Já enfocamos neste espaço a busca do eldorado de camocinenses na Amazônia na esteira das levas de imigração patrocinadas pelo Governo Federal na mobilização que ficou conhecida como “Borracha para a Vitória”, dentro do chamado esforço de guerra durante a II Guerra Mundial. Nos arquivos do Fórum de Camocim uma simples ação declaratória impetrada pela irmã de Gerardo Fontenele Lima em 1986, mostra o indício das motivações que levaram o jovem camocinense a "se mandar" para a Amazônia.
Porto de Camocim. Arquivo do Blog. |
No entanto, esse fragmento junta-se a muitos outros que as pesquisas sobre imigração vão revelando. É o caso da Tese de Doutorado de Franciane Gomes Lacerda, intitulada: Migrantes cearenses no Pará: faces da sobrevivência.(1889-1916) defendida em 2006 na Universidade de São Paulo - USP.
Neste trabalho, podemos verificar que a migração para a Amazônia, no entanto, não se dá somente no período da Segunda Guerra Mundial. Com efeito, nos momentos de seca esse fênomeno também acontece. A autora relata as partidas de cearenses do Porto de Camocim em 1889 e 1910, assim como dos pedidos destes trabalhadores junto ao Governo de recursos para trazerem suas famílias para junto de si. Buscar quem foram estes migrantes, quem foram estas famílias, quantos voltaram, quem ficou por lá, é uma possibilidade enorme de pesquisa. Quem se habilita?
[1] Ação declaratória – Nº 2526. Autora: Angelita Ferreira Fontenele, fl. 2, Ano: 1986. Cx: 114.