terça-feira, 31 de outubro de 2023

PINTO MARTINS VAI AO CINEMA...


   

Cartaz de "Euclydes" no MAM-RJ. 30/10/2023.

    Se você, caro camocinense é morador no Rio de Janeiro ou em São Paulo, ou esteja passando férias por estas duas capitais, ou mesmo em viagem de negócios, reserve um pouco do seu tempo e vá ao cinema para prestigiar nosso conterrâneo ilustre EUCLYDES PINTO MARTINS. Pois é, o documentário 'EUCLYDES", da produtora Vira Lata em co-produção com o Cine Brasil TV, estará sendo exibido inicialmente em São Paulo e Rio de Janeiro em Mostras, Festivais e Encontros de Cinema (confira datas, locais e horários nos cartazes anexos). 

Cartaz  de Euclydes. 47ª Mostra Internacional de São Paulo. 01/11/2023.
 

    Boa parte do documentário foi rodado em Camocim, com participação de várias pessoas do lugar (inclusive eu, rsrsr). Em contato com a produtora, o Coletivo de Historiadores e Professores de História de Camocim já solicitou uma exibição especial do filme em nossa cidade, cujo pedido foi prontamente aceito e que se dará após estas exibições de estreia no circuito nacional. Estamos no aguardo e ansiosos para conferirmos esta produção sobre a história de PINTO MARTINS! 

Cartaz de "Euclydes". Festival Nicho Novembro. 12/11/2023.

REPERCUSSÕES E IMPRESSÕES DE DOIS CAMOCINENSES QUE ASSISTIRAM A ESTREIA DO DOCUMENTÁRIO NO RIO DE JANEIRO.

PAULO ESS - Ator

Gente, acabei de ver um documentário sobre a vida do piloto Pinto Martins, e fiquem atentos, se passar no Festival de Cinema e vídeo/CINE CEARÁ. Informações preciosas mostradas no documentário: 
1) Pinto Martins era negro e as “autoridades” o embranqueceram em fotos e nas esculturas. 
2) O aeroporto de Fortaleza, em sua fachada, não tem mais o nome Aeroporto Pinto Martins, mas sim Fortaleza AirPort. 
3) A autoridades da época, registraram sua morte como suicídio, ponto que a família Pinto Martins discorda, alegando que ele era destro, e o tiro foi dado do lado direito na sua cabeça. 
4) Ele e sua família, bancaram todo esse evento histórico, que foi a viagem que ele fez no avião Sampaio Correia, de Nova Iorque ao Rio de Janeiro, com início em novembro de 1922, e terminando em fevereiro de 1923. 
Enfim, essa figura natural de Camocim, merecia mais consideração e respeito, pelo menos o mínimo que possam considerar essa contribuição para a história da aviação brasileira.

FRANCISCO OLIVAR (VAVÁ) - Livreiro

Nobre professor Carlos Augusto Santos, apoteótico, palmas duraram entre 3 e 5 minutos. A cinemateca do MAM estava quase lotada com centenas de pessoas. Você, Paulo José e Adauto Gouveia se saíram muito bem. Documentário muito bem feito, muitas pesquisas, dados desconhecidos de nós. Falei com o diretor Raphael que é seu amigo e do Paulo José, ele quer muito fazer uma exibição na nossa cidade. Ele destacou que Pinto Martins era negro e isto não está registrado no imaginário popular de ninguém, eu, pessoalmente achava que Pinto Martins não era negro, como desde menino Pinto Martis navegava nos barcos do pai é natural aquela cor parda queimada do sol. Outra coisa que não concordei foi um depoimento de uma intelectual detonando  Monteiro Lobato como racista,nem mencionou o fato de Lobato que escreveu no livro Escândalo do Petróleo e Ferro dizendo que Pinto Martins é um dos mártires brasileiros do petróleo, esta destacou o livro ''Presidente Negro''e seu lado racista,não sabe ela que na época que escreveu, Lobato estava falido e este livro o público americano iria gostar e iria ganhar muito dinheiro, um livro direcionado, não seu pensamento. Mas o resto tudo de bom, espero que logo seja exibido na nossa cidade.


sábado, 14 de outubro de 2023

ALFREDO PESSOA. O PROFESSOR DE CAMOCIM NA ONU

 

Alfredo Pessoa, no traço de Jorge Brandão. Fonte: Revista Carioca. 1954.

    Alfredo Pessoa nasceu numa terça-feira em Camocim. No calendário a folhinha marcava 26 de fevereiro  de 1895. Num relato jornalístico, disse-se sobre ele: "Cresceu, fez grandes travessuras, caçadas, montadas, até que um dia seu pai mandara-o para Recife, a estudar 110 'Colégio Ayres Gama' onde fez o ginásio. Partiu para o Rio em 1912. Dois anos depois fazia exame e ingressava na Escola Politécnica, aprovado em todas as matérias, onde fez o curso de engenharia. Seus professores em Recife sempre' se corresponderam com o menino Alfredo Pessoa, pois sabiam que êle tinha muita queda para o ensino. Nas aulas era sempre chamado para descrever uma matéria e seu hábito de explicar matemática e ciências naturais, fazia sempre com que os mestres depositassem grande confiança no aluno. Com 14 anos voltou para o Recife, de onde recebeu convite para substituir um professor de aritmética"

    Aos 18 anos se empolgou pelas ideias do filósofo francês Augusto Comte que se converteu ao positivismo. Voltou para o Rio de Janeiro e foi ensinar  em cursos particulares as matérias de Geometria Descritiva, Geometria Analítica, Cálculo Diferencial e Integral e Mecânica Geral. Como era contra os diplomas oficiais, tirou, a pedido de sua mãe, a carta de engenheiro-geógrafo. Aliás, sua opção filosófica, fez com que a sua família deixasse de enviar ajuda financeira para ele se manter na capital do país. Passou muitas dificuldades, posto que, dos seus alunos "recebia apenas uma contribuição módica e isto mesmo quando podiam pagar até o dia cinco de cada mês (Cr$ 20,00). Depois desta data nada aceitava, porque considerava um sacrifício". 

    Para sobreviver,  trabalhou no comércio e como jornalista por muito tempo. "Quando o general Rabelo foi nomeado interventor de São Paulo, serviu como secretário, o que lhe valeu mais tarde a prisão, por ocasião da revolução paulista de 1932". Em 1933, Alfredo Pessoa, por nomeação do então prefeito Dr. Pedro Ernesto, ingressou na Prefeitura do Distrito Federal como diretor do Serviço de Turismo e Certames da Prefeitura. Neste setor, organizou várias "Feiras de Amostras", sendo nomeado representante do Brasil na "Feira. de Poznan", na Polônia. "Nesta exposição o Brasil alcançou o primeiro lugar entre todos os países que ali se fizeram representar. No governo ditatorial de Vargas, foi diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), setor de divulgação". 

Presidente Getúlio Vargas recebe os diretores do DIP. Alfredo Pessoa é o terceiro da esquerda para a direita. Fonte: Jornal A Batalha, RJ. 1940.

    No contexto da segunda guerra mundial "chefiou uma missão jornalística a Londres e nesta ocasião Nelson Rockfeller desejava que ele fosse trabalhar em seu escritório interamericano, em. Washington". Posteriormente, nos Estados Unidos chefiou o escritório comercial do Brasil em Nova Iorque. Esta posição o guindou a um lugar delegação brasileira junto à Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda no governo, ao regressar ao Brasil oi designado como "observador brasileiro junto à "Comissão de Energia Atômica".

    Como diretor do Serviço de Turismo e Certames da Prefeitura era o responsável pela ornamentação dos "logradouros, clubes, quartéis, e nas comemorações patrióticas". Na política "recusou uma eleição no Ceará, por sempre ter tido repulsa a um regime em 'que se reclama uma aprendizagem especial para ser maquinista ou vaqueiro, enquanto nada se exige para um político ser guindado a legislador."

    Continuamos na pesquisa para saber mais sobre este professor camocinense.

Fontes: Revista Carioca, 1954.

Jornal A Batalha, Rio de Janeiro, 1940.