. O "Sampaio Corrêa" ainda flutuava e eles localizaram as pistolas sinalizadoras, encontradas com dificuldades no escuro. Assim os fogos de artifícios  iluminaram os céus do oceano, naquela noite, num desesperado pedido de socorro! Lamentavelmente, estes  sinais não foram vistos...  A situação tendia a complicar, pois no avião entrava água por buracos feito pela colisão com o mar. Foi neste clima de preocupação, que Pinto Martins com seus bons conhecimentos de náutica, lembrou-se que tinham uma lanterna grande, a qual achou numa parte do avião, ainda seca. O jovem intrépido  subiu no nariz da nave naufragando e passou a  fazer sinais luminosos de socorro. Não demorou muito, pois perto dali, a Canhoneira da Marinha Americana "Denver", viu os sinais luminosos e apitou, seguindo em socorro dos náufragos. Foram feitas tentativas, em vão, de rebocar o "Sampaio Corrêa" que acabou indo para o fundo do mar sob os olhares tristes de nossos aventureiros...
O próprio Pinto Martins deu a seguinte declaração ao Jornal do Brasil:
  "...sendo piores possíveis as condições atmosféricas, os aparelhos de altitude perderam a precisão. Reinava  forte cerração e quando acreditávamos estar muito acima do nível das águas, nela batemos com violência. Com a força do choque o aparelho furou e foi invadido pela água..."

Avião perdido. Os náufragos foram levados para a Base Naval de Guantânamo,  em Cuba.

Na próxima postagem, o prosseguimento da viagem!

Fonte:http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Pinto+Martins&ltr=P&id_perso=470

sexta-feira, 8 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS V - O PERCURSO PREVISTO



Raid New-York - Rio. Revista da Semana, Rio de Janeiro, Ano XXIII, nº 35, 26 de agosto de 1922.

Como já anunciado aqui, o Sampaio Correia I, pilotado por Walter Hinton e Pinto Martins saiu da baía de North River, New York em 17 de agosto de 1922. As principais revistas cariocas - Revista da Semana e Fon Fon, ainda não noticiavam na semana seguinte à partida, os primeiros problemas enfrentados pelos aviadores nas etapas iniciais. Contudo, estampavam o percurso de 5.944 milhas previsto no planejamento do raid: Charleston (Carolina do Sul), Nassau, Porto Rico, Martinica, Trinidad, Georgetown, Paramaribo, Belém, São Luís, Aracaty, Natal, Recife, Salvador, e Rio de Janeiro.
Como podemos perceber, Camocim não estava inicialmente nos planos aeronáuticos dos aviadoresm tampouco, Fortaleza. Em postagens postetiores, discorreremos sobre a parada em terras camocinenses e os porquês da não aterrisagem na capital cearense.  





Raid New York-Rio de Janeiro. Revista Fon Fon, Rio de Janeiro, nº. 34931, 1922. 

quarta-feira, 6 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS IV - O VOO ANUNCIADO NO BRASIL

Manchete do Correio da Manhã, RJ de 17/07/1922, anunciando do voo New Iork-Rio de Janeiro.

A notícia de que se pretendia ligar por via aérea New York e Rio de Janeiro correu o mundo. No Brasil, as primeiras notícias, apesar de ganhar as primeiras páginas dos jornais, como a do Correio da Manhã do Rio de Janeiro, mostrada acima, focavam mais na figura do piloto americano Walter Hinton, talvez por sua experiência anterior na travessia do Atlântico. Neste jornal, como se pode ler na notícia abaixo, Euclydes Pinto Martins é dado como sendo filho do estado de Pernambuco, desconhecendo totalmente o lugar onde nascera, Camocim, no Ceará e de onde fora batizado e registrado aos três meses de idade, Macau, Rio Grande do Norte.
O restante da notícia e mais detalhes da viagem aeronáutica pode ser conferida na figura abaixo:



Noticia do raid aéreo Nova York - Rio de Janeiro. Correio da Manhã, 17/07/1992, p.1

Fonte: Jornal Correio da Manhã, RJ, segunda-feira, 17/07/1992, nº 8584, p.1.

terça-feira, 5 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS - III. O INÍCIO DA AVENTURA

Cartaz em homenagem ao raid Nova York - Rio, publicado na Revista O Malho, RJ, 1923, nº 1066, p.21.


O cartaz acima além de representar alegoricamente as duas nações unidas no feito aeronáutico comandado pelos aviadores Walter Hinton e Pinto Martins, traz em sua composição o espírito de cooperação que experimentavam Estados Unidos e Brasil, muito antes de se falar da tal política de boa vizinhança.
A legenda celebrativa da imagem nos diz: " - Salve , Walter Hinton! Salve, Pinto Martins! Vós unistes pelo ar as patrias mais representativas do continente americano - Os Estados Unidos e o Brasil. Em nome da Pátria Brasileira - Salve heróes! Salve denodados pioneiros da futura Civilisação do mundo! 
A saudação esconde os problemas enfrentados pelos aviadores em sua aventura, por um lado, mas, por outro, enaltece a coragem dos mesmos, irmanados no desejo geopolítico dos fatores positivos da jornada.
Os jornais da época acompanhavam avidamente estas aventuras aéreas. Não foi diferente com a ligação Nova York - Rio de Janeiro. Nas próximas postagens vamos trazer estes acontecimentos, inclusive os problemas enfrentados pela tripulação do Sampaio Correia I (SC I). Por enquanto fiquemos com o relato da partida:
A partida de Nova York verificou-se no dia 17 de agosto. Seriam quasi tres horas da tarde. No ceu muito azul, inteiramente livre de nuvens, o disco solar couruscava. A doca de North River, deante da rua 86, parecia um formigueiro humano. Mais de um milhão de pessôas havia se agglomerado de encontro ao caes, com os olhos fixos no grandioso passaro meccanico. O hydro-avião "Sampaio Correia", pintado de novo, ostentava nos flancos as bandeiras consstelladas das duas grandes republicas irmãs. Ás 15 horas, cantadas uma por uma nos relogios da cidade, o possante motor começou a roncar soturnamente. Com quatro ou cinco manobras habeis, o apparelho movia-se, evoluia entre as embarcações apinhadas de gente, procurava a parte mais ampla e livre do rio.
Houve, então, o prodigio. Erguendo-se daquelle milhão de almas em desatino, dez, talvez cem milhões de vivas atroaram os ares. [...] O apparelho lançou-se de manso, primeiro rente com a água, depois esboçou-se no espaço em ascensão rápida, uma curva harmoniosa e triunphante, dirigindo-se para o sudeste, para os lados do mar, onde a amplidão pare mais ampla... 

(Fonte: Revista da Semana, RJ, 1923, nº 09, p,22-3).




domingo, 3 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS II - A MONTAGEM DO AVIÃO

Montagem do avião Sampaio Correia I. 1922. Fonte: Revista da Semana/RJ. 1923, nº 09, p.21.

Sem dúvida, as primeiras décadas do século XX foi a era dos "raids" aéreos. Com a intenção de marcar o centenário de nossa independência, Euclydes Pinto Martins e Walter Hinton projetaram "singrar" o Oceano Atlântico e unir as três Américas num voo que ligaria New-York ao Rio de Janeiro. Para isso se isolaram da agitada cidade americana para traçarem os planos. Mas do que uma aventura, como era de costume nos raids daquela época, a dupla ambicionava algo maior: a possibilidade de inaugurar uma rota comercial entre as duas cidades. Neste voo trouxeram até uma documentação diplomática entre os dois países no sentido de realizarem uma primeira experiência postal. 
Antes mesmo da partida, em 17 de agosto de 1922, a curiosidade jornalística já identificara os planos de Hinton e Pinto Martins, tanto que um dos patrocinadores da viagem foi o jornal novaiorquino New York World.
Na postagem de hoje, mostramos os dois aviadores na casa de Walter Hinton e os preparativos da montagem do avião Sampaio Correia I (SC I). No detalhe, Pinto Martins é fotografado na escada. (foto acima). Na foto abaixo, verifica-se a montagem do motor do referido hidroavião (SC I) que não chegaria ao Brasil devido a avarias no percurso, que mostraremos nas próximas postagens.





Fonte: Revista da Semana. 1923, nº 9, p,21.
  





sábado, 2 de abril de 2016

ABRIL PINTO MARTINS - I - A SÉRIE

Euclydes Pinto Martins. 1924. Fonte: Revista Beira-Mar. RJ, nº 36, p.3.


Durante o mês de abril, o blog Camocim Pote de Histórias fará sua homenagem ao aviador Pinto Martins com a série "ABRIL PINTO MARTINS". Nesta série pretendemos abordar o ilustre camocinense para além do feito aeronáutico que ligou pioneiramente em 1923, Nova Iorque ao Rio de Janeiro, inédito para aquela época, mas trazer aspectos do projeto do raid aéreo, as homenagens recebidas Brasil afora, detalhes da vida privada e a morte prematura do aviador camocinense. Desta forma, espera-se colaborar para o entendimento histórico deste personagem ainda pouco estudado e às vezes pouco lembrado, notadamente nos anais da história da aviação brasileira.