Não sei se é a maior cacimba do mundo. Mas, se acreditarmos no leitor e colaborador do blog Francisco Rocha Pereira, a Cacimba do Cupim é insuperável neste aspecto. Para sabermos mais sobre a história da mesma, leiamos o texto abaixo enviado para nossa redação:
Eu
quero ver alguém me mostrar outra cacimba maior que essa. Para mim, até que me
provem o contrário, ela é a maior que existe! Foi cavada no ano de 1955, à
custa do seu proprietário, o Sr. João
Paulo dos Santos, na localidade de Cupim – Camocim. De dimensões
gigantescas que, causou, e até hoje causa grande admiração, espanto e tem gente
que até sente medo ao se aproximar. Assim virou atração porque nunca se viu
outra igual.
Com
diâmetro interno de 3,85m (três metros e oitenta e oitenta e cinco
centímetros), cavada com picareta à força braçal humana. Toda empedrada com
argamassa à base de cal trazido da cidade de Granja em costa de jumentos e
tijolos fabricados em uma olaria na própria baixa do Cupim, cujo barreiro onde
foi tirado o barro, ficou conhecido como Barreiro
do Odilon, por ficar próximo à casa que morava o saudoso Odilon Marques dos
Reis (Odilon Bala), que me corrijam seus parentes.
Hoje
vale a pena relembrar a façanha do Sr. João Paulo pelo empreendimento naqueles
anos de dificuldade e a bravura dos trabalhadores, liderados pelo grande e
inesquecível mestre de obras, Luís Tavares dos Santos, ainda hoje elogiado
pelos que lhe conheceram, por sua inteligência, capacidade e capricho no que
fazia.
Contam
os mais velhos que eram muitos homens trabalhando com quatro gangorras puxando barro
ou descendo material para vencer a demanda. Pois, na escavação a tabatinga
desabava aterrando o que havia sido feito. O serviço dos gangorreiros era retirar esse material em caixões de madeira amarrados
com cordas e logo depois fazendo o inverso, devolvendo o barro para encher o grande
abismo causado pelo desabamento.
Hoje
os moradores utilizam água do poço profundo da Escola João Paulo dos Santos
situada há poucos metros. E o cacimbão
de maior circunferência do mundo, mesmo que desativado e semiabandonado ainda
serve de atração e memória da infância de muitos moradores contemporâneos da
abundância de suas águas que por muitos anos matou a sede do povo e dos animais
do Cupim e daquelas redondezas.
Dizem que quando o Mestre de Obras Luís Tavares projetou a cacimba com tamanha dimensão, João Paulo perguntou pra que uma cacimba tão grande? Luís teria respondido que uma cacimba estreita, com uma lâmina d'água de dois palmos teria pouca água. Enquanto uma daquela dimensão, com dois palmos d'água teria muita água. Isto já demonstra a inteligência de Luís que já pensava na demanda de consumo. Porém há comentários que outro fator também teria contribuído para tal resolução do mestre. O tipo de argila do terreno propícia ao desabamento, oque ocorreu muito, portanto uma cacimba mais larga facilitaria os trabalhos da construção das paredes que eles chamam de "empedramento!".
ResponderExcluirSaudades ertenas odilon bala meu avô.
ResponderExcluirMuito interessante! é bom preservar as construções antigas.
ResponderExcluirÉ muito bom mesmo caro Gilberto. Preservar as construções, o patrimônio e a memória. Mas pelo que se percebe esta linda e histórica construção não demora muito e vai por água a baixo. É uma pena, mas em suas paredes já tem grande parte desabando e se nada for feito ela pode desmoronar.
ExcluirOlá caros leitores do Pote de Histórias. Sobre a postagem acima, o desmoronamento previsto pelo leitor, que já se desenhava na época da postagem, não demorou muito e acabou acontecendo. Ainda durante o inverno de 2019 a Cacimba do Cupim, também conhecida como "Cacimba do finado João Paulo", sem uma intervenção que a preservasse, não resistiu os efeitos do rigoroso inverno e desabou. Hoje, daquela linda e grandiosa cacimba, só resta lembranças!
ResponderExcluirApós ser questionado por um leitor, peço permissão ao amigo editor do blog para registrar uma informação complementar sobre a postagem original, aqui comentada. É que, naquela ocasião, me passou despercebido, falar sobre a profundidade da referida cacimba, talvez até porque nem despertava interesse, visto que a cacimba chamava a atenção por sua largura e circunferência, o que pode ser calculado a partir de seu diâmetro, medido com minhas mãos, com a ajuda de um amigo e já registrado no texto.
ResponderExcluirA profundidade não era o mais importante, pois a mesma era bem menor que outras da região. Isto era percebido a olho nu, mas conversando com o Sr. Raimundo Paulo dos Santos, filho do proprietário João Paulo, o mesmo afirmou que, da base do empedramento até o nível da superfície da Terra, media-se 60 (sessenta) palmos.
Depois de alguns anos, num período de escassez, foi dada continuidade, perfurando-se um alongamento de pequena proporção, apenas em um lado da grande cacimba, onde foram colocados alguns anéis de madeira. Após alguns anos, estes anéis foram substituídos por anéis de cimento, possibilitando o abastecendo de água aos descendentes de João Paulo, ainda por um bom tempo.
Ainda sobre a cacimba.
ResponderExcluirO acréscimo na profundidade do cacimbão, referente aos anéis, segundo informações dos familiares, inclusive de um neto de João Paulo dos Santos, que morou na casa e tem o mesmo nome do avô, era de aproximadamente, 15 palmos. Assim, a profundidade total da cacimba ou cacimbão, seria 75 palmos.
a cacimba desabou...não existe mais...há uns 3 anos estive lá e tinha desabado uma parte, a poucos dias falei com o neto do proprietário e ele me confirmou que a mesma tinha desabado.
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