sábado, 27 de maio de 2017

ONDE ESTÃO OS PEIXES DE CAMOCIM?

Vir a Camocim e não comer um peixe de "respeito" é a mesma coisa que ir à Roma e não ver o Papa.
Pois bem, hoje, depois de duas idas ao Mercado Público não consegui comprar um peixinho da minha predileção para o almoço. Tive que recorrer à velha e boa carne de gado para o repasto de logo mais. Chegando em casa ao mexer no arquivo, deparo-me com o Anuário do Ceará de 1953-1954. Além das ostras, caranguejos, biquaras, curucas, sardinhas, espadas e tubarão, tínhamos uma variedade de peixes mais nobres, com a quantidade, o valor total e o preço médio de cada espécie, conforme a tabela abaixo:

Anuário do Ceará. Produção de pescado. 1953-1954, p.108-109.
Evidentemente, que nos anos 1950 nosso mar era mais piscoso. Hoje, encontrar um bom coró, o peixe que nos identifica na cultura popular, ou o insuperável cangulo é quase tarefa de gincana. Agora, como disse o meu peixeiro: "Vamos apelar prá amanhã e torcer para o vento colaborar e o pessoal trazer peixe de canoa".

Fonte: UCHÔA, Waldery. Anuário do Ceará. 1953-1954.


quarta-feira, 17 de maio de 2017

CAMOCIM NAS TESES ACADÊMICAS III - TURISMO

Folha de rosto da Tese de Doutorado
 de  Lenilton Francisdo de Assis. USP. 2012.
Continuando a série CAMOCIM NAS TESES ACADÊMICAS, apresentamos hoje nessa postagem a Tese de Doutorado de Lenilton Francisco de Assis, ex-professor do Curso de Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú - (UVA),  que trata da atração do espaço camocinense  para o turismo residencia. O trabalho foi defendido em 2012 na Universidade de São Paulo (USP). Para além do fenômeno turístico, o professor analisa as políticas de incentivo ao turismo, sua implementação no município, e suas potencialidades como destino turístico, assim como os problemas enfrentados à época da pesquisa. Abaixo, reproduzimos o resumo da obra. Colocamos também o contato do professor caso algum internauta queira mais detalhes sobre a referida tese.

RESUMO

O aumento da mobilidade tem incorporado novos usos às segundas residências que tornam ultrapassadas antigas polêmicas conceituais como a indefinição entre domicílios de lazer e alojamentos turísticos. Hoje, elas tanto abrigam o veranista local que desfruta do lazer de final de semana, quanto o turista residencial que adquire nova moradia em outro país, onde se comporta como turista e imigrante. Com o incremento das viagens, múltiplos territórios (materiais e simbólicos) são acionados entre as primeiras e as segundas residências, produzindo novas dinâmicas espaciais que resultam na multiterritorialidade. Lógicas distintas de territorialização, endógena e exógena, passam a conviver e a se confrontar nos espaços apropriados por esses domicílios que têm o seu boom atrelado à crescente fusão do turismo com o setor imobiliário. Tomando como referência essas transformações em curso no Nordeste brasileiro, a pesquisa busca enfocar os velhos e novos usos das segundas residências em Camocim/CE, visando entender se suas diferentes lógicas de territorialização promovem a solidariedade ou a segregação socioespacial. A partir de uma abordagem qualitativa, o estudo analisa como as praias das Barreiras, Maceió e Tatajuba se convertem, em Camocim, em múltiplos territórios de convivência e de conflitos entre nativos e visitantes.

Palavras-chave: turismo; segunda residência; território; turismo residencial; setor imobiliário; multiterritorialidade.

Fonte: ASSIS, Lenilton Francisco de. Entre o turismo e o imobiliário: velhos e novos usos das segundas residências sob o enfoque da multiterritorialidade - Camocim/CE. 2012. 278 f. Tese (Doutorado em Geografia Humana). Departamento de Geografia, Universidade de São Paulo, 2012. E-mail: lenilton@yahoo.com