Detalhe de vista aérea da costa camocinense. Foto: Camocimonline. |
Voltou há algumas semanas atrás na mídia, a questão da exploração do petróleo na costa cearense. Efetivamente, nos anos 1980, Camocim foi alvo de pesquisa e o erário municipal embolsou alguns royalties na época. No entanto, nossa relação com o chamado "ouro negro", é muito mais antiga do que pensamos. Vai desde a inicativa de Pinto Martins, quando completa o voo New York-Rio de Janeiro. Nosso intrépido aviador ao morar nos Estados Unidos deve ter tido conhecimento da potencialidade da exploração do petróleo no Brasil. Tanto é, que comprou alguns estudos da viúva de um estudioso estrangeiro que morrera misteriosamente em Alagoas. Sintomaticamente, após o suposto suicídio e morte de Pinto Martins, os estudos desapareceram misteriosamente de seu apartamento no Rio. O escritor Monteiro Lobato (ele próprio, um estudioso e incentivador da exploração do petróleo no Brasil) eleva Pinto Martins à categoria de "mártir" na defesa do petróleo no Brasil. Tempos depois, na famosa campanha "O Petróleo é nosso", que levou os estudantes de todo o Brasil para as ruas, em Camocim, tivemos algumas manifestações a favor da mesma, como palestras na Sociedade Beneficente Ferroviária proferidas pelo nosso saudoso Artur Queirós, assim como uma proposição do vereador comunista Pedro Teixeira de Oliveira (Pedro Rufino) em criar na Câmara Municipal de Camocim uma "Comissão de Defesa de Petróleo".
Fonte: Câmara Municipal de Camocim. Livro de Atas. 16 de junho de 1948.