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O Coco de Praia de Camocim foi um folguedo cantado e dançado por trabalhadores camocinenses, principalmente pegadores de caranguejo, salineiros, portuários e estivadores. Não mais é executado e a tradição oral dessa festa parece ter se perdido. Na época em que o SESI – Serviço Social da Indústria atuava em Camocim mais fortemente, nas décadas de 1970 e 1980, o grupo folclórico do coco recebia atenção e se apresentava em suas dependências e outros locais públicos. Com o fechamento do SESI, mais um crime cometido contra a população com o a conivência das autoridades locais, boa parte do exercício das nossas potencialidades esportivas e culturasi ta,bém se foram. A Sra. Margarida Vieira, ex-agente do SESI em Camocim ainda relembra sobre o grupo:
“Foi em 1986 que o SESI com o propósito de resgatar a cultura em Camocim criar um grupo de homens (...) para formar a ‘Dança do Coco’. O grupo era composto de 16 homens, pois teríamos 2 para tocar os caixões e 2 para os ganzás e o restante na roda. Os emboladores também tocavam os ganzás. A vestimenta era de algodãozinho tingido da casca do mangue ou do cajueiro para ficar uma cor marrom. Utilizavam também chapéu de palha e dançavam descalços”. [1]
Podemos perceber na fala da depoente a relação direta da Dança do Coco em Camocim com os trabalhadores, guardiães da tradição oral dessa dança, procurando na sua execução se utilizar de elementos muito próximos a sua realidade, desde aos instrumentos à vestimenta tingida com tintas de árvores da flora local. Contudo, a grande maioria deste grupo já faleceu, não passando para as gerações atuais o folguedo, além de não existir atualmente uma política pública de incentivo de práticas culturais deste tipo.
Foto: Arquivo da Sra. Margarida Vieira
[1] Entrevista com a Sra. Margarida Vieira, professora, 06 de outubro de 2007. Camocim-CE.