quarta-feira, 29 de agosto de 2012

AS COMENDAS DO ZÉ DA GUERRA .

Como prometido, divulgamos as comendas ganhas pelo pracinha da FEB José Batista Barbosa, o popular Zé da Guerra.  Nosso amigo Garcia, filho do Zé da Guerra havia nos prometido as imagens, mas, dando uma pesquisada, já as encontramos na rede, as quais reproduzimos abaixo, complementando a postagem referente ao nosso herói na Segunda Guerra Mundial:
 Medalha de Campanha conquistada pelo Zé da Guerra,  pelos serviços prestados na 2ª Guerra Mundial.
  Brevê com Simbolo da 2ª Guerra Mundial com o Lema"A COBRA VAI FUMAR".
 
Pargeta com a Identificação do Soldado, onde vinha o Pais, Nome, Batalhão.
Clique na foto para Ampliar
Diploma  da medalha de Campanha que foi entregue pela a filha do Presidente Getúlio Vargas à Zé da Guerra
 
 
Fonte: http://www.pesquisecamocim.blogspot.com.br. By Elivelton Araújo.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

CAMOCIM NA ACADEMIA. TURISMO VIRA TESE DE DOUTORADO NA USP

Orla marítima de Camocim. Foto: Vando Arcanjo.
Chega-me às mãos o trabalho do colega Lenilton Francisco de Assis, do Curso de Geografia da UVA em que trata da atração do espaço camocinense  para o turismo residencial. Trata-se de sua Tese de Doutorado defendida neste ano na Universidade de São Paulo-USP. Para além do fenômeno turístico, o professor analisa as políticas de incentivo ao turismo, sua implementação no município, a potencialidade do município como destino turístico, assim como os problemas ora enfrentados. Vale ressaltar, em conversa com o autor, a dificuldade encontrada em estabelecer um diálogo, ou mesmo uma entrevista com o gestor atual para oferecer sua visão sobre o tema, assim como sua política para o setor. Abaixo, reproduzimos o resumo da obra. Colocamos também o contato do professor caso algum internauta queira mais detalhes sobre a referida tese.

RESUMO

O aumento da mobilidade tem incorporado novos usos às segundas residências que tornam ultrapassadas antigas polêmicas conceituais como a indefinição entre domicílios de lazer e alojamentos turísticos. Hoje, elas tanto abrigam o veranista local que desfruta do lazer de final de semana, quanto o turista residencial que adquire nova moradia em outro país, onde se comporta como turista e imigrante. Com o incremento das viagens, múltiplos territórios (materiais e simbólicos) são acionados entre as primeiras e as segundas residências, produzindo novas dinâmicas espaciais que resultam na multiterritorialidade. Lógicas distintas de territorialização, endógena e exógena, passam a conviver e a se confrontar nos espaços apropriados por esses domicílios que têm o seu boom atrelado à crescente fusão do turismo com o setor imobiliário. Tomando como referência essas transformações em curso no Nordeste brasileiro, a pesquisa busca enfocar os velhos e novos usos das segundas residências em Camocim/CE, visando entender se suas diferentes lógicas de territorialização promovem a solidariedade ou a segregação socioespacial. A partir de uma abordagem qualitativa, o estudo analisa como as praias das Barreiras, Maceió e Tatajuba se convertem, em Camocim, em múltiplos territórios de convivência e de conflitos entre nativos e visitantes.

Palavras-chave: turismo; segunda residência; território; turismo residencial; setor imobiliário; multiterritorialidade.

Fonte: ASSIS, Lenilton Francisco de. Entre o turismo e o imobiliário: velhos e novos usos das segundas residências sob o enfoque da multiterritorialidade - Camocim/CE. 2012. 278 f. Tese (Doutorado em Geografia Humana). Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, 2012. E-mail: lenilton@yahoo.com

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ZÉ DA GUERRA - O PRACINHA CAMOCINENSE NA 2ª GUERRA MUNDIAL

Santinho de José Batista Barbosa. Arquivo da Família Barbosa.
Ele nasceu fortalezense, no dia do padroeiro de todos os cearenses, São José (19 de março de 1924), mas morreu camocinense(29.01.2001). Entre estes dois marcos de sua vida de 77 anos, JOSÉ BATISTA BARBOSA, o popular ZÉ DA GUERRA foi um daqueles homens que tinham realmente muitas  histórias para contar. Como o próprio apelido aponta, ele foi um dos pracinhas brasileiros que participaram da contrapartida brasileira no esforço dos Aliados na Segunda Guerra Mundial  contra o Eixo.
Segundo dados de uma biografia feito por familiares de Zé da Guerra, aos dezoito anos ele "ingressou no Exército Brasileiro para cumprir o serviço militar obrigatório, na cidade de Fortaleza, porém para o cumprimento do serviço militar teve que embarcar em navio para a cidade de belém rumo à 8ª Região Militar, aonde veio se especializar em soldado combatente em Artilharia Antiaérea, manuseando metralhadora Tripé Calibre 50". Por ser da artilharia, Zé da Guerra, ainda segundo o documento familiar, foi o único soldado artilheiro a representar o Estado, posto que a maioria dos soldados convocados para o esforço de guerra eram da infantaria e ficaram de sobreaviso aguardando chamado, mas que não vieram realmente a combater. Desta forma, quando adolescente, sempre ouvia alguém dizer que Zé da Guerra não tinha ido ao teatro da guerra, fato este que a família esclarece neste documento, dentre outros utilizados para receber uma indenização do Governo Federal. De volta da guerra, onde combatera no "Segundo Escalão da Força Expedicionária Brasileira que participou ativamente ao lado das tropas americanas, nos combates nos Alpes italianos", os pracinhas foram recebidos no Porto do Rio de Janeiro e saudados com discurso do Presidente Getúlio Vargas. Zé da Guerra, homenagado com a Medalha de Campanha, dentre outros documentos, pede transferência para o 23º BC - Batalhão de Caçadores e "em seguida deu baixa no serviço militar". Aos vinte e três anos, procurando por parentes acaba vindo para Camocim, onde estabeleceu-se como mecânico de máquinas na antiga REFFSA, emprego este garantido por Decreto Federal para quem havia sido declarado ex-combatente. "Casou-se com Maria Torres Barbosa om quem teve vários filhos."

Fonte: Biografia de José Batista Barbosa por sua neta Carine Barbosa. Gentilmente cedida pelo Prof. Paulo José.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

OS PREFEITOS DE CAMOCIM - I

Desde 1919 que se tem a figura do prefeito na administração pública em Camocim. Também foram chamados de intendentes e interventores, de acordo com o período político. Desde então, já se passaram 30 gestões em 93 anos de história administrativa. Nas eleições de 2012, votaremos na 27ª pessoa para ocupar o cargo máximo da administração municipal. Durante este período, alguns ocuparam o cargo por mais de uma vez: Francisco Othon Coelho (1945- nomeado e 1948 - eleito), Setembrino Fontenele Veras (Eleito em 1950 e 1966), Sérgio de Araújo Lima Aguiar (Eleito e reeleito em 1996 e 2000) e Francisco Maciel de Oliveira (Chico Vaulino. Eleito e reeleito em 2004 e 2008). Vale ressaltar que de 1930 a 1947 os prefeitos foram nomeados pela Ditadura Vargas. Somente no ano de 1945 tivemos quatro prefeitos e em 1970 teve-se uma candidatura única onde foi eleito o Dr. José Maria Primo de Carvalho. Até agora, somente uma mulher ocupou o cargo, entre 1983 a 1988, Ana Maria Beviláqua Moreira Veras. Segue abaixo a lista completa de todos os prefeitos de Camocim:
Atualizando: Nas eleições de 2012 foi eleita para prefeito de Camocim Mônica Gomes Aguiar, a segunda mulher a administrar o município para o período 2013 a 2016. Foi reeleita em 2016 para a gestão 2017-2020.
Foto: Antigo Prédio da Prefeitura Municipal de Camocim. Ano de 1954. Recepção á Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima. Administração Setembrino Veras.Arquivo do Blog.

01 -1919 - Pe. José Augusto da Silva.
02- 1920 - Tte. Cel. José Vitorino de Meneses
03- 1921 - Moisés Cavalcante Rocha
04- 1923 - Francisco Nelson Pessoa Chaves
05- 1927 - Thomaz Zeferino Veras
06- 1930 - Dr. Gentil Barreira
07- 1935 - João da Silva Ramos
08- 1944 - Tte. João Batista de Souza Brandão
09- 1945 - Horácio Pessoa (março a junho)
10- 1945 - Antonio Alcindo Rocha - (julho a outubro)
11- 1945 - Antonio de Albuquerque Souza (novembro)
12- 1945-  Francisco Othon Coelho (dezembro)
13- 1946 - Tte. Luís Marques de Souza
14- 1947 - José Pinheiro Pessoa
15- 1948 - Francisco Othon Coelho
16- 1951 - Setembrino Fontenele Veras
17- 1955 - Murilo Rocha Aguiar
18- 1959 - Carlos Trévia
19- 1963 - João Batista Rocha Aguiar
20- 1967 - Setembrino Fontenele Veras
21- 1971 - Dr. José Maria Primo de Carvalho
22- 1973 - João Pascoal de Melo
23- 1977 - Edilson Veras Coelho
24- 1983 - Ana Maria Beviláqua Moreira Veras
25- 1989 - Murilo Rocha Aguiar Filho
26- 1993 - Antonio Manoel Fontenele Veras
27- 1997 - Sérgio Aguiar Lima Aguiar
28- 2001 - Sérgio Aguiar Lima Aguiar
29- 2005 - Francisco Maciel de Oliveira (Chico Vaulino)
30- 2009 - Francisco Maciel de Oliveira (Chico Vaulino)
31- 2013 - Mônica Gomes Aguiar
32-2017 - Mônica Gomes Aguiar
33- 2021 - Maria Elizabete Magalhães (Betinha)

Fonte: Lista preparada por Arthur Queirós e completada pelo blogueiro.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

NOSSO OBRIGADO AOS PAIS DE CAMOCIM

Sr. "Augusto Dentista". Foto: Arquivo do blog.
O que são as datas diante da importância dos pais? Nada! Contudo, é uma oportunidade para além do apelo comercial de agradecermos aos autores dos nossos dias. Esta postagem antes de tudo, é um chamamento para que aproveitemos o tempo para dedicar mais atenção aos nossos pais. Vocês, filhos, que ainda tem um para abraçar, beijar, conversar, passear, não deixem isso para depois. Faça dele seu melhor e maior amigo. E o melhor pai quase sempre é o da gente, não é mesmo! Portanto, em nome do meu velho pai que já não está entre nós, quero parabenizar a todos os pais camocinenses que fazem do seu dia-a-dia a tarefa sagrada  de criar seus filhos, dotando-os do necessário para seu crescimento e evolução.
Tomando como exemplo o meu pai, homem de poucas letras, mas, que tinha uma visão de futuro, apostou todo seu esforço de trabalho na formação dos filhos. Nos tornamos professores, funcionários públicos, todos encaminhados na vida. Embora não tenha formado nenhum cirurgião dentista (seu sonho!) penso que ele partiu satisfeito com as nossas conquistas. Ironia do destino, fui aprovado para o Curso de Odontologia da UFC - Campus Sobral na última chamada do ENEM. Feito as contas do tempo a dispender e dos prós e dos contras de uma decisão de fazer um curso de natureza integral aos 47 anos, optei por não cursar e possibilitar a oportunidade de uma pessoa mais jovem realizar seu sonho e quem sabe de seu pai também. Com isso, Seu Augusto, posso pelo menos um dia dizer que a oportunidade de realizar o seu veio um pouco tarde, mas, o que me consola é que sei que o senhor também concordaria com minha decisão. 
Requiescat in pace!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

FATOS DA POLÍTICA DE CAMOCIM-CE - A MORTE DO DEPUTADO MURILO AGUIAR

Era 1º de março de 1985. Encontrava-me na cidade de Itapipoca fazendo um estágio no então ITERCE (Instituto de Terras do Ceará), hoje IDACE. A tarde transcorria modorrenta quando pegando uma fresca no quintal do escritório da repartição, peguei o meu portátil e aleatoriamente, sintonizei uma rádio de Fortaleza, que subitamente entrou com um repórter ao vivo transmitindo as eleições para a renovação da Mesa Diretora da Assembleia. Legislativa. Qual não foi minha surpresa ao ouvir que o então Deputado Murilo Aguiar disputava aquela eleição. Tratei de chamar os outros colegas para informar o acontecimento e assistir comigo aquele evento. Alguns já me parabenizavam pelo fato do conterrâneo ilustre estar chegando ao cargo máximo do legislativo. Pensei em como os camocinenses acompanhavam aquela transmissão, visto que era difícil sintonizar as rádios da capital. Murilo Aguiar era um político quase mitológico que povoava o imaginário de boa parte da população camocinense, endeusado por seus correligionários e odiado por adversários. Com a disputa acirrada, minha torcida aumentava a cada voto, mas, logo instalou-se uma confusão que o repórter não sabia definir bem, com a retirada do deputado para um hospital da cidade. Depois viria a notícia fatídica de sua morte. Conforme uma publicação póstuma da Assembleia Legislativa se lê:

Quando da renovação da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa em 1985, apresentaram-se à disputa dois candidatos: Murilo Aguiar e Castelo de Castro. O primeiro, apoiado pelo Governador do Estado, Gonzaga Mota, enquanto Castelo de Castro recebia o beneplácito da oposição e do Presidente da Casa, Aquiles Peres Mota. A previsão do resultado de empate favorecia o mais velho, no caso Murilo Aguiar. A votação decorreu em clima dos mais tumultuados na história do Legislativo Cearense. Quase no final da apuração, o Presidente concluiu pela anulação de um voto favorável a Murilo Aguiar, determinando a vitória de Castelo de Castro. Não suportando o impacto do resultado , viu-se acometido de infarto do miocárdio, falecendo logo após atendimento hospitalar.
Como homenagem dos deputados, foi dado o seu nome ao Auditório da Assembléia Legislativa do Ceará.

Na transmissão radiofônica ainda pude ouvir que o voto anulado em questão tinha sido o do próprio Deputado Murilo Aguiar, o que teria contribuído ainda mais para o infarto do mesmo e até para a tentativa de revide físico contra o Presidente da Casa, Aquiles Peres Mota, por parte de alguns de seus filhos presentes. Para mim ficou a imagem de um homem que morrera em pleno exercício de sua vocação, não se evocando aqui nem qualidades nem defeitos, mas, simplesmente exercendo seu ofício.


Fonte: Ceará. Assembléia Legislativa do Estado. Memorial. Deputado Pontes Neto.Deputados Estaduais: 15a legislatura 1959-1962/ Assembléia Legislativa do Estado do Ceará. – 2. ed. – Fortaleza: INESP, 2006, p.160.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ASSOCIATIVISMO EM CAMOCIM: A MUTUALIDADE CAMOCINENSE

Jornal "O Rebate". Sobral-CE.1908. Arquivo: NEDHIS. Curso de História da UVA.

Desde o início do século XX e mesmo antes, que nossos antepassados se agremiavam com o intuito de melhor viverem. As associações mutuais, beneficentes, religiosas, esportivas, literárias, sindicais, político-partidárias, dentre outras, são exemplo disso e apareceram no cenário citadino obedecendo as transformações sociais que a nascente república trouxera. Deste modo, jornais e outros documentos por nós pesquisados traçam ao longo do tempo os diversos matizes que essas associações tiveram. Hoje trazemos à tona a MUTUALIDADE CAMOCINENSE que, como o próprio nome indica, tinha no mutualismo sua finalidade maior. Nas associações deste tipo o pecúlio por morte e/ou invalidez era um dos seus principais produtos. O associado contribuía com uma quantia mensal ao longo de sua vida, sendo resgatada por quem de direito, numa das situações descritas acima. O fragmento do jornal "O Rebate", de 1908, mostra a quitação de um pecúlio devido à viúva de Vicente Ferreira Capote, falecido a 15 de agosto de 1908., que contribuiu durante cinco anos na referida associação. Treze dias depois o jornal informava a quantia paga à Dona Thereza Amélia Capote: 1:374$000 (um conto trezentos e setenta e quatro mil réis). Como podemos perceber este tipo de associação é predecessora das atuais seguradoras.