sexta-feira, 28 de abril de 2017

CAMOCIM NAS TESES ACADÊMICAS II - DANOS AMBIENTAIS


Área urbana consolidada em Camocim, margem oeste do Rio Coreaú. Foto: Carolina Braga Dias.

Nesta série, destacaremos como nosso município é tomado como objeto de estudo acadêmico. Nesta postagem trazemos para  o conhecimento de nossos leitores a Tese de Doutorado de Carolina Braga Dias, apresentada  ao  Curso   Doutorado   em Ciências Marinhas Tropicais da Universidade Federal do Ceará, (UFC), em Ciências Marinhas Tropicais,  orientada pelo Prof. Dr. Jáder Onofre de Morais, defendida e aprovada em 28 de agosto de 2015.

Em seu resumo a autora destaca que o objetivo principal da pesquisa  "foi traçar elos entre os aspectos legais e o conhecimento técnico-científico dos sistemas ambientais, tendo como cenário o Município de Camocim – CE. O foco foram os danos ambientais em Áreas de Preservação Permanente, com destaque para as apurações na esfera administrativa e cível, considerando os percalços típicos da análise processual, reconhecendo falhas e propondo ajustes e diretrizes. [...] Por fim, a tese apresentou uma discussão sobre os pontos fortes e as fragilidades da atuação administrativa na proteção do meio ambiente do Estado do Ceará. Nesse exercício, percebeu-se que as decisões, judiciais e administrativas, tendem a ser mais medíocres quanto menos se conhece os ambientes afetados. Comprovadamente, a reparação in natura é a melhor opção".

Lendo a tese, pinçamos uma citação de que a autora faz uso da nossa tese de doutorado:

"Uma série de melhoramentos chega com o trem: o telégrafo, a mesa de rendas, fábricas de cigarro, sabão e beneficiamento de algodão, posto médico, farmácia, construção da Igreja Matriz, elevação da vila em cidade (1889), cinemas, jornais, dentre outros. A própria ferrovia também toma iniciativas, inserindo muitos jovens na aprendizagem de diversos ofícios em suas oficinas e fundando escolas formais em vários pontos do trajeto da estrada. [...] A ferrovia ofereceu em momentos de pico, quase 300 empregos diretos entre funcionários de manutenção de trens e pessoal burocrático. O movimento da ferrovia quase sempre foi superavitário, sobretudo no período de arrendamento para a firma Sabóia, Albuquerque & Cia., de 1898 a 1910". [...] (SANTOS, 2008).

sexta-feira, 21 de abril de 2017

RELIGIOSOS DE CAMOCIM - PADRE BRITO

Pe. Antônio de Lima Brito. Fonte: http://www.arquisp.org.br/regiaoipiranga/clero/antonio-de-lima-brito


Uma pesquisa leva a outra. Recolhendo testemunhos para um trabalho que ora desenvolvo no campo da biografia, descobrimos que quando jovem, o nosso Padre Brito foi dono do "Aratanha Bar". Em 1959, quando partiu para São Paulo sonhando ser marinheiro, passou o bar para dois jovens camocinenses: Dedim Trévia e José Vaulino. Este comércio posteriormente passou a chamar-se Avenida Bar.
Em São Paulo, o jovem Antonio Lima Brito filho de Maria Zenith Lima Brito e Sebastião da Silva Brito acabou descobrindo a vocação sacerdotal.  “Nascido em 3 de abril 1941, em Camocim, no litoral cearense, Antônio é o oitavo filho de uma família de 14 irmãos. Partiu para São Paulo em 20 de setembro de 1959.  [...] Aos 23 anos, em 8 de março de 1963 padre Brito ingressou no Seminário dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion. [...] Dezesseis anos após deixar a cidade natal, Antônio da Lima Brito voltou à Camocim para receber a ordenação sacerdotal conferida pelo Bispo de Tianguá, Dom Timóteo”. Nesta época assistimos essa solenidade religiosa,
Em 1997 a Câmara Municipal de São Paulo outorgou-lhe o título de cidadão paulistano pelo trabalho social desenvolvido na comunidade do Bairro Ipiranga.

Fonte: Ypiranga News. Edição 398. Setembro de 2005, p.1.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE CAMOCIM NOS CARTÕES POSTAIS

Estação de Camocim. Estrada de Ferro de Sobral. Fonte: GERODETTI, João Emilio; CORNEJO, Carlos. As Ferrovias do Brasil nos Cartões Postais e Albúns de Lembranças.São Paulo, Solaris Edições Culturais, 2005, p.521.

Uma das fontes para o historiador é a imagem. De acordo com o tempo e o suporte, a mesma vai imprimindo sentidos àquilo que se quer comunicar. Deste modo, o cartão postal como elemento imagético surgiu devido "a uma série de condições sociais, econômicas e tecnológicas que, num determinado momento, favoreceu o surgimento de um tipo de comunicação postal simplificada e direta". As estações de trem na esteira das ferrovias se tornaram símbolos da modernidade e, como tal, foram usadas como imagens que se inscreviam naquela conjuntura.
Segundo Fernandes Júnior (2002, p. 17), "o cartão-postal pode ser entendido como o início do processo de globalização por meio da imagem de um mundo que se internacionalizava pelo crescimento do comércio e dos fluxos migratórios. O postal promoveu a democratização da imagem fotográfica garantindo para as gerações futuras acesso a uma memória que poderia ter sido facilmente descartada".
Camocim e a nossa Estação Ferroviária participaram também desse movimento, juntamente com inúmeras estações país afora, mostrando sua beleza arquitetônica além de uma lembrança de nossa cidade de alguém que aqui esteve para outra em algum lugar.
Na imagem acima não se visualiza o ano da sua produção, mas, uma olhada mais atenta, pode-se dizer que data do início do século XX.




Fonte: FRANCO, Patrícia dos Santos. Cartões-postais: fragmentos de lugares, pessoas e percepçõesMÉTIS: história & cultura – v. 5, n. 9, p. 25-62, jan./jun. 2006.




quarta-feira, 19 de abril de 2017

ABRIL PINTO MARTINS 2017


Chegada de Pinto Martins em Camocim. 19 de dezembro de 1922. Foto: Arquivo do Blog.


Por conta dos festejos da Semana Santa as comemorações oficiais alusivas à Pinto Martins ficaram para esta semana, com culminância para o dia 20 de abril de 2017. O Dia de Pinto de Martins é comemorado no dia 15 de abril, data do seu nascimento. Neste ano, eu e o professor Paulo José preparamos uma obra relativa ao personagem e seu voo histórico. No entanto, a falta de tempo hábil e a burocracia do poder público impediram a sua viabilização. Contudo, o blog apresenta sua colaboração com uma poesia escrita pelo nosso leitor e colaborador João Batista do Nascimento.


Pinto Martins-Filho Ilustre de Camocim



Deus ao fazer a terra
Sob um tom de carmim
No litoral do Ceará
Fez a cidade de Camocim
Mãe do seu filho ilustre
Euclides Pinto Martins

Em quinze de abril
Nessa terra criada por deus
1892 era o ano
Talvez escolhido por Zeus
Nascia das suas entranhas
Um célebre filho seu

Poucas cidades têm
Um filho ilustre assim
Uma terra abençoada
Com tantos encantos enfim
Deus deu esse privilégio
A cidade de Camocim

Missão ímpar de bravura
De um ser sobranceiro
Foi ele o desbravador
E também o pioneiro
Da travessia do atlântico
Que marcou o mundo inteiro

Esse feito tão marcante
De uma viagem aérea pioneira
Unindo as Américas norte e sul
Foi de uma coragem altaneira
Um marco pra aviação
Marcado pra vida inteira

Ele era engenheiro mecânico
E um grande empreendedor
Enxergava muito distante
Arrogante investidor
Tirou o curso de piloto
Tornou-se um grande aviador

Ele tinha um grande sonho
Que um dia iria realizar
Desbravar essa grande rota
E o atlântico atravessar
Ele sabia a importância
Que esse ato iria deixar

Junto com outros amigos
De espíritos aventureiros
Teve inicio em Nova lorque
Terminou no rio de janeiro
Milhões se aglomeraram
Pra saudar esse brasileiro

O hidroavião Sampaio Corrêa
Com 28m de envergadura
Resistente e confiável
Com reforçada estrutura
Com dois motores de 400 HP
Tomou conta das alturas

Ficou tudo preparado
Chegou a hora de viajar
Este grande pássaro de aço
Tão bonito ao decolar
Bem no mar do caribe
Uma pane o fez afundar

Após serem resgatados
Os cinco sobreviventes
Saíram ilesos e sadios
Muito jovens resistentes
Não desistiram da missão
Eram todos persistentes

Isso serviu de alimento
Dando mais motivação
Na cidade de Pensacola
Conseguiram outro hidroavião
Liderados por Pinto Martins
Reiniciaram a grande missão

Decolaram novamente
Com incentivo total
No dia 19 de dezembro de 1922
Pousou na sua terra natal
Fazendo mais uma escala
Até o seu pouso final

Na cidade de Camocim
Foi festejo na sua estada
Ao pousar no rio de janeiro
A sua missão estava realizada
A rota Brasil x Estados Unidos
Pra sempre estava inaugurada

Depois deste grande feito
Na Europa foi morar
Com mais tecnologia
Que foi aprimorar
Ao voltar para o Brasil
O petróleo veio explorar

Na área do petróleo
Também foi um pioneiro
Sua visão para o futuro
Era um risco verdadeiro
Não encontrou apoio
Do governo brasileiro

Após a fama e a glória
Tornou-se um homem normal
Sua morte prematura
Aconteceu de forma brutal
Caso ainda indefinido
Nesse ato rude letal

Existem muitos mistérios
Ainda não esclarecidos
A verdade não é conhecida
Afirmam ter sido suicídio
Com muitas controvérsias
Como teria acontecido

Na cidade de Camocim
A sua terra natal
O pequeno aeroporto
Leva seu nome formal
A casa em que nasceu
Hoje é biblioteca municipal

Tem a praça com seu nome
Um busto com um avião
O nosso eterno herói
Gravado em cada coração
É o orgulho da cidade
E do povo seu irmão

Na cidade de Fortaleza
Também é homenageado
O aeroporto internacional
Com seu nome foi batizado
Está marcado pra história
Pra sempre será lembrado

O Brasil muito agradece
Sua missão de sucesso
Esse ato de coragem
É louvável eu confesso
Trouxe desenvolvimento
E avanço no progresso

A aviação comercial
Teve um salto muito grande
Uniu o Brasil com os EUA
Num comércio bem gigante
Graças a esse feito
Desse Camocinense arrogante

Com esse humilde cordel
Que fiz de coração
Hoje venho homenagear
Esse herói e grande irmão
Que tanto fez pelo Brasil
Com coragem e dedicação

Na vida tudo passa
Os atos jamais morrerão
Todo povo brasileiro
Quiçá toda a nação
Rogam-lhe muito respeito
Devem-lhe só gratidão

A sua cidade natal
Ao lhe prestar homenagem
Reconhece o seu valor
Nessa pequena mensagem
Vem agradecer seu amor
Que fizeste pra humanidade

AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 28/09/15
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter:@ljoaobatista


terça-feira, 11 de abril de 2017

CAMOCIM NAS TESES ACADÊMICAS - AS DRAMISTAS DO GURIÚ.


Dramistas do Guriú. Foto ilustrativa do artigo
"Arte de viver de narradoras de outro Javé chamado Guriú". Glória Freitas. 2011,


Conheci a Profa. Maria da Glória Feitosa Freitas em 1995 quando a mesma lecionava no Curso de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Campus de Camocim. Desde que chegou em Camocim procurou um objeto de estudo que desse prosseguimento aos seus estudos acadêmicos. Especialista em Metodologia da Compreensão Existencial na UFC, com o trabalho "Jogos Infantis e Vivências de Sala de Aula: Uma tentativa de integração nas Comunidades de Caetanos, Sabiaguaba e Baixa Grande" (1991) e Mestra em Educação pela USP com a dissertação "Da Psico(bio)logia do jogo infantil ao desejo de fazer de conta que é adulto - Um estudo sobre o brincar infantil". (1999), desde 1996 iniciou uma pesquisa que durou dez anos e redundou com a obtenção de título de Doutorado em Educação Brasileira na UFC com a tese. "Vidas juntas fabricando palcos - um jeito nômade de aprender de dramistas" (2006).
O trabalho traz as memórias e vivências de um grupo de 50 , memorialistas da Comunidade do Assentamento Rural do Guriú, município de Camocim, composto homens tocadores, de mulheres dramistas e aprendizes. Este movimento de dramas cantados, segundo a autora, durou mais de 60 anos e interliga  "antigas e atuais brincantes de dramas cantados em Guriú, localizado no litoral Oeste do Ceará". A pesquisa "amparou-se na escolha metodológica de percorrer a trajetória de existência dos dramas cantados de Guriú, através da memória de suas dramistas (Histórias orais) ou de observação direta de espetáculos ou ensaios".
Atualmente, Maria da Glória Feitosa Freitas é Professora Adjunta da Universidade Federal do Maranhão (UFMA/ Imperatriz).