Pinto Martins em Aracti. 1922, Fonte: fortalezaemfotos.blogspot.com.br |
Antes
de chegarem em Camocim, um boato
correu pela cidade de que não mais Pinto
Martins pousaria em Camocim. Superada as desconfianças por um telegrama do
próprio aviador avisando sua parada em solo camocinense, fizeram-se as devidas
homenagens e a partida no dia seguinte 20 de dezembro de 1922, as
7 horas da manhã. No livro Pouso da
Águia, o autor grafa 8h16min. Afora isso, cogitou-se que os aeronautas
amerrisariam em Fortaleza, o que não
aconteceu, segundo se conta, devido o mar revolto da enseada do Mucuripe.
O Sampaio Correia II, depois de Camocim só parou em Aracati, de onde Pinto Martins telegrafou
para a Associação de Escoteiro do Alecrim,
informando que chegariam na capital
potiguar em 21 de dezembro de 1922. Natal,
naquela época tinha apenas 25.000 habitantes. Ás 12:45, o hidroavião pousou
no Rio Potengi onde em suas margens,
uma multidão esperava os aviadores, que foram recebidos efusivamente. Os
aviadores visitaram o governador Antonio
de Souza no Palácio do Governo, onde prestaram uma homenagem ao aeronauta
potiguar Augusto Severo, que havia
morrido ao pilotar seu dirigível “Pax” em
Paris, na França, no ano de 1902. Apesar
de estar programado vários eventos para o dia seguinte, a comitiva de
aeronautas partiu cedo sem dar maiores explicações. o que gerou constrangimento
na imprensa potiguar.
Pinto Martins no Rio Potengi. Natal. 1922. |
Logo após
decolarem do Rio Potengi, o “Sampáio Correia II” apresentou problemas no motor
esquerdo, próximo a fronteira com a Paraíba,
forçando-os a amerissar. Somente no dia de 25
de dezembro, em pleno feriado de Natal foi que seguiram viagem para Recife. No entanto, uma nova pane
obrigou os aeronautas pararem em Cabedelo,
na Paraíba, quando foi realizada a troca de um dos motores, fato este que adiou
a partida para a capital pernambucana somente no final de janeiro de 1923.
Os contratempos
surgidos até o destino final terminaram e só assim o “Sampaio Correia II” pode
passar sem problemas por Maceió,
Salvador, Porto Seguro, Vitória no Espírito
Santo e finalmente, Rio de Janeiro,
a Capital Federal. Era 8 de fevereiro de 1923 e os tripulantes
aproveitaram vários dias de festas em honra ao feito por eles concretizado.
Contabilizados os dias, se tivessem vindo de navio, teriam chegado mais cedo, o
que diminuiu um pouco o impacto da aventura aérea.
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