quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CAMOCIM NOS LIVROS. XII. E NA FICÇÃO DE RAQUEL DE QUEIROZ

Capa de "As Três Marias". Rachel de Queiroz. TAG/José Olympio.2017.

Há um ano sou assinante da TAG - Experiências Literárias. Neste sistema, a cada mês, o assinante recebe um livro especialmente editado em projeto gráfico inovador e criativo, da literatura nacional ou internacional, desde títulos clássicos a autores desconhecidos no Brasil. Neste novembro de 2017, tive a grata satisfação de receber um romance de Rachel de Queiroz, "As Três Marias". A satisfação aumentou ainda mais quando da leitura do romance. ao ver Camocim, sendo citado em duas passagens, às paginas 64 e 74. Embora que Camocim não seja o espaço onde se passa o romance, interessante e ver como este espaço faz parte do universo ficcional de Rachel de Queiroz: o  porto, como um lugar de passagem para se chegar a Fortaleza, capital do estado, ou mesmo no imaginário de um marinheiro que aparece na trama. 
Na primeira, uma personagem secundária Teresa, ao ser descoberta namorando com um filho de um desafeto de seu pai, provoca um escândalo e a família dela resolve mandá-la para um colégio de freiras na capital. Daí, Rachel escreve: "Teresa levou uma surra de relho e no dia seguinte estava tomando o navio em Camocim, rumo a Fortaleza, onde a esperavam o internato, o degredo". (p.64).
Na segunda passagem, a escritora trata da personagem Jandira, uma das internas do Colégio Imaculada Conceição, falando de seu namorado, um marinheiro, que lhe envia vários presentes e são compartilhados com as "Três Marias", menos as cartas: "Nunca, porém, nos mostrou as cartas, as que ele escreveu durante uma viagem que fez a Camocim". (p.74).
Camocim, portanto, como um lugar que tinha um porto importante, passagem quase que obrigatória de velhos marinheiros, fez parte do universo ficcional da maior escritora cearense, Rachel de Queiroz.
Para aguçar a curiosidade dos nossos leitores, segue um resumo da obra acima referida:

Em seu quarto romance, 'As Três Marias', a escritora cearense Rachel de Queiroz foi ainda mais fundo em um tema que já estava presente em todas as suas obras anteriores: o papel da mulher na sociedade. A história tem início nos pátios e salas de aula de um colégio interno dirigido por freiras: Maria Augusta, Maria da Glória e Maria José são amigas inseparáveis que ganham de seus colegas e professores o apelido de 'as três Marias'. À noite, deitadas na grama e olhando para o céu, as meninas se reconhecem na constelação com a qual dividem o nome. A estrela de cima é Maria da Glória, resplandecente e próxima. Maria José se identifica com a da outra ponta, pequenina e trêmula. A do meio, serena e de luz azulada, é Maria Augusta - ou simplesmente Guta, como sempre preferiu ser chamada. Com o passar do tempo, Maria da Glória se transforma em uma dedicada mãe de família e Maria José se entrega por completo à religião. Guta, por outro lado, não se sente capaz de seguir os passos de nenhuma de suas velhas companheiras. Apesar de sua formação conservadora e rígida, ela sempre desejou ir muito além dos portões e muros daquele internato. Seus instintos a instigavam a procurar e explorar novos mundos. Assim, Guta termina a colégio e corre em busca de sua independência. Seu ideal é viver sozinha, seguir seu próprio caminho, livrar-se da família, romper todas as raízes, ser completamente livre. A realidade, no entanto, se mostra muito diferente daquilo que estava descrito nos romances açucarados e livros de poesia que passavam de mão em mão entre as adolescentes sonhadoras. Guta descobre o amor, mas através dele é também apresentada à desilusão e à morte. 'As Três Marias', publicado originalmente em 1939, conquistou o cobiçado prêmio da Sociedade Felipe de Oliveira e, décadas depois, foi adaptado como uma novela para a televisão. De leitura ágil, o romance é um importante marco na literatura brasileira e um dos mais populares em toda a obra de Rachel de Queiroz.

Fonte: Livraria Saraiva.
QUEIROZ, Rachel de. As Três Marias. 1ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2017, p.64 e 74.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

O VAQUEIRO EM VERSOS. PROJETO VISA PERPETUAR O ABOIO

ALUNOS DA Escola ProfISSIONAL DE GRANJA, JONH PEREIRA E GEANE PINTO , DESENVOLVEM O PROJETO "O VAQUEIRO EM VERSOS: PELA PERPETUAÇÃO DO ABOIO",  QUE BUSCA CHAMAR A ATENÇÃO PARA ESTE ASPECTO DE NOSSA CULTURA POPULAR. O PROJETO TEM COMO ORIENTADORES OS PROFESSORES Célia Santos e Inácio Carvalho

Fonte: vaqueiro-lu-paternostro.

O Projeto surgiu em um momento em uma discussão na aula de Projeto Interdisciplinar (P.I), nas quais tratávamos acerca das profissões dos pais dos alunos, em que se constatou a existência de muitos deles o ofício de vaqueiro. Diante de alguns debates notamos que a profissão apesar de resistir ao tempo, estava se perdendo em meios aos processos de massificação da globalização.
            Era preciso que se pensasse em alguma ação que trabalhasse a continuidade da profissão em que os alunos pudessem conhecer melhor a mesma, e a vissem como parte da cultura local de Granja. Assim, trabalhamos em base de questionários retratando que muitos dos alunos não conheciam o aboio, símbolo da profissão do vaqueiro.
            Com isso, o trabalho buscou na história oral, obter traços da vida de alguns vaqueiros da cidade de Granja, que se reuniram com os alunos participantes do projeto em uma roda de conversa de onde saíram muitas histórias recontadas após em formato de cordéis feitos pelos alunos.
            Diante dos relatos encontrados e dados percebidos pela pesquisa de campo, foi realizada na EEEPEOAC uma exposição intitulada: Casa do Vaqueiro com objetos utilizados por eles em seu cotidiano. Os vaqueiros entrevistados participaram dando vida a exposição, cantando seus aboios em meios aos improvisos dos versos.
            O projeto após passar pela etapa escolar irá disputar a Regional (CREDE 04), buscando resultados satisfatórios em meio a seu principal objetivo que é: reconhecer a profissão do vaqueiro, valorizando o seu aspecto histórico-cultural na cidade de Granja. O desejo é ir além da cidade, levar adiante essa importância a esse homem do sertão assim como nos remete Raimundo Girão: “Foi este homem assim quem, destemidamente, forjou a colonização do Nordeste e a mantém até hoje. Venceu o índio, venceu a agrestia do ambiente, venceu as feras que o cercavam em cada instante..”A figura emblemática do vaqueiro prenuncia desde primórdios da colonização brasileira a sua significativa importância devido o apoio constante a boiada do patrão e a luta na guia da mesma. A cidade de Granja reflete um cenário efervescente desta cultura, mesmo diante das mudanças no processo de urbanização, o vaqueiro continua a agir apesar dos jovens não se dedicarem tanto mais a dar seguimento na profissão.
            O projeto tem ganhado muita força dentro da escola e na comunidade local, mostrando a sua real dimensão e significância. Pois vale a pena lutar pela causa de nossa cultura. Nossas próximas ações serão baseadas no encontro com os vaqueiros da região buscando transmitir aos mesmos seus direitos de acordo com a lei, buscando estratégias junto a eles para perpetuar de fato, esta bela profissão.
Avante vaqueiros!!!
prof. Célia santos (orientadora do projeto)


sábado, 11 de novembro de 2017

EDUARDO ARAÚJO BRITO. EX-VEREADOR DE CAMOCIM

Eduardo de Araújo Brito. Fonte: Livro A Casa do Povo. 2008.


Será inaugurado hoje, sábado 11 de novembro de 2017, com a presença do governador do estado do Ceará, Camilo Santana a sede da Unidade Regional do Detran em Camocim. A obra contou com investimentos de R$ 2,279 milhões, através da Secretaria das Cidades. A sede regional do Detran está localizada no Km 399 da CE 085, no bairro Tijuca. São 7.928 metros quadrados de área construída, em um terreno de 39.778 metros quadrados. A área administrativa é de 905 metros quadrados, a pista de exame de motocicleta tem 2.613 metros quadrados; área de vistoria 207 metros quadrados e depósito de veículos 2.707 metros quadrados. Esta é a 15ª unidade regional do Detran do Ceará, que conta com atendimento descentralizado do Órgão nas 14 regiões administrativas do Estado. Os cinco municípios atendidos pela nova regional são: Camocim, Granja, Chaval, Barroquinha e Martinópole. O prédio da referida unidade leva o nome do ex-vereador e ex-funcionário do DETRAN-CE, Eduardo de Araújo Brito. Aproveitamos a oportunidade para publicar o perfil do mesmo e alguns aspetos da sua atuação na Câmara Municipal de Camocim.
Nome Completo (apelido): Eduardo de Araújo Brito (Eduardinho).
Filiação: Maria Antonieta Araújo Brito e Francisco Brito Passos.
Naturalidade: Chaval-CE.
Data de Nascimento: 24/03/1956.
Data de falecimento: 21/02/2004.
Escolaridade: 2º Grau.
Profissão: Servidor Público Estadual – DETRAN.
Mandato: 01.
Período: 1988 a 2002.
Partido: PSDB.
Principais Projetos e/ou Requerimentos:
Envolvido com Ação Social e Comunidades.
Qual seu político de referência?
Murilo Rocha Aguiar.
Se pudesse realizar uma obra ou projeto para Camocim, qual seria?
Na urbanização e regularização do trânsito camocinense.  Sinalização.
Qual foi sua motivação para entrar na política?
Murilo Rocha Aguiar.

Eduardo Araújo Brito foi eleito como vereador da Câmara Municipal de Camocim, na 11ª Legislatura, de 1989 a 1992, onde foi Primeiro Secretário no biênio 1991-1992. Nesta legislatura, por força de Lei, todas as Câmaras Municipais do Brasil tiveram que elaborar as novas Leis Orgânicas Municipais. Deste modo, o referido vereador foi eleito como  Presidente da Constituinte Municipal que promulgou a Lei Orgânica do Município em 1990. Dentre os vários requerimentos do citado vereador, podemos citar o que denomina de Murilo Aguiar  a  "Praça fronteiriça a estação ferroviária, inclusive a oposição do seu busto no mesmo local" e o requerimento que denominou de "Bairro Boa Esperança", situado ao Norte pela rua denominada Perimetral; ao sul pela rua denominada São Braz, a Leste pela rua denominada Antônio Magalhães.”  (aprovado em 29 de novembro de 1991).


 Fontes:
http://www.ceara.gov.br
Livro de Atas da Câmara Municipal de Camocim.
Livro "A Casa do Povo". 2008.