sexta-feira, 25 de outubro de 2013

PORTAL "BRASIL NUNCA MAIS" TRAZ DOCUMENTOS SOBRE COMUNISTAS DE CAMOCIM

A cada dia a pesquisa sobre os Anos de Chumbo da História do Brasil fica mais fácil com a digitalização de documentos. Neste sentido o Portal Brasil Nunca Mais agora disponibiliza mais de 900 mil páginas online para consultas e pesquisas. Os documentos foram sendo reunidos desde 1979, quando um "grupo formado por religiosos e advogados deu início ao ambicioso projeto de obter informações e evidências de violações de direitos humanos praticadas por agentes da repressão durante a ditadura militar no Brasil" (RHBN, p.15). O projeto rendeu anteriormente um livro denúncia com o mesmo nome: "Brasil: nunca mais", onde podemos conferir os depoimentos de torturados, entre eles o de João Farias de Souza, o "Caboclinho Farias". Numa rápida olhada no portal podemos perceber cerca de 39 ocorrências relacionadas aos comunistas de Camocim, dentre eles, João Ricardo, acusado de distribuir propaganda subversiva. A maioria da documentação digitalizada pelo portal é constituída de papéis produzidos pela polícia política, o que vale a advertência de que as declarações contidas nestes documentos não constitui a verdade, posto que conseguidas em sua grande maioria sob tortura. O endereço do portal é: bnmdigital.mpf.mp.br/.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

PARA AS CRIANÇAS DE CAMOCIM

Foto: Crianças de CAMOCIM. Arquivo do Blog

Uma das certezas que temos quando somos adultos é que fomos crianças. Muito do nosso caráter é forjado na infância e, sem dúvida, um adulto do bem carrega sempre uma criança dentro de si. Claro que não basta colocar no seu perfil das redes sociais uma foto de quando era criança. Não basta ter comprado o presentinho para seu filho, afilhado ou criança carente. A criança que existe dentro de nós, imagino, tem que ser vivenciada cotidianamente nas nossas ações, mostrada pelo desapego às coisas materiais, no pleno entendimento das diferenças, no compartilhamento do lúdico, enfim, nas demonstrações de afeto sem cobranças. Neste ponto fico a pensar o que estamos fazendo com nossas crianças: muito do que falta ou do que excede para elas, dadas ou furtadas pelos pais, tutores ou políticos, formarão os adultos do amanhã. 
Quantas vezes, não falta um simples brinquedo ou carinho. Outras tantas, se rouba a infância delas enchendo-as com mimos tecnológicos e outros produtos da modernidade, ou se nega o básico para sua sobrevivência, desnaturalizando-as, transformando-as em seres incapazes na vida adulta. Não era nossa intenção psicologizar esse momento, nossa função aqui nesse espaço é outra: historicizar. Neste sentido, não há como não lembrar do nosso Parque Infantil que ficava ao lado da Igreja Matriz, na frente do CEJA João Ramos, com uma boa variedade de brinquedos e que fazia a festa das crianças e dos pais que levavam seus filhos no passeio dominical típico de cidade de interior: ir à missa e passear com seus filhos. 
Pelo menos duas vezes ao ano essa rotina era quebrada com a chegada do Parque de Diversões Ibiapaba com seus brinquedos coloridos: espalha brasa, os botes, as patinhas, os cavalinhos, os carrinhos e o créme de la créme do parque: a roda-gigante (não tão gigante como as de hoje!). Como podemos perceber, para fazer uma criança feliz não precisamos levá-las à Disneylândia. Desta forma, parabéns para quem teve a ideia de reviver um pouco do nosso antigo parque infantil com os brinquedos típicos dessa época naquele pequeno espaço defronte da Estação Ferroviária, início da Avenida Beira-Mar.Vê-las em profusão com a algazarra própria delas experimentando os brinquedos, trouxe o passado de volta, o passado que insiste em ser presente quando queremos reviver a criança que existe dentro de nós.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

SOBRE CAMOCIM... ERRATA E DESCULPAS!


 
Autores do livro: Professores Carlos Augusto, Francisco Rocha e Carlos Manuel. Fonte: blog miolo de pote.
O trabalho de escrever um livro só o sabe quem já fez um. São madrugadas varadas na pesquisa, outras tantas na escrita, idas e vindas na gráfica, correções, etc. No entanto, quase sempre escapam erros na edição final. Os leitores, é claro, não querem saber disso, afinal, quando adquirem um livro para ler, esperam um produto bem acabado e sem falhas. Escrever um livro de história, no entanto, é mais difícil ainda, pois mexe com o passado das pessoas, com as emoções, com as trajetórias de vida. Para exemplificar, quando mencionamos um nome ou a profissão de uma pessoa, muitas vezes como complemento de uma informação pode suscitar na família aquela sensação de que o mesmo não foi bem descrito. Ora, mas ele não era o objeto de pesquisa, diríamos. No entanto, muitos não entenderão. Desta forma, este texto deve ser compreendido como uma errata, com as devidas desculpas dos autores.
Começamos pela orelha da contracapa na identificação dos autores. Na minha descrição, a palavra "pela" está duplicada dificultando um pouco o entendimento. Na dedicatória, o nome do Seu Nilo veio grafado errado: "Silva" em vez de Oliveira. Confesso que na última hora me surgiu a dúvida, posto que o nome de seu pai é Pedro Teixeira de Oliveira. Como não tinha tempo hábil de consultar a família, recorri ao blog Portal da Esquerda (AQUI) num réquiem escrito pelo companheiro Joan Edesson de Oliveira, onde estava escrito Nilo Cordeiro da Silva. Erro imperdoável no qual embarcamos juntos. Felizmente todo Camocim sabe de quem se trata e não existe outro "Seu Nilo" comunista e a nossa dedicatória a ele imagino ser mais importante. Na página 71, há um erro de concordância verbal: onde se lê: "a primazia de ser narradas por um dos personagens que fazem uma viagem à próspera cidade litorânea de Camocim", leia-se:  "a primazia de serem narradas por um dos personagens que faz uma viagem à próspera cidade litorânea de Camocim". 
Por fim, os erros seguintes decorreram mais da transcrição de entrevistas. Na página 110, a grafia correta do Circo Freketi, após uma pesquisa básica é Circo Fekete. Já na página 135, a grafia correta do cantor romântico "Luisito James" é sem dúvida alguma Luizito Gemma. Com certeza o amigo leitor encontrará outros erros e, chegando até nós, retificaremos numa próxima oportunidade. Obrigado pela leitura atenta!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

SABÃO "MADE IN" CAMOCIM.

Fonte: ibamendes.com
Cinco meses antes de presidir a fundação da Augusta Respeitável e Benemérita Loja Simbólica DEUS E CAMOCIM N° 1, a propaganda dos produtos da fábrica do italiano João Baptista Gizzi já estampava os jornais de Sobral, especialmente do "Sabão Magestade", em pequenos espaços e com linguagem criativa. No jornal "A Lucta", de 25 de fevereiro de 1920, anunciava-se: 

Sabão! Sabão! 

Experimentae sabão
MAGESTADE
De GIZZI & COMP. CAMOCIM.

Em outro espaço, mais uma chamada!
NOVIDADES
Experimentae o sabão
MAGESTADE
Agente nesta cidade NICOLAU & CARNEIRO.

No mesmo número, a empresa anuncia através de seu representante comercial em Sobral acima referido o Sabão Londres em tablets, como uma homenagem às "Senhoritas Sobralenses". A concorrência também estava presente, mostrando que a indústria e o comércio de sabão era um bom  investimento naquela época. Também eram anunciados no mesmo número do jornal os sabões Aristolino e Econômico, fabricados no Rio de Janeiro e Fortaleza, respectivamente. Deste modo, um produto "made in" Camocim como o Sabão Magestade já limpou muita sujeira no passado.

AGRADECIMENTOS AOS CAMOCINENSES!

 Fonte: camocimonline.
Mais um setembro se foi! Como há dois anos atrás, fizemos mais uma série SETEMBRO CAMOCIM, que já vem se tornando tradição no blog no sentido de mostrar fatos de nossa história e subsidiar pesquisas escolares. Intentamos no futuro transformar estas postagens num instrumento didático, mas, espero que os professores estejam fazendo bom uso delas, juntamente com seus alunos, o que, de alguma forma pode ser percebido pelas visitas durante o referido mês: de 49 mil visitas pulamos para 52 mil acessos. Se metade disso tiver sido no âmbito escolar, já nos damos por satisfeitos. Aprendemos muito neste mês. A pesquisa incessante e as conversas com populares e intelectuais da cidade nos momentos em que estivemos lançando o livro "Sobre Camocim: política, trabalho e cotidiano", nos trouxe muitas ideias e projetos. Continuaremos sempre nessa trajetória, posto que a História não para.

FOTO: "CUMPLICIDADE". Robervaldo Monteiro. Vencedor da categoria fotografia. XXV Salão de Artes de Camocim. 2013.