Foto: Vapor Camocim. Arquivo do blog. |
Um
leitor do blog nos pergunta sobre o transporte de
pessoas em barcos e navios para Belém na década de 1950. Com efeito, os jornais
do final do século XIX e das primeiras décadas do século XX de todo o Brasil,
são pródigos em anunciar os trajetos e horários destas embarcações em suas
páginas. Não sabemos dizer se efetivamente houve linhas marítimas só de
passageiros, mas, combinando-se cargas com pessoas, as companhias
faziam este transporte regularmente. Nestes mesmos jornais, em colunas específicas, era
comum se noticiar a chegada e partida de pessoas, notadamente de autoridades
que visitavam as redações dos periódicos para oferecer-se a registro e mostrar
distinção dos demais pobres mortais, com seu nome no jornal mostrando o que
veio fazer naquele lugar de passagem: negócios ou passeios. Ecos do culto às
“celebridades” de outrora!
Desta forma, o Porto de Camocim era um ponto de convergência para quem queria viajar para a capital Fortaleza, outros estados da federação ou mesmo outros países, já que o porto era contemplado com roteiros para o continente americano e europeu, principalmente. No entanto, nos momentos de secas e guerras, o porto servia como base de transporte de levas de emigrantes da região para outras partes do país. Ainda no século XIX, por exemplo, o jornal A Federação, órgão do Partido Republicano Federal editado em Manaus, na edição de 14 de dezembro de 1898, Nº 282, traz um relatório desse transporte para aquele ano, que nestes tempos de guerra ou seca era custeado pelo governo. Vejamos (respeitando a grafia da época):
Desta forma, o Porto de Camocim era um ponto de convergência para quem queria viajar para a capital Fortaleza, outros estados da federação ou mesmo outros países, já que o porto era contemplado com roteiros para o continente americano e europeu, principalmente. No entanto, nos momentos de secas e guerras, o porto servia como base de transporte de levas de emigrantes da região para outras partes do país. Ainda no século XIX, por exemplo, o jornal A Federação, órgão do Partido Republicano Federal editado em Manaus, na edição de 14 de dezembro de 1898, Nº 282, traz um relatório desse transporte para aquele ano, que nestes tempos de guerra ou seca era custeado pelo governo. Vejamos (respeitando a grafia da época):
PELOS ESTADOS:
De janeiro a outubro sahiram pelo Porto de Camocim com destino ao norte, 3.795
pessoas a saber.
Nos
navios da Companhia Maranhense - 2.099
Nos
da Companhia Pernambucana
– 1.232
Em
diversos vapores - 414
Total 3.795
Portanto,
quando o transporte marítimo era nossa principal via de comunicação, o Porto de
Camocim tinha relevância no cenário nacional.
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