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Quando Murilo Rocha Aguiar tomou
assento na Assembleia Constituinte de 1947 já era o terceiro
político do clã dos Aguiar a ter uma cadeira naquela casa
legislativa. Na Legislatura de 1947, seu sogro, o Coronel Antonio de
Carvalho Rocha (Tonico Rocha), pai de sua esposa Maria Stela
Rocha Aguiar, também era deputado constituinte. Murilo Aguiar foi o
segundo filho do casal Vicente de Paula Aguiar e Iracema
Rocha Aguiar e quando nasceu em Camocim, havia quatro meses que tinha
irrompido a Primeira Guerra Mundial. No seu percurso de
estudos, realizou os estudos primários em Camocim. Depois estudou em Fortaleza no
Colégio Castelo Branco e, posteriormente ingressou no Seminário em Sobral onde
continuou os estudos secundários, até 1928.
Ainda muito jovem, "dedicou-se
ao comércio, estabelecendo-se em 1931 em Reriutaba (antiga Santa Cruz), de onde
se transferiu em 1932 para Camocim, ali constituindo a firma individual
Murilo Aguiar, uma das mais importantes do norte do Estado, tornando-se, ao
mesmo tempo, figura de prol da sociedade, no seio da qual desfruta de
arraigadas simpatias e de todo o conceito".
Devido a sua desenvoltura exerceu
vários cargos na comunidade camocinense como diretor da Associação dos
Retalhistas, Presidente da Associação Comercial e do Banco
Auxiliar Agrícola, Camocim Clube, dentre outros. Fundou a Voz
de Camocim.
Depois da experiência como deputado
entre 1947-1950 onde foi membro da Comissão de Indústria e Comércio e
Segundo Secretário em 1950, foi prefeito de Camocim entre 1954-1957.
Posteriormente retornou à Assembleia
Legislativa como deputado eleito nas legislaturas de 1958, 1962, 1966 e
1982. Nesta última legislatura aconteceu o infausto que causou sua
morte:
Quando da renovação da Mesa Diretora
da Assembleia Legislativa em 1985, apresentaram-se à disputa dois candidatos:
Murilo Aguiar e Castelo de Castro. O primeiro, apoiado pelo Governador do
Estado, Gonzaga Mota, enquanto Castelo de Castro recebia o beneplácito da
oposição e do Presidente da Casa, Aquiles Peres Mota. A previsão do resultado
de empate favorecia o mais velho, no caso Murilo Aguiar. A votação decorreu em
clima dos mais tumultuados na história do Legislativo Cearense. Quase no final
da apuração, o Presidente concluiu pela anulação de um voto favorável a Murilo
Aguiar, determinando a vitória de Castelo de Castro. Não suportando o impacto
do resultado, viu-se acometido de infarto do miocárdio, falecendo logo após
atendimento hospitalar. Como homenagem dos deputados, foi dado o seu nome ao
Auditório da Assembleia Legislativa do Ceará. Como homenagem dos deputados, foi
dado o seu nome ao Auditório da Assembleia Legislativa do Ceará. Murilo
Aguiar faleceu, em Fortaleza, a 1° de março de 1985, antes de concluir seu
mandato.
Trinta e um anos depois os jornais
cearenses trazem os bastidores de mais uma disputa pela Presidência da Mesa
Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará que envolve um membro da Família
Aguiar, desta vez, um dos netos de Murilo, Sérgio Aguiar (PDT),
atual primeiro secretário que, com o atual presidente Zezinho
Albuquerque, também do PDT, próxima quinta-feira, 01 de dezembro de
2016. Que tudo ocorra dentro da tradição
Fontes:Deputados Estaduais: 16ª legislatura, 1963-1966. Fortaleza: INESP, 2006. p.161. Jornal O Estado, 24/11/2016. |
PÁGINAS
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- SOBRE
- O AUTOR
- PINTO MARTINS
- COMUNISMO EM CAMOCIM
- LIVROS E ESCRITORES DE CAMOCIM
- HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO EM CAMOCIM
- ESCRAVIDÃO EM CAMOCIM
- FUTEBOL EM CAMOCIM
- INSTITUIÇÕES E ASSOCIAÇÕES DE CAMOCIM
- RUAS E LUGARES DE CAMOCIM
- TRABALHO E TRABALHADORES DE CAMOCIM
- DISTRITOS E LOCALIDADES DE CAMOCIM
- FERROVIA E FERROVIÁRIOS DE CAMOCIM
- PORTO DE CAMOCIM
- AS SECAS EM CAMOCIM
- POLÍTICA E POLÍTICOS DE CAMOCIM
- CULTURA E PATRIMÔNIO DE CAMOCIM
- RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE EM CAMOCIM
- CAMOCIM ASPECTOS HISTÓRICOS
- CAMOCIM ASPECTOS ECONÔMICOS
- HOMENS E MULHERES DE CAMOCIM
- HISTORIADORES DE CAMOCIM
- ÍNDIOS DO CAMOCIM
- IMPRENSA CAMOCINENSE
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
PARLAMENTARES DE CAMOCIM IV - MURILO ROCHA AGUIAR
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
PARLAMENTARES DE CAMOCIM III - ALFREDO VERAS COELHO
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Fonte: Deputados estaduais:
16ª legislatura, 1963-1966. – Fortaleza: INESP, 1998. p.206.
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Em postagens muito anteriores enfocamos dois parlamentares que tiveram assento na Câmara Federal e nasceram em Camocim: Frota Aguiar e José Dias Macedo. Retomando a seção "Parlamentares de Camocim", vamos agora nos reportar sobre os deputados estaduais, políticos mais próximos de nós, por terem vivido aqui e recebido o apoio eleitoral de seus munícipes, principalmente. Deste modo, enfocaremos hoje Alfredo Veras Coelho, nascido 24 dias do mês de abril, no ano da Grande Depressão de 1929, uma crise econômica que varreu o mundo. Para a região nordeste, o alívio naquele ano foi ter havido um bom inverno que interrompeu a seca que vinha desde 1926 e dali continuaria até a famosa Seca de 1932. Filho do coronel Alfredo Othon Coelho e Hilda Veras Coelho, "Alfredinho", como ficou conhecido na intimidade familiar e a população camocinense, era também neto coronéis
Tomaz Zeferino Veras e Joaquim Francisco da Fonseca Coelho, famílias tradicionais do município. Foi deputado estadual suplente na 16ª (1963-1966) e 17ª (1967-1970) legislaturas, assumindo em algumas ocasiões, como em 1964, beneficiado pela cassação de alguns deputados pelo golpe civil-militar daquele ano. No livro Deputados Estaduais encontramos seu resumo biográfico.
Agrônomo. Iniciou seus estudos na terra natal. Cursou o 1° e 2°
graus no Colégio São João, em Fortaleza. Formado em Agronomia pela
Universidade Federal do Ceará. Com apenas 18 anos começou a mostrar
seu dinamismo como Secretário do Prefeito de Camocim Francisco
Coelho. Eleito Vereador por este município em 1950, [...]. Suplente de
Deputado Estadual na legislatura de 1963. [...] Após o cumprimento de seu
mandato, foi chamado para ocupar os cargos de Diretor Administrativo
e Diretor Comercial da CEPESCA, hoje CEDAP, nos Governos Virgílio
Távora e Adauto Bezerra. Diretor Administrativo do Banco de
Desenvolvimento do Estado do Ceará - BANDECE, nos Governos Plácido
Castelo e Gonzaga Mota. [...] através de seus
esforços, Camocim foi o segundo município do interior brasileiro a
conseguir energia da hidroelétrica de Paulo Afonso, substituindo os
velhos motores a diesel nos distritos de Bitupitá e Arara. Esta
façanha aconteceu no Governo do Presidente João Baptista de
Figueiredo. Criador da Companhia de Turismo de Camocim, com a
conseqüente construção do Hotel Municipal de Camocim. Conseguiu a
primeira concessão de rádio para o município, instalando a Rádio
Pinto Martins a 19.12.1981. Foi colaborador incansável de seu
irmão Edilson Veras Coelho, quando este foi Prefeito de Camocim, no
período de 1977 a 1982. Aposentou-se pela Secretaria de Agricultura
como Técnico em Administração. Deixou para os que com ele
conviveram uma lição de dignidade e trabalho, virtudes
características de sua personalidade. Faleceu em dezembro de 1985.
Em 1986, através da Lei nº 11.187, de 09.06.86, o Governador Gonzaga Mota concedeu uma pensão mensal com base em dois terços do subśido de Deputado Estaual à viúva D. Terezinha Costa Coelho.
Fontes: Diário Oficial do Estado do Ceará - 19.06.1986.
Deputados estaduais:
16ª legislatura, 1963-1966. – Fortaleza: INESP, 1998, p.206.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
CAMOCIM NOS LIVROS III - ALFREDO PESSOA CAVALCANTE

Foi numa terça de carnaval, no ano que Camocim completaria o 16º ano de emancipação política. que Alfredo veio ao mundo. Na casa dos Pessoa Cavalcante, o ano de 1895 não podeira começar tão bem. Vinte e três anos depois, o jovem Alfredo Pessoa Cavalcante já se tornara engenheiro-geógrafo formado na Escola
Politécnica do Rio de Janeiro (1918). Este é o personagem de hoje da seção Camocim nos livros. Não sabemos se nas três obras que publicou, Alguma Coisa que Vi (1935), Um Homem que Governou (1942), Sempre Haverá Uma Inglaterra (1943), a cidade aparece como objeto de alguma crônica ou reminiscência, mas esta seção pretende recuperar não somente os livros, mas os escritores que tiveram nesta terra o seu berço natal. Alfredo Pessoa Cavalcante foi ainda matemático, professor, diretor de Turismo
da Prefeitura do Rio de Janeiro, jornalista. Foi membro de delegação brasileira
à ONU e exerceu diversas outras missões no exterior: chefe do Escritório
Comercial do Brasil em Nova Iorque, consultor brasileiro de Nelson Rockfeller,
representante do Brasil na Feira de Poznan (1935), observador brasileiro junto
à Comissão de Energia Atômica da ONU (1948/1949). Seus livros estão esgotadíssimos, mas, numa busca na Estante Virtual, encontram-se ainda seis (06)exemplares para venda de Sempre Haverá Uma Inglaterra (1943), inclusive um autografado (foto) e um exemplar de Alguma Coisa que Vi (1935).
FONTE:http://www.ceara.pro.br (Portal da História do Ceará)
domingo, 6 de novembro de 2016
CAMOCIM NOS LIVROS II - JOSÉ ARIMATÉIA FILHO
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Capa de "Seara de Rimas e Rosas. 1992. |
Um poeta quase sempre canta sua terra, sua aldeia, seu torrão. Infelizmente, pouco sabemos sobre os velhos vates cantadores e versejadores da nossa idolatrada Camocim. Um destes poetas de antanho é José
de Arimatéa Filho. Nasceu em Camocim/CE em 1 de
novembro de 1913, filho de José Arimatéa e Maria José de Medeiros. Foi
funcionário do Banco do Brasil. Certamente em suas obras, Camocim deve estar contida e cantada. Na sua produção literária constam: "Caixa de Brinquedo”
(1977), "Entre Areias e Asfaltos" (1987), "Seara de Rimas e Rosas" (1992) e “Entre
Sombras e Luzes” (1999). José de Arimatéa Filho faz parte da primeira composição da Academia Camocinense de Ciência, Artes e Letras. Excelente trovador, ganhou alguns prêmios. Abaixo, alguma de suas melhores trovas:
TROVAS
Neste
mar – vida agitada,
creio, tocado de luz,
que Deus fez minha jangada
dos braços de sua cruz.
Sinto,
junto ao mar, sereia, (Menção Especial em Fortaleza - 1986)
quanto me prendes ainda,
no branco lençol de areia
de minha saudade infinda!...
Tentando
driblar a sorte,
rogo a Deus, o tempo inteiro,
para o relógio da morte
atrasar mais o ponteiro...
No
trampolim da ilusão
quase que me despedaço,
pois subi como um balão
e caí feito um palhaço.
Pesquei
pérolas no mar
dos sonhos bons, fugidios...
- hoje resta-me o pesar
dos meus samburás vazios.
TROVAS DE BOM HUMOR
Justino
- moço direito -
cedo casou com Carlota,
mas se mandou... pelo jeito, (4º
lugar em Fortaleza/CE - 1987)
a garota era 'canhota"...
http://falandodetrova.com.br/arimateafilho.
domingo, 30 de outubro de 2016
CAMOCIM NOS LIVROS I - MEMORIAL HISTÓRICO DA CIDADE DE CAMOCIM
Almanaque Laemmert. 1911-1912 |
O Memorial Histórico da Cidade de Camocim, escrito por Antonio Filadelfo Pessoa em 1908, sem dúvida foi a primeira obra sobre nosso município. Dela só temos a notícia e o registro feito nos almanaques. A referida obra foi uma espécie de "representação official do municipio na Exposição Nacional d'aquelle anno, tendo sido profusamente pelos municipes. Foi o unico trabalho no genero que se fez no Estado". Portanto, é possível que esta obra tenha sobrevivido ao tempo nalguma biblioteca das famílias antigas da cidade ou num baú de raridades de alguém. A obra foi publicada pela Câmara Municipal de Camocim que neste mesmo ano publicou o seu Código de Posturas que continha 245 artigos. Registrou-se ainda que o referido "Memorial" foi também em comemoração ao Primeiro Centenário da Abertura dos Portos do Brasil ao Comércio Internacional e que o mesmo foi rodado nas oficinas da Tipografia Minerva.
Como podemos perceber, a Câmara Municipal tem uma tradição na publicação de obras e que bem poderia ter um Projeto Editorial permanente.
Fonte: Almanak Laemmert, in:http://memoria.bn.br/
sábado, 29 de outubro de 2016
O DIA DO LIVRO - "CAMOCIM NOS LIVROS"
Aproveitando que hoje, 29 de outubro é o DIA DO LIVRO, vamos inaugurar mais uma seção no blog: "Camocim nos Livros" que pretende fazer uma apanhado de como nosso município é retratado em obras literárias e históricas. A postagem de hoje traz uma poesia de João Batista do Nascimento, poeta colaborador do blog, como que abrindo as cortinas para essa nova seção do Camocim Pote de Histórias.
O DIA DO
LIVRO
UM LIVRO É
SAGRADO
ALI ESTÁ
CONGREGADO
A SUA
IMAGINAÇÃO
PRODUTO DE
INTIMIDADE
MENTIRAS OU
VERDADES
PROVIDAS DO
CORAÇÃO
ESCREVEMOS E
PENSAMOS
NO LIVRO
REGISTRAMOS
TODA A NOSSA
HISTÓRIA
SONHOS E
FANTASIAS
FEITICHES E
UTOPIAS
TIRADAS DA
MEMÓRIA
O LIVRO É
REVELADOR
ELE EXPÕE DO
SEU AUTOR
SUA OBRA E
SUA ARTE
SAÍDO DA
TINTA PARA O PAPEL
RETRATA A
OBRA DE UM PINCEL
EXPOSTO AO
POVO POR TODA PARTE
O PRIMEIRO
LIVRO EDITADO
COM OS
ESCRITOS SAGRADOS
AINDA É POR TODOS,
SEGUIDO.
ALI PERMANECE
GRAVADO
O QUE NOS
PAPIROS FOI RABISCADO
EXEMPLOS DO
QUE TEMOS VIVIDO
O QUE SABEMOS
NO PRESENTE
FICA
REGISTRADO NA MENTE
PROVIDOS DO
QUE ESTÁ ESCRITO
NO LIVRO FICA
REGISTRADO
TUDO O QUE
FOI PESQUISADO
EXIBE O QUE
FOI PRESCRITO
OS LIVROS
TRAZEM GRAVURAS
TRADUZ PELAS
FIGURAS
UM TEXTO SEM UM
ESCRITO
AQUELE QUE
NÃO SABE LER
MAS TEM OS
OLHOS PRA VER
VIAJA NO QUE
FOI VISTO
UM PAÍS SE
FAZ COM HOMENS E LIVROS
ESSE É UM
PROVÉRBIO VIVO
DO POETA
MONTEIRO LOBATO
O LIVRO TRAZ
EDUCAÇÃO
É O DEGRAU
PRA EVOLUÇÃO
UM SUCESSO
IMEDIATO
QUEM TEM O
HÁBITO DE LER
APRENDE A BEM
ESCREVER
SABE O TEXTO
INTERPRETAR
O LIVRO É
COMO UM TROFÉU
TE LEVA DO
INFERNO PRO CÉU
AJUDA O
MISTÉRIO A DESVENDAR
O LIVRO TEM
POESIAS
CONTOS
NOVELAS FILOSOFIA
DIDÁTICA CIENCIA
E CORDEL
LEIS
PESQUISAS E ABC
TUDO O QUE
VOCÊ QUISER LER
DÕE LIVROS DE
PRESENTES
AJUDE A ABRIR
AS MENTES
PARA UMA BOA
EVOLUÇÃO
O LIVRO É A
CHAVE DO SUCESSO
NELE ESTÁ O
PROGRESSO
DE TODA UMA
NAÇÃO.
AUTOR:
JOABNASCIMENTO
DATA: 09/10/16
Recanto das
Letras: JOABNASCIMENTO
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter:@ljoaobatista
terça-feira, 25 de outubro de 2016
PCdoB DE CAMOCIM FEZ BONITO NAS ELEIÇÕES DE 2016
Após as eleições de 2016, o leitor Francisco Rocha Pereira fez uma análise do desempenho do PCdoB em Camocim para a Câmara Municipal, recuperando historicamente a atuação do partido em nosso município.
by Francisco Rocha Pereira
Historiador e militante do PCdoB
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Pedro Teixeira de Oliveira (Pedro Rufino). Fundador do PCB em Camocim
e Vereador na Legislatura de 1948-1950. Fonte: acervo do blog.
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Haroldo Carvalho de Oliveira.
Candidato a Prefeito de Camocim pelo PCB em 1988.
Fonte: Livro "A Casa do Povo".
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O Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mais uma vez faz história em Camocim. Não é à toa que ainda na primeira metade do século XX, Camocim recebeu a alcunha de “Cidade Vermelha” devido a importância que esse partido teve, principalmente no meio sindical e trabalhista, desde as primeiras décadas do mesmo, muito bem retratada no livro “CIDADE VERMELHA: A militância comunista nos espaços do trabalho. Camocim – CE (1927-1950)”, do historiador Carlos Augusto Pereira dos Santos. Ainda do mesmo autor, antes que eu me esqueça, já que quero falar de eleição, nota-se a força dos comunistas ao conquistarem uma vaga na Câmara Municipal de Camocim na Legislatura de 1948-1950, detalhado no livro “A CASA DO POVO: História do Legislativo camocinense”, mesmo que para isso tenha sido necessário se abrigar em outro partido, devido a cassação do registro do PCB (Partido Comunista Brasileiro), que era vítima da perseguição e repressão aos comunistas no governo do Presidente Dutra.Trata-se do então vereador Pedro Teixeira de Oliveira (Pedro Rufino), um dos mais destacados edis daquela legislatura. De lá para cá, hora com mais, hora com menos filiados, esse partido que sempre foi guerreiro na defesa da classe trabalhadora e do socialismo, sempre vinha concorrendo ao legislativo, mas sem êxito. Somente no pleito de 2012, após 65 anos da eleição de Pedro Rufino, o agora PCdoB, volta a ter sucesso obtendo 2.739 votos e conseguindo eleger o segundo vereador na história municipal do partido para atuar na Casa do Povo, o Sr. Edivanilson Oliveira de Sousa (Oliveira da Pesqueira). Não sei se é coincidência, mas na referida eleição observa-se dois fatos inusitados: o total de anos que separa as duas eleições é igual a sigla do partido (65); o outro é que embora não tivesse tradição na política, Oliveira, além da sorte de entrar logo na primeira tentativa, deve se orgulhar também, de ter sangue de Pedro Rufino em suas veias, pois é filho de uma sobrinha do mesmo.
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Edivanilson Oliveira de Sousa(Oliveira da Pesqueira).
Vereador do PCdo B, reeleito para a legislatura 2017-2020.
Fonte; politicaemevidencia.com.br
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Antes de ir para um segundo ponto, gostaria de destacar a forma corajosa e peculiar do PCdoB caminhar independente de quem esteja no poder. Seus encontros e conferências são uma boa aula de história e tem como ponto forte a conscientização política e a primazia do bem comum.
É sabido que na cidade de Camocim há dois grupos fortes que, juntos, são detentores de quase a totalidade do eleitorado, não sobrando muito espaço para uma terceira via; quando surge. Essa condição faz com que o partido às vezes apoie um grupo nas eleições para prefeito, às vezes, o outro. Entretanto já teve a ousadia de concorrer ao executivo em 1988 com o nome do saudoso Haroldo Rufino, neto de Pedro, como terceira opção, e em 2008 concorreu a Vice-Prefeitura com o radialista Assis Araújo na chapa encabeçada por Mônica Aguiar, quando ficaram em segundo lugar. Desde então os comunistas vem apostando no projeto político do grupo liderado pelo Deputado Sérgio Aguiar. De 2012 para cá, o partido não só contribuiu para a eleição e reeleição da Prefeita Mônica, como também teve um significativo crescimento nesse período, conseguindo mais um feito inédito nessas eleições de 2016, que apresentaremos a seguir, de acordo com alguns dados fornecidos pelo Diretório Municipal: De 2.739 votos em 2012, pulou para 4.049 em 2016, mais 103 votos de legenda; No geral a Coligação ficou em 3º lugar, já o partido ficou em 2º lugar, ficando atrás somente do PDT da Prefeita reeleita, superando até mesmo o próprio PMDB da candidata derrotada que, embora tenha sido bem votado, não fez um vereador sequer pela legenda de seu partido.
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James do Peixe. Vereador eleito pelo PCdo B para a
legislatura 2017-2020. Fonte:gazetadopovo.com.br
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Enquanto isso o PCdoB fez dois, reelegendo Oliveira com votação dobrada, elegendo James do Peixe que a exemplo do primeiro tem o mesmo ramo de vida, (vendedor de peixe), e também entrou na primeira tentativa, e ainda conseguiu mais um vereador pela coligação PCdoB/DEM, que foi o Zezinho da Rádio (DEM). Esta superação e crescimento são resultado do empenho dos camaradas, sendo motivo de orgulho para todos os que fazem parte do Diretório Municipal, dos candidatos eleitos e não eleitos e também dos simpatizantes. Antes de finalizar, quero chamar atenção para um pequeno contraponto: A ênfase à evolução do partido não significa dizer que não haja divergências entre os que o compõem. Afinal, elas fazem parte dos desafios enfrentados e superados.Há quem diga que o partido não é mais o mesmo, mas há de se ver também que algumas mudanças estratégicas às vezes são necessárias para se alcançar um objetivo. E desta vez, o objetivo de colocar dois vereadores para fortalecer as ações dos comunistas no Parlamento Municipal foi alcançado. Esperamos que estes, eleitos pelo PCdoB, exercendo o verdadeiro papel de vereador, façam jus aos votos de confiança que lhes foram dados, e que através de suas vozes os ideais socialistas e a classe trabalhadora sejam mais difundidos e melhor defendidos na Casa do Povo...
Viva o Partido Comunista do Brasil!
Avante camaradas!
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
CAMOCIM E O NOME DO SEU RIO
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Trecho do Rio Coreaú. Camocim, Fonte:br.worldmapz.com |
Várias postagens já foram publicadas neste blog evidenciando a nomenclatura do nosso rio, braço do Oceano Atlântico que nos comunica com o mundo exterior. Contudo, quanto mais pesquisamos encontramos denominações diferentes. Baseado nos escritos e mapas antigos já o chamamos de Comecy, Camocy, Camocim, Rio da Cruz, Curyhau, Croahú. Dizem que os índios que habitavam suas margens o chamavam de Croahiú, até chegarmos no nome atual de Coreaú.
Outra denominação, no entanto, diversa das demais acima elencadas encontramos na obra "Vocabulario Indigena em uso na Provincia do Ceará", por Paulino Nogueira, publicado na Revista do Instituto do Ceará - 1887. Diz-nos o referido autor que C. Mendes, em sua obra Memorias, tomo 2, à página 459 em nota acrescentada, diz que o nosso acidente geográfico mais importante já se chamou rio de S. Cruz de S. Francisco. Como se pode perceber, as denominações refletem a disputa da colonização da região, tendo-se vocábulos oriundos do idioma holandês, tupi e português. Rio da Santa Cruz de São Francisco, provavelmente foi dado por um católico português mais ardoroso.
Fonte:http://portal.ceara.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=33021&catid=433&Itemid=101