quarta-feira, 29 de setembro de 2021

"SÉRIE HISTÓRIA CAMOCINENSE". CAMOCIM PUBLICA TRABALHOS SOBRE SUA HISTÓRIA. (XI SETEMBRO CAMOCIM. 2021. Nº10).

Selo da "Série História Camocinense". 2021. Editora Sertão Cult.


Por conta do aniversário dos 142 anos de emancipação política de Camocim, o Coletivo de Historiadores e a Prefeitura Municipal lançam a "Série História Camocinense". A ideia é que a partir de agora a publicação de trabalhados sobre a história do município via poder público estejam organizados nesta série, a partir das demandas e interesses dos parceiros deste projeto.
Neste sentido, a prefeita Maria Elizabete Magalhães (cuja formação acadêmica inicial é em História) autorizou a publicação de quatro volumes inicialmente organizados em dois tomos, já tendo outros trabalhos organizados pelo Coletivo de Historiadores à espera de publicação, dentro no projeto inicial apresentado à prefeita, dentre outras iniciativas no campo da história local.
Desta forma, alunos, professores e comunidade em geral terão mais quatro obras sobre nossa história que serão disponibilizadas brevemente no formato e-book no site da Prefeitura Municipal de Camocim (https://camocim.ce.gov.br/) e na página da Editora Sertão Cult (https://editorasertaocult.com/).
As obras são as seguintes:
1. "Camocim Respirava Este Ar de Música. História e Memória dos Festivais de Música em Camocim. (1986-2003). Francisco da Paz Pessoa (Sílvio Paz) e Carlos Augusto P. dos Santos.


2. A Cantoria nas ondas do rádio AM de Camocim. Relações Políticas e Culturais. (1979-1989). Maely Alves Mesquita.



3. Miolo de Pote. Dez anos do blog Camocim Pote de Histórias. (2011-2021). Carlos Augusto P. dos Santos.



4. Depois da Meia Noite. Experiências Extraordinárias em Contos, Lendas e Mitos que Narram o Cotidiano de Camocim. Edcarlos da Silva Araújo. (1950-1969).


Posteriormente, quando as versões impressas chegarem a Prefeitura Municipal de Camocim fará um lançamento e uma noite de autógrafos. São pequenas obras, mas de grande significação para dotarmos o município de uma cultura de publicação, especialmente em história. E é esse o nosso presente para o nosso povo.

Fontes: 
Prefeitura Municipal de Camocim
Editora Sertão Cult
Coletivo de Historiadores de Camocim







 

terça-feira, 28 de setembro de 2021

CHICO ARAÚJO. NOSSO CONSTRUTOR. (XI SETEMBRO CAMOCIM. Nº09).

Ex-governador Adauto Bezerra e Chico Araújo. Camocim. Inauguração da CEPESCA. Fonte: Arquivo de Cristiano Sousa.



Em postagem anterior sobre o Restaurante Popular, o popular "Mosqueiro", já havíamos destacado a atuação como construtor do senhor Francisco das Chagas de Araújo em obras públicas na cidade de Camocim.

Hoje falaremos um pouco mais desse cidadão, evidenciando outros aspectos de sua trajetória de vida. Navegando pelo facebook, encontramos alguns dados, para mim inéditos e, com certeza, para muita gente.Pois bem, mestre Chico Araújo, como era conhecido em nossa cidade, na juventude, acalentou o sonho de explorar a Amazônia e foi Soldado da Borracha, no contexto da Segunda Guerra Mundial. Aliás, Camocim, era ponto de partida para os seringais do norte do país. Acometido por doenças tropicais, dentre elas, a malária, voltou para Camocim e se tornou mestre de obras de renome, tendo construído prédios públicos como a Capitania dos Portos e a CEPESCA. Reproduzimos aqui o depoimento de seu filho Cristiano Sousa:

Construída pelo meu estimado pai Chico Araújo, através de um contrato de pura confiança e respeito ao histórico dele na cidade. Na época a Marinha do Brasil consultou em Fortaleza se alguma empreiteira se interessaria pela construção desta obra, mas não conseguiu resposta. Consultou e pesquisou na cidade quem poderia construir de acordo com a planta com fidelidade e garantia. Todos indicaram seu Chico, mas ele não tinha CNPJ e nem empresa registrada em seu nome. Foi chamado à Fortaleza para assinar um contrato e com um orçamento nas mãos conseguiu a aprovação do comandante da Capitania dos Portos do Ceará. Entregou no prazo com qualidade e segurança. Até hoje não entendo como uma pessoa vinda da pobreza extrema, conseguiu se alfabetizar sozinha com uma caligrafia primorosa, fazendo cálculos de construção com sabedoria e inteligência. Na juventude, para escapar da miséria, foi servir como Soldado da Borracha extraindo seringa na Amazônia durante 8 anos no tempo da guerra. Foi atingido por todo tipo de doenças tropicais daquela região. A mais perigosa, malária, o trouxe de volta pra morrer em casa, mas sobreviveu e começou a trabalhar em pequenas obras da Prefeitura em 1954, ganhando a confiança do prefeito da época, Setembrino Veras, depois dele, construiu quase todos os prédios públicos das cinco décadas seguintes. Nunca aceitou esquemas que sujasse sua reputação Morreu pobre com uma aposentadoria de 2 salários . Meu querido , meu velho , minha inspiração de vida.

Vivendo e aprendendo mais sobre a história de Camocim. Parabéns ao Sr, Chico Araújo e seus familiares.


quinta-feira, 23 de setembro de 2021

ESCRITORES CAMOCINENSES. CARLOS CAVALCANTI. (XI SETEMBRO CAMOCIM. 2011. N.08)

 


Capa do livro "Como entender a pintura moderna", de Carlos Cavalcanti, Civilização Brasileira, 1966.



Mais uma vez, devemos ao amigo Francisco Olivar (Vavá) a revelação de mais um escritor camocinense desconhecido em nossa terra, mas, de inserção nacional quando o assunto se trata de ARTE.
Trata-se de Carlos Felinto Cavalcanti, nascido em nossa cidade no ano de 1909. Carlos Cavalcanti, como ficou mais conhecido foi jornalista, professor, conferencista, crítico e historiador da arte, conservador do Museu de Arte do Ministério da Educação e Cultura, membro do Conselho Técnico de Artes Plásticas do Museu da Imagem e do Som, e da Associação Internacional de Críticos de Arte, além de Coordenador do Dicionário Brasileiro de Artes Plásticas, publicado pelo Instituto Nacional do Livro. 
Como escritor publicou: Ensaios Sobre Arte (Pongetti, Rio de Janeiro, 1955), Os Mistérios da Pintura Moderna (Universidade de Cultura Popular, Rio de Janeiro, 1963), História das Artes. 2 volumes. (1963), Arte e Sociedade (MEC, 1966), Como entender a arte moderna (Civilização Brasileira, 1966), dentre outros.

Na área do magistério, Carlos Cavalcanti foi professor do  primeiro Curso Superior de História da Arte no Brasil, oferecido pelo Instituto Brasileiro da Arte., do qual foi fundador e 1º Vice - Presidente.

Infelizmente não encontramos uma foto dele para ilustrar esta postagem, mas fica o registro da capa de um dos seus livros.


Fonte: 

AMARO, Danielle. O lugar da História da Arte no Brasil: breve revisão da instituição da história da arte no Brasil a partir dos cursos de graduação. Cuadernos de Música, Artes Visuales y Artes Escénicas / Volumen 9 - Número 1 Enero - Junio de 2014 / ISSN 1794-6670/ Bogotá, D.C., Colombia / pp. 69-93.

Revista Instituto do Ceará-2010.


quarta-feira, 22 de setembro de 2021

ASSOCIAÇÃO DO BAIRRO BOA ESPERANÇA. CAMOCIM-CE. 19 ANOS DE LUTAS E HISTÓRIAS. (XI SETEMBRO CAMOCIM. 2021. N.07).


Por ocasião dos 19 anos da Associação Comunitária do Bairro Boa Esperança, o blog Camocim Pote de Histórias homenageia a mesma pelos serviços prestados à comunidade local através de texto enviado pelo historiador Francisco Rocha Pereira, que também é membro da atual diretoria. Parabéns a todos que fazem a associação!

Logomarca da Associação Comunitária da Boa Esperança. Camocim-CE. Fonte: Arquivo da Associação.

 


            Quando se trabalha com dedicação, responsabilidade e perseverança, se ver o resultado. A Associação de Moradores do Bairro Boa Esperança de Camocim é um exemplo. Fundada em 22 de setembro de 2002, teve como seu primeiro presidente o Senhor Manoel de Carvalho. No início as reuniões eram realizadas debaixo de um cajueiro na propriedade do Sr. Carvalho. Mas com muita dedicação e esforço, Seu Carvalho pleiteou e conseguiu um terreno junto ao Município, ainda na gestão do Prefeito Sérgio Aguiar, onde foi construída a sede da Associação.

Vale ressaltar que toda a construção foi realizada com recursos oriundos do programa “Sua nota tem valor”.

O Sr. Manoel de Carvalho tem o reconhecimento da comunidade e das autoridades como um grande benfeitor da referida associação, porém depois de ter muito contribuído, teve que se afastar das atividades por orientação médica para cuidar de sua saúde. Sucedeu-lhe o Sr. Aderaldo Rodrigues de Lima que já está no segundo mandato e a exemplo de seu antecessor, continua fazendo um excelente trabalho, mantendo o ritmo das atividades que beneficiam os sócios e demais pessoas da comunidade, pois esta era a grande preocupação do Sr. Carvalho.

Dos vários projetos que a Associação desenvolve, destacamos o Núcleo de Apoio a Criança e Adolescente criado em 2009, objetivando tirar o público juvenil da ociosidade, prevenindo-os contra as drogas. Isto se dá através de atividades como colônia de férias, aulas de dança, quadrilha junina, escolinha de futebol, aula de violão e reforço escolar e das atividades realizadas no Projeto Telecentroque tem sido uma constante, beneficiando cerca de 150 crianças entre os filhos dos sócios e demais pessoas da comunidade. Mas não é só isso. Para os adultos já foi oferecido vários cursos e oficinas como arte e cultura, manicure, artesanato, pedreiro, culinária, aula de cidadania e ainda tem a zumba para as mulheres ficarem em forma.

Alunos do Curso de Violão na Associação Comunitária do Bairro Boa Esperança. Camocim-CE. Foto: Arquivo da Associação.


Para realizar as ações e projetos, além do empenho da diretoria e colaboração dos sócios e comerciantes voluntários, a Associação conta também com a parceria da Prefeitura Municipal, Ministério Público, Polícia Militar e outras instituições.

 Lembramos que na pandemia foram suspensas as reuniões, obedecendo aos Protocolos Sanitários, mas a associação não parou de todo, pois com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, através do Projeto “Mãos que Protegem”, as mulheres sócias produziram 10.000 (dez mil) máscaras, que foram distribuídas nas repartições e em 20 comunidades do município.

Não é à toa que a honrada associação tem se destacado como líder da região Norte cearense no programa “Sua Nota Tem Valor”, e participou do Programa Itaú Social UNICEF, obtendo a 6ª colocação no Ceará, ficando entre as 14 melhores associações do Brasil. Isto nos orgulha, não só de ter acompanhado desde o início, mas também de fazer parte dos 19 anos de história e muitas vitórias da Associação da Boa Esperança, já considerada de Utilidade Pública Municipal e Estadual. 

 

Francisco Rocha Pereira

(Membro da Diretoria)

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

A PREVIDÊNCIA SOCIAL EM CAMOCIM. (XI SETEMBRO CAMOCIM. 2021. N.6).

 

Prédio do INPS (hoje INSS) em Camocim-CE. Rua da Independência, 506. Fonte: MONTEIRO, Tóbis de Melo. 1980, p.113.

   

    Um  dos prédios públicos mais bonitos de Camocim,  é o do Instituto Nacional da Seguridade Nacional - INSS. Inaugurado nos anos 1970, chegou aqui com o nome de Instituto Nacional da Previdência Nacional - INPS. Aliás, a Previdência Social do Governo Federal já foi IAPAS, INAMPS, dentre outras siglas.

    No entanto, para que o serviço federal da previdência pudesse funcionar em nossa cidade, foi necessário que município fizesse a doação do terreno. Neste sentido, em 17  de setembro de 1969 foi sancionada a Lei Municipal Nº 260 pelo Prefeito Municipal de Camocim Setembrino Fontenele Véras, declarando de utilidade pública um  imóvel na confluência da rua Independência com Humaitá, para posterior desapropriação que serviu para construção do prédio do INPS.


Agência do INSS em Camocim. 2016. Foto: Marcelo Giovanni C. Moura.

    Além de servir a população no acesso aos serviços  da previdência e assistência social, o prédio do INPS teve outra utilidade - ser o local das apurações de votos das eleições municipais nas décadas de 1970, 1980 e 1990, no tempo em que o voto era assinalado em cédulas eleitorais de papel e depositados em urnas de lonas. Os trabalhos chegavam a durar até uma semana e parte da população acompanhava eufórica ou decepcionada os resultados  nas calçadas adjacentes ao prédio, manifestando-se a cada "ponta" obtida pelos candidatos, anunciados por bilhetes jogados pelos fiscais do primeiro andar do prédio ou pelos locutores das rádios que acompanhavam a "marcha da apuração".

    Terminada a apuração, os vencedores partiam em passeata para  espaços identificados com os partidos políticos ou para as residências dos eleitos.


Fonte: Arquivo da Câmara Municipal de Camocim.











sábado, 18 de setembro de 2021

O PADRE PREFEITO DE CAMOCIM. (XI SETEMBRO CAMOCIM. 2021. Nº5).

 

Monsenhor José Augusto da Silva (1883-?) Fonte: Arquivo do CPH.


O padre José Augusto da Silva nasceu em Baturité em 1883. Ordenou-se padre em 1902 e foi provisionado  como vigário de Camocim em janeiro de 1906.
Com sua característica empreendedora, tratou logo de dar a Camocim um templo católico à altura da cidade. Neste sentido, retomou as obras da Igreja Matriz de Bom Jesus dos Navegantes, finalmente terminadas em dezembro de 1917, "em cujas obras despendeu mais de sessenta contos de réis", em esmolas arrecadadas no próprio município. Além da nossa matriz, o padre José Augusto construiu a capela de Nossa Senhora dos Navegantes na então "povoação de Barroquinha e melhorou consideravelmente a capella de S, Antonio da povoação do Gurihú".
Em 1919, foi nomeado prefeito de Camocim pelo então governador do Ceará, Dr,. João Thomé de Saboya e Silva, que anteriormente havia sido Engenheiro Chefe da Estrada der Ferro de Sobral, morador de Camocim.
Na notícia de posse do reverendo como prefeito da cidade, em 22 de abril de 1919, salta aos olhos o tamanho da "máquina" administrativa do município naquela época, assim como o tempo dispendido para geri-lo:
Prefeitura Municipal de Camocim

"[...] O novo prefeito ao assumir o governo municipal chamou para ser seu secretario o sr. Raymundo Mendes de Souza, que compromissado no mesmo dia começou a exercer as funções.
Foi ainda pelo novo Prefeito nomeado procurador o sr. João Bemvindo de Maria Costa, 1º fiscal o sr. Francisco de Assis Costa; 2º fiscal sr. Aprígio do Prado e zelador do matadouro publico sr. Francisco Freire.
[...] O respeitavel sr. Prefeito Municipal determinou o expediente seguinte: para a Prefeitura de 11 as 15 horas e para o expediente  de S. Revma. de 13 as 14 horas em dias uteis.
É geralmente comentado que o nosso distincto governador municipal tem ideia de tratar da illuminação publica, e logo que as finanças permitam da construcção de um mercado, pois, o actual é um pardieiro em franca ruina e em estado anti-hygienico.
Applaudimos os louvaveis projectos do operoso Sr. Prefeito Municipal e confiamos que os mesmos sejam brevemente uma realidade".

FONTES:

MARTINS, Pe. Vicente. Notas Biographicas do Clero Sobralense. Revista do Instituto do Ceará. 1920.

Jornal Folha do Littoral. Camocim-CE, Anno II, nº 46, quinta-feira, 01 de maio de 1919, p.01.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

PATRIMÔNIO PRESERVADO. (XI SETEMBRO CAMOCIM. Nº 4)

 

Residência da Família Araújo Rocha. Rua 24 de maio, Camocim-CE,2021. Foto: Arquivo do CPH.


Quem passa pelo centro comercial da cidade de Camocim, na rua 24 de Maio, entre Alcindo Rocha e Independência, notará um patrimônio preservado. Trata-se da residência do Sr. Hamilton Rocha (in memorian). Outrora, afora o Mercado Público, todo seu entorno era residencial. Atualmente é o contrário, a casa em questão é uma das poucas que não sucumbiram ao processo de transformação do centro comercial de Camocim e sobrevive praticamente com as mesmas linhas arquitetônicas de quando foi construída. 
Aqui mesmo no blog, já publicamos uma fotografia em que aparece uma parte desta casa, datada do ano de 1912, portanto, há mais de um século.
Neste sentido, louvamos a atitude da matriarca da família, Teresinha Araújo Rocha, que mantém viva um exemplo arquitetônico que faz referência ao século passado da nossa cidade.
Mas, o motivo principal dessa postagem é no sentido de promover uma discussão sobre patrimônio e sua preservação, face às constantes  demolições de imóveis antigos em nossa cidade, especialmente no centro da cidade. Sabemos que a história é um processo de transformações e este movimento se não for de alguma forma discutido e/ou regulamentado, acabaremos por deitar por terra as mais longínquas referências de nossa história.
Deste modo, o que poderia ser preservado só pode ser feito de duas formas: ou os proprietários tem consciência desta importância patrimonial e preservam as características de seus imóveis através do tempo; ou o poder público cria uma política de preservação e tombamento dos seus bens materiais e imateriais. A base legal desta última possibilidade se encontra no Plano Diretor do município. Mas, precisa-se de vontade política para regulamentar a questão.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

IGREJA, PREFEITURA, CÂMARA MUNICIPAL E MARINHA NUM SÓ RECIBO. (XI SETEMBRO CAMOCIM.2021. N.3).

Agência da Capitania dos Portos em Camocim. Fonte: https://www.marinha.mil.br/cpce.



Se alguém perguntasse para se responder rapidamente para um cidadão camocinense o que a Igreja Católica, especialmente a Paróquia de Bom Jesus dos Navegantes, a Prefeitura, a Câmara Municipal  e a Marinha do Brasil teriam em comum, talvez a pessoa em questão tivesse um pouco de dificuldade em dar a resposta.
No entanto, um simples RECIBO poderia ser a fonte para uma possível resposta. No plano das instituições, as mesmas travam relações e isso pode ser visto num simples documento de "empenho" contábil, que mostra o momento em que se deu uma transação imobiliária.

 

Recibo de compra e venda de terreno onde se construiu a Capitania dos Portos de Camocim-CE.
Fonte: Arquivo da Prefeitura Municipal de Camocim/CPH. 


Esclarecendo o fato, o recibo atesta que, em determinado momento, a Prefeitura Municipal de Camocim pagou ao representante da Paróquia de Bom Jesus dos Navegantes, Monsenhor Inácio Nogueira Magalhães, a importância de Cr$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruzeiros), por um terreno contíguo à Igreja Matriz "com as seguintes dimensões: pelo nascente 61 metros; ao poente, 62,70 metros; ao Norte 39 metros e ao Sul, 40,70metros. Confina ao nascente com a Igreja de Bom Jesus dos Navegantes; ao poente com a Rua Santos Dumont; ao norte com a rua Dr. João Thomé e ao sul com o calçamento que guarnece por limite, a quadra de esportes do Ginásio Pe. Anchieta".
O leitor,  a esta altura já deve ter identificado que o terreno em questão é onde se encontra atualmente a Capitania dos Portos. Mas, espera aí... e este confinante denominado de "quadra de esportes do Ginásio Pe. Anchieta" não se localiza no Bairro Cruzeiro?" Expliquemos: o terreno onde está a CREDE 4 e o CEJA João da Silva Ramos, até meados dos anos 1970 era onde estava instalado o Ginásio Padre Anchieta, que depois foi transferido para o Bairro Cruzeiro. 
Voltando para o teor da fonte. E onde a Capitania dos Portos entra na história? O terreno adquirido pela Prefeitura Municipal de Camocim, informa o recibo: "o terreno em apreço foi adquirido pela Prefeitura, por autorização do Legislativo e foi doado pela Lei Municipal n° 254 de 8.5.1969, ao Ministério da Marinha, para edificação da sede da Agência da Capitania dos Portos, nesta cidade".
Mas o recibo diz e traz apenas estes detalhes acima referidos? É preciso observar as entrelinhas do documento. Através dele podemos especular o quanto valia o metro quadrado no centro da cidade naquela época (trabalho para os corretores imobiliários de hoje). O porquê da doação não ter sido feita diretamente pela Diocese e sim pela Prefeitura. Fisicamente, o documento apresenta o autógrafo do Monsenhor Inácio, que foi nosso pastor mais longevo, à frente do povo católico camocinense por quase 50 anos.
Num só recibo, muitas histórias a desvendar!






 


sábado, 11 de setembro de 2021

ESCRITORES CAMOCINENSES. JOSÉ ARTHUR DE CARVALHO. (XI SETEMBRO CAMOCIM. 2021, N.2).

 


Capa do livro "Retalhos do Cotidiano", de José Arthur de Carvalho.


Acaba de chegar às minhas mãos o livro RETALHOS DO COTIDIANO, do escritor, professor, poeta, músico, compositor e Farmacêutico de profissão camocinense, JOSÉ ARTHUR DE CARVALHO, herdeiro de um ofício de tradição familiar.
Em outras postagens já destacamos esse conterrâneo por conta do medicamento conhecido como GOTAS ARTHUR DE CARVALHO, criado e produzido em Camocim. Atualmente ele é nome de rua em Fortaleza e um dos grandes nomes da Farmácia no Ceará.
Na obra em questão, o autor destaca sua terra natal em quatro crônicas: "O último trem de CAMOCIM"; "Os mangues e caranguejos de CAMOCIM"; "A Inesquecível Rua das Flores
e "Camocim, 35 anos depois".
O referido livro foi publicado em 1982 pela Editora Henriqueta Galeno, Fortaleza-CE. O autor registrou no livro a passagem dos 102 anos de Camocim.
Mais um nome que entra para a galeria dos autores camocinenses.
Prof. José Artur de Carvalho. Fonte: www.ceara.pro.br 


CAMOCIM 142 ANOS (XI SETEMBRO CAMOCIM. 2021. N.1).

Píer Marcus Tavares. Beira Mar de Camocim. 2021. Foto: Arquivo CPH.


Começamos mais uma série de postagens alusivas ao XI SETEMBRO CAMOCIM, mês em que comemoramos mais uma data comemorativa do município - 142 anos de emancipação política.
Além das postagens inéditas costumeiras que você pode acompanhar aqui no blog Camocim Pote de Histórias, o mês está recheado de novidades na área da história local. 
Neste sentido, iremos ministrar um curso para professores de história da rede pública municipal intitulado "Conversando sobre História Local, Camocim-CE", nos dias 16 e 23 de setembro de 2021. 
Ainda no dia 26, às 19h, estaremos realizando uma conferência junto à Academia Cearense de Letras, dentro do projeto Cidades Escritas
E até o final do mês estaremos lançando a Série História Camocinense, com a publicação de quatro obras de historiadores locais em parceria com a Prefeitura Municipal de Camocim.
Estaremos divulgando tudo isso qui no blog Camocim Pote de Histórias, onze anos a serviço de nossa história.