A cada dia a pesquisa sobre os Anos de Chumbo da História do Brasil fica mais fácil com a digitalização de documentos. Neste sentido o Portal Brasil Nunca Mais agora disponibiliza mais de 900 mil páginas online para consultas e pesquisas. Os documentos foram sendo reunidos desde 1979, quando um "grupo formado por religiosos e advogados deu início ao ambicioso projeto de obter informações e evidências de violações de direitos humanos praticadas por agentes da repressão durante a ditadura militar no Brasil" (RHBN, p.15). O projeto rendeu anteriormente um livro denúncia com o mesmo nome: "Brasil: nunca mais", onde podemos conferir os depoimentos de torturados, entre eles o de João Farias de Souza, o "Caboclinho Farias". Numa rápida olhada no portal podemos perceber cerca de 39 ocorrências relacionadas aos comunistas de Camocim, dentre eles, João Ricardo, acusado de distribuir propaganda subversiva. A maioria da documentação digitalizada pelo portal é constituída de papéis produzidos pela polícia política, o que vale a advertência de que as declarações contidas nestes documentos não constitui a verdade, posto que conseguidas em sua grande maioria sob tortura. O endereço do portal é: bnmdigital.mpf.mp.br/.
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sexta-feira, 25 de outubro de 2013
terça-feira, 22 de outubro de 2013
PARA AS CRIANÇAS DE CAMOCIM
Foto: Crianças de CAMOCIM. Arquivo do Blog |
Uma
das
certezas que temos quando somos adultos é que fomos crianças. Muito do
nosso
caráter é forjado na infância e, sem dúvida, um adulto do bem carrega
sempre
uma criança dentro de si. Claro que não basta colocar no seu perfil das
redes
sociais uma foto de quando era criança. Não basta ter comprado o
presentinho
para seu filho, afilhado ou criança carente. A criança que existe dentro
de
nós, imagino, tem que ser vivenciada cotidianamente nas nossas ações,
mostrada pelo desapego às coisas materiais, no pleno entendimento das
diferenças, no
compartilhamento do lúdico, enfim, nas demonstrações de afeto sem
cobranças.
Neste ponto fico a pensar o que estamos fazendo com nossas crianças:
muito do
que falta ou do que excede para elas, dadas ou furtadas pelos pais,
tutores ou
políticos, formarão os adultos do amanhã.
Quantas vezes, não falta um simples
brinquedo ou carinho. Outras tantas, se rouba a infância delas enchendo-as com
mimos tecnológicos e outros produtos da modernidade, ou se nega o básico para
sua sobrevivência, desnaturalizando-as, transformando-as em seres incapazes na
vida adulta. Não era nossa intenção psicologizar esse momento, nossa função aqui
nesse espaço é outra: historicizar. Neste sentido, não há como não lembrar do
nosso Parque Infantil que ficava ao lado da Igreja Matriz, na frente do CEJA
João Ramos, com uma boa variedade de brinquedos e que fazia a festa das
crianças e dos pais que levavam seus filhos no passeio dominical típico de
cidade de interior: ir à missa e passear com seus filhos.
Pelo menos duas vezes
ao ano essa rotina era quebrada com a chegada do Parque de Diversões Ibiapaba
com seus brinquedos coloridos: espalha brasa, os botes, as patinhas, os
cavalinhos, os carrinhos e o créme de la créme do parque: a roda-gigante (não
tão gigante como as de hoje!). Como podemos perceber, para fazer uma criança
feliz não precisamos levá-las à Disneylândia. Desta forma, parabéns para quem
teve a ideia de reviver um pouco do nosso antigo parque infantil com os
brinquedos típicos dessa época naquele pequeno espaço defronte da Estação
Ferroviária, início da Avenida Beira-Mar.Vê-las em profusão com a algazarra
própria delas experimentando os brinquedos, trouxe o passado de volta, o
passado que insiste em ser presente quando queremos reviver a criança que
existe dentro de nós.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
SOBRE CAMOCIM... ERRATA E DESCULPAS!
Autores do livro: Professores Carlos Augusto, Francisco Rocha e Carlos Manuel. Fonte: blog miolo de pote. |
O trabalho de escrever um livro só o sabe quem
já fez um. São madrugadas varadas na pesquisa, outras tantas na escrita, idas
e vindas na gráfica, correções, etc. No entanto, quase sempre escapam erros na
edição final. Os leitores, é claro, não querem saber disso, afinal, quando
adquirem um livro para ler, esperam um produto bem acabado e sem falhas.
Escrever um livro de história, no entanto, é mais difícil ainda, pois mexe com
o passado das pessoas, com as emoções, com as trajetórias de vida. Para
exemplificar, quando mencionamos um nome ou a profissão de uma pessoa, muitas
vezes como complemento de uma informação pode suscitar na família aquela
sensação de que o mesmo não foi bem descrito. Ora, mas ele não era o objeto de
pesquisa, diríamos. No entanto, muitos não entenderão. Desta forma, este texto
deve ser compreendido como uma errata, com as devidas desculpas dos autores.
Começamos pela orelha da contracapa na
identificação dos autores. Na minha descrição, a palavra "pela" está
duplicada dificultando um pouco o entendimento. Na dedicatória, o nome do Seu
Nilo veio grafado errado: "Silva" em vez de Oliveira. Confesso que na
última hora me surgiu a dúvida, posto que o nome de seu pai é Pedro Teixeira de
Oliveira. Como não tinha tempo hábil de consultar a família, recorri ao blog Portal
da Esquerda (AQUI) num réquiem escrito pelo companheiro Joan
Edesson de Oliveira, onde estava escrito Nilo Cordeiro da Silva. Erro
imperdoável no qual embarcamos juntos. Felizmente todo Camocim sabe de quem se
trata e não existe outro "Seu Nilo" comunista e a nossa dedicatória a
ele imagino ser mais importante. Na página 71, há um erro de concordância
verbal: onde se lê: "a primazia de ser narradas por um dos personagens que
fazem uma viagem à próspera cidade litorânea de Camocim", leia-se: "a primazia de serem narradas por um dos
personagens que faz uma viagem à próspera cidade litorânea de Camocim".
Por fim, os
erros seguintes decorreram mais da transcrição de entrevistas. Na
página 110, a grafia correta do Circo Freketi, após uma pesquisa básica é
Circo Fekete. Já na página 135, a grafia correta do cantor romântico
"Luisito
James" é sem dúvida alguma Luizito Gemma. Com certeza o amigo leitor
encontrará outros erros e, chegando até nós, retificaremos numa próxima
oportunidade. Obrigado pela leitura atenta!
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
SABÃO "MADE IN" CAMOCIM.
Fonte: ibamendes.com |
Cinco meses antes de presidir a fundação da Augusta Respeitável e Benemérita Loja Simbólica DEUS E CAMOCIM N° 1, a propaganda dos produtos da fábrica do italiano João Baptista Gizzi já estampava os jornais de Sobral, especialmente do "Sabão Magestade", em pequenos espaços e com linguagem criativa. No jornal "A Lucta", de 25 de fevereiro de 1920, anunciava-se:
Sabão! Sabão!
Experimentae sabão
MAGESTADE
De GIZZI & COMP. CAMOCIM.
Em outro espaço, mais uma chamada!
NOVIDADES
Experimentae o sabão
MAGESTADE
Agente nesta cidade NICOLAU & CARNEIRO.
No mesmo número, a empresa anuncia através de seu representante comercial em Sobral acima referido o Sabão Londres em tablets, como uma homenagem às "Senhoritas Sobralenses". A concorrência também estava presente, mostrando que a indústria e o comércio de sabão era um bom investimento naquela época. Também eram anunciados no mesmo número do jornal os sabões Aristolino e Econômico, fabricados no Rio de Janeiro e Fortaleza, respectivamente. Deste modo, um produto "made in" Camocim como o Sabão Magestade já limpou muita sujeira no passado.
AGRADECIMENTOS AOS CAMOCINENSES!
Fonte: camocimonline. |
Mais um setembro se foi! Como há dois anos atrás, fizemos mais uma série SETEMBRO CAMOCIM, que já vem se tornando tradição no blog no sentido de mostrar fatos de nossa história e subsidiar pesquisas escolares. Intentamos no futuro transformar estas postagens num instrumento didático, mas, espero que os professores estejam fazendo bom uso delas, juntamente com seus alunos, o que, de alguma forma pode ser percebido pelas visitas durante o referido mês: de 49 mil visitas pulamos para 52 mil acessos. Se metade disso tiver sido no âmbito escolar, já nos damos por satisfeitos. Aprendemos muito neste mês. A pesquisa incessante e as conversas com populares e intelectuais da cidade nos momentos em que estivemos lançando o livro "Sobre Camocim: política, trabalho e cotidiano", nos trouxe muitas ideias e projetos. Continuaremos sempre nessa trajetória, posto que a História não para.
FOTO: "CUMPLICIDADE". Robervaldo Monteiro. Vencedor da categoria fotografia. XXV Salão de Artes de Camocim. 2013.