segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ZÉ DA GUERRA - O PRACINHA CAMOCINENSE NA 2ª GUERRA MUNDIAL

Santinho de José Batista Barbosa. Arquivo da Família Barbosa.
Ele nasceu fortalezense, no dia do padroeiro de todos os cearenses, São José (19 de março de 1924), mas morreu camocinense(29.01.2001). Entre estes dois marcos de sua vida de 77 anos, JOSÉ BATISTA BARBOSA, o popular ZÉ DA GUERRA foi um daqueles homens que tinham realmente muitas  histórias para contar. Como o próprio apelido aponta, ele foi um dos pracinhas brasileiros que participaram da contrapartida brasileira no esforço dos Aliados na Segunda Guerra Mundial  contra o Eixo.
Segundo dados de uma biografia feito por familiares de Zé da Guerra, aos dezoito anos ele "ingressou no Exército Brasileiro para cumprir o serviço militar obrigatório, na cidade de Fortaleza, porém para o cumprimento do serviço militar teve que embarcar em navio para a cidade de belém rumo à 8ª Região Militar, aonde veio se especializar em soldado combatente em Artilharia Antiaérea, manuseando metralhadora Tripé Calibre 50". Por ser da artilharia, Zé da Guerra, ainda segundo o documento familiar, foi o único soldado artilheiro a representar o Estado, posto que a maioria dos soldados convocados para o esforço de guerra eram da infantaria e ficaram de sobreaviso aguardando chamado, mas que não vieram realmente a combater. Desta forma, quando adolescente, sempre ouvia alguém dizer que Zé da Guerra não tinha ido ao teatro da guerra, fato este que a família esclarece neste documento, dentre outros utilizados para receber uma indenização do Governo Federal. De volta da guerra, onde combatera no "Segundo Escalão da Força Expedicionária Brasileira que participou ativamente ao lado das tropas americanas, nos combates nos Alpes italianos", os pracinhas foram recebidos no Porto do Rio de Janeiro e saudados com discurso do Presidente Getúlio Vargas. Zé da Guerra, homenagado com a Medalha de Campanha, dentre outros documentos, pede transferência para o 23º BC - Batalhão de Caçadores e "em seguida deu baixa no serviço militar". Aos vinte e três anos, procurando por parentes acaba vindo para Camocim, onde estabeleceu-se como mecânico de máquinas na antiga REFFSA, emprego este garantido por Decreto Federal para quem havia sido declarado ex-combatente. "Casou-se com Maria Torres Barbosa om quem teve vários filhos."

Fonte: Biografia de José Batista Barbosa por sua neta Carine Barbosa. Gentilmente cedida pelo Prof. Paulo José.

4 comentários:

  1. Ilustre figura do dia a dia camocinense das décadas de 80 e 90, várias vezes, me parava lá na praça da rodoviária pra dá conselhos, já que sou um amigaço de dois dos seus filhos, Edmilson e Edvaldo. Muito das vezes contava sobre suas "façanhas" na 2º grande guerra, inclusive do manuseio da MTR 12,7mm (.50) nos cantões italianos, me surpreendeu quando os familiares falaram q o mesmo estava sofrendo de mal de alzheimer, uma das últimas vezes em q o ví, meados de 2000, estava sentado em sua nova casa, se não me engano, na Paysandu e ainda falei pra sua espos, e aí Seu Zé....!!!!

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  2. O seu Zé da Guerra foi um mestre para mim. Ele sempre muito solícito transmitia seus conhecimentos com o maior prazer. Aprendi muito com ele. Era uma pessoa extremamente agradável, e ouvir seus ensinamentos foi deveras interessante para a minha própria formação. Tive o prazer e o privilégio de conviver com a família Batista Barbosa durante minha infância e adolescência. São pessoas amigas de quem tenho muitas saudades.Sobre as histórias da guerra contada pelo meu mestre, Zé da Guerra, existe uma de que lembro até hoje. Disse-me que quando a esquadra brasileira rumava para lutar na Itália,o oficial superior anunciou que todos se preparassem pois o navio iria passar sob a Linha do Equador. Um colega correu para a proa da embarcação para ver a tal linha e foi interceptado pelo seu Zé que com muita sapiência disse: "não vá, pois o Equador é apenas uma linha imaginária". Esta foi apenas uma pequena história contada pelo mestre que tinha a simplicidade e a honradez como principais virtudes. Saudades do seu Zé da Guerra. Um grande abraço à família.

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  3. Não esqueço de quando passava rumo a escola e estava ele em sua calsada e perguntava sempre pelo Zé Jovino meu pai e seu amigo.

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  4. Tive a oportunidade de conhecer a história do ex-combatente JOSÉ BATISTA BARBOSA, o "Zé da Guerra", pai da Goreth Barbosa, sogro do Cícero e avô da Gisele e Cícero Júnior (família amiga e honesta). E assim fui conhecendo sua família, dona Maria Torres, cônjuge e Helda Barbosa, sua outra filha. Parabéns a toda família!

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