quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

RELIGIOSOS DE CAMOCIM. MONSENHOR INÁCIO NOGUEIRA MAGALHÃES

Monsenhor Inácio beijando a mão do Papa João Paulo II. Acervo: Francisco Olivar (Vavá).

Hoje completam 35 anos de morte daquele que por mais de quarenta anos conduziu a Paróquia de Bom Jesus dos Navegantes. No ano em que a Igreja Matriz de Bom Jesus dos Navegantes completou 100 anos, quase metade dessa história é tributada ao Monsenhor Inácio Nogueira Magalhães, cujos restos mortais se encontram sepultados no referido templo católico. Por mais de uma vez, enfocamos a figura de Monsenhor Inácio neste blog, seja referenciando sua rigorosidade nos rituais da igreja ou sua sabedoria como professor.
Natural do município de Granja-CE, nascido em 31 de julho de 1910, era filho de José Silvestre Magalhães e Etelvina Nogueira Magalhães. Ordenado padre aos 23 anos de idade, chega em Camocim para sua missão pastoral em 1940, depois de exercer o sacerdócio no município de Ubajara-CE. Trinta anos depois, a Câmara Municipal de Camocim, através do vereador Joaquim Pereira de Brito, outorga-lhe o título de Cidadão Camocinense, mais precisamente no dia 19 de maio de 1970 (Ata da Sessão Ordinária em 19 de maio de 1970. Primeiro Período Legislativo, p.14v).

A entrega do título de cidadão camocinense ao Monsenhor Inácio Nogueira Magalhães foi muito prestigiada, segundo a  Ata da 11ª Sessão Extraordinária da Câmara Municipal de Camocim, que ocorreu em 20 de março de 1971( p.39 v).
 A comenda da Câmara Municipal ao nosso querido padre, ao nosso ver, se enquadra naquelas formalidades da sociedade civil, pois, um camocinense como Monsenhor Inácio é difícil de encontrar, por sua dedicação e apego à nossa gente. Que pelo menos, a data de sua morte seja lembrada hoje no local onde devotou todo seu esforço em conduzir o rebanho de Cristo.


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

A GREVE DOS FERROVIÁRIOS DE CAMOCIM EM 1914

Jornal  "A Lucta". Sobral-CE. 07/05/1914
Uma pesquisa nunca termina. Um texto nunca fica pronto definitivamente. Os fatos históricos nunca são estanques no tempo. Em 2000 escrevi sobre a Greve de 1914 ocorrida em Camocim, na Estrada de Ferro de Sobral, naquela época arrendada pelos ingleses, fundamentado naquilo que o jornalista Lustosa da Costa escreveu no Diário do Nordeste em 04/09/1996 em sua coluna diária, sob o tópico "Greve", no livro Cidade Vermelha:
 
"Os ferroviários, antes da fundação do Partido Comunista em Camocim em 1928, já tinham experimentado uma greve em 1914, contra a arrendatária inglesa da Estrada de Ferro de Sobral -The South American Railway Construction Limited que pretendia pagar somente três dias pelo trabalho de uma semana. A greve é vencedora e o pagamento integral restabelecido.Neste episódio,podem estar as condições que iriam gerar no seio da categoria dos ferroviários uma consciência de luta por seus direitos, que brotariam em outros momentos onde as relações de trabalho na ferrovia se tornavam adversas".

Com efeito, um jornal da época, editado em Sobral, denominado "A Lucta", na edição de 07 de maio de 1914, esclarece melhor o conflito:

"Tendo o administrador da estrada de ferro resumido para dois dias na semana, o trabalho nas officinas e suas dependencias, o operariado em numero de 75, se manifestou em greve pacifica, exigindo trabalho para a semana inteira. Hontem, por intermedeio do fiscal dr. Propercio Balieiro, que muito trabalhou em favor dos grevistas, conseguiu o trabalho para 4 dias na semana, solução esta aceita pelos operarios que já voltaram ao serviço.
Por esse motivo, houve hontem à noite, uma concorrida passeata, acompanhada por uma banda de musica, sendo erguido muitos vivas ao dr. Balieiro e o operariado camocinense.
Hoje ás 9 horas da noite, um filho de Raymundo Gomes, phaloreiro da barra, e outros, aggrediram o sr. Julio Morel, socio da importante firma desta praça, Albuquerque & Comp. esse cavalheiro, para atemorizar os seus agressores, saccou de um revolver, disparando-o para o ar. Por esse motivo foi o sr. Morel preso e recolhido ao quartel da força federal, aqui estacionada, em quanto os aggressores nada sofreram porque gosam da immunidade da intervensão. 
6-4=914.  (manteve-se a grafia da época).

Percebemos dois aspectos com a nota do jornal: a ideia de amenidade no conflito resolvida pelo fiscal, não se configurando com a típica "semana inglesa" de trabalho, posto que a ideia dos arrendatários era diminuir o tempo de serviço, e, consequentemente os salários dos operários, além de se criticar o momento político sob a responsabilidade do interventor de plantão, defendendo-se um comerciante. 
Por essas e por outras é que a história precisa sempre ser reescrita.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

HISTORIANDO CAMOCIM - O LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA


Capa e contracapa de "Historiando Camocim". 2016.


Caros amigos de Camocim, meus prezados alunos, ex-alunos e companheiros professores. Há exatamente quatro anos que iniciamos um projeto de escrita de um livro didático de história para Camocim. Em dezembro de 2013 a Prefeitura Municipal de Camocim abriu uma licitação e vencemos a concorrência. Em janeiro de 2014 formamos uma equipe de execução do projeto (Carlos Augusto, Gleiciane Freitas, Luis Carlos Lima, Jonas Pessoa e Júlio Pinto) e outros colaboradores se juntaram a nós, principalmente os fotógrafos da cidade cedendo suas fotos para comporem o livro. Reunimos os professores da rede municipal em dois encontros para sabermos sobre suas dificuldades, experiências e potencialidades. Durante dez meses trabalhamos arduamente e entregamos o resultado da pesquisa em 24 de setembro de 2014, finalizando definitivamente os detalhes em outubro de 2014. Nosso trabalho foi concluído aí. Era desejo da Secretaria de Educação adotar o livro no Ensino Fundamental II em 2015. No entanto, processos licitatórios não concluídos, acabaram adiando a publicação da obra. Finalmente, em 2017 esse problema foi resolvido e o livro didático de história de Camocim está publicado com o selo das Edições UVA e Global Gráfica de Sobral e será lançado na próxima sexta-feira, 15 de dezembro de 2017, por ocasião da Festa dos Professores, na Chácara Lago Seco. Obrigado pela atenção! Espero que a espera não tenha sido em vão e que este trabalho possa render bons frutos para o entendimento sobre a história de nossa cidade. Façam bom uso dele!

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

CAMOCIM NOS LIVROS. XII. E NA FICÇÃO DE RAQUEL DE QUEIROZ

Capa de "As Três Marias". Rachel de Queiroz. TAG/José Olympio.2017.

Há um ano sou assinante da TAG - Experiências Literárias. Neste sistema, a cada mês, o assinante recebe um livro especialmente editado em projeto gráfico inovador e criativo, da literatura nacional ou internacional, desde títulos clássicos a autores desconhecidos no Brasil. Neste novembro de 2017, tive a grata satisfação de receber um romance de Rachel de Queiroz, "As Três Marias". A satisfação aumentou ainda mais quando da leitura do romance. ao ver Camocim, sendo citado em duas passagens, às paginas 64 e 74. Embora que Camocim não seja o espaço onde se passa o romance, interessante e ver como este espaço faz parte do universo ficcional de Rachel de Queiroz: o  porto, como um lugar de passagem para se chegar a Fortaleza, capital do estado, ou mesmo no imaginário de um marinheiro que aparece na trama. 
Na primeira, uma personagem secundária Teresa, ao ser descoberta namorando com um filho de um desafeto de seu pai, provoca um escândalo e a família dela resolve mandá-la para um colégio de freiras na capital. Daí, Rachel escreve: "Teresa levou uma surra de relho e no dia seguinte estava tomando o navio em Camocim, rumo a Fortaleza, onde a esperavam o internato, o degredo". (p.64).
Na segunda passagem, a escritora trata da personagem Jandira, uma das internas do Colégio Imaculada Conceição, falando de seu namorado, um marinheiro, que lhe envia vários presentes e são compartilhados com as "Três Marias", menos as cartas: "Nunca, porém, nos mostrou as cartas, as que ele escreveu durante uma viagem que fez a Camocim". (p.74).
Camocim, portanto, como um lugar que tinha um porto importante, passagem quase que obrigatória de velhos marinheiros, fez parte do universo ficcional da maior escritora cearense, Rachel de Queiroz.
Para aguçar a curiosidade dos nossos leitores, segue um resumo da obra acima referida:

Em seu quarto romance, 'As Três Marias', a escritora cearense Rachel de Queiroz foi ainda mais fundo em um tema que já estava presente em todas as suas obras anteriores: o papel da mulher na sociedade. A história tem início nos pátios e salas de aula de um colégio interno dirigido por freiras: Maria Augusta, Maria da Glória e Maria José são amigas inseparáveis que ganham de seus colegas e professores o apelido de 'as três Marias'. À noite, deitadas na grama e olhando para o céu, as meninas se reconhecem na constelação com a qual dividem o nome. A estrela de cima é Maria da Glória, resplandecente e próxima. Maria José se identifica com a da outra ponta, pequenina e trêmula. A do meio, serena e de luz azulada, é Maria Augusta - ou simplesmente Guta, como sempre preferiu ser chamada. Com o passar do tempo, Maria da Glória se transforma em uma dedicada mãe de família e Maria José se entrega por completo à religião. Guta, por outro lado, não se sente capaz de seguir os passos de nenhuma de suas velhas companheiras. Apesar de sua formação conservadora e rígida, ela sempre desejou ir muito além dos portões e muros daquele internato. Seus instintos a instigavam a procurar e explorar novos mundos. Assim, Guta termina a colégio e corre em busca de sua independência. Seu ideal é viver sozinha, seguir seu próprio caminho, livrar-se da família, romper todas as raízes, ser completamente livre. A realidade, no entanto, se mostra muito diferente daquilo que estava descrito nos romances açucarados e livros de poesia que passavam de mão em mão entre as adolescentes sonhadoras. Guta descobre o amor, mas através dele é também apresentada à desilusão e à morte. 'As Três Marias', publicado originalmente em 1939, conquistou o cobiçado prêmio da Sociedade Felipe de Oliveira e, décadas depois, foi adaptado como uma novela para a televisão. De leitura ágil, o romance é um importante marco na literatura brasileira e um dos mais populares em toda a obra de Rachel de Queiroz.

Fonte: Livraria Saraiva.
QUEIROZ, Rachel de. As Três Marias. 1ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2017, p.64 e 74.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

O VAQUEIRO EM VERSOS. PROJETO VISA PERPETUAR O ABOIO

ALUNOS DA Escola ProfISSIONAL DE GRANJA, JONH PEREIRA E GEANE PINTO , DESENVOLVEM O PROJETO "O VAQUEIRO EM VERSOS: PELA PERPETUAÇÃO DO ABOIO",  QUE BUSCA CHAMAR A ATENÇÃO PARA ESTE ASPECTO DE NOSSA CULTURA POPULAR. O PROJETO TEM COMO ORIENTADORES OS PROFESSORES Célia Santos e Inácio Carvalho

Fonte: vaqueiro-lu-paternostro.

O Projeto surgiu em um momento em uma discussão na aula de Projeto Interdisciplinar (P.I), nas quais tratávamos acerca das profissões dos pais dos alunos, em que se constatou a existência de muitos deles o ofício de vaqueiro. Diante de alguns debates notamos que a profissão apesar de resistir ao tempo, estava se perdendo em meios aos processos de massificação da globalização.
            Era preciso que se pensasse em alguma ação que trabalhasse a continuidade da profissão em que os alunos pudessem conhecer melhor a mesma, e a vissem como parte da cultura local de Granja. Assim, trabalhamos em base de questionários retratando que muitos dos alunos não conheciam o aboio, símbolo da profissão do vaqueiro.
            Com isso, o trabalho buscou na história oral, obter traços da vida de alguns vaqueiros da cidade de Granja, que se reuniram com os alunos participantes do projeto em uma roda de conversa de onde saíram muitas histórias recontadas após em formato de cordéis feitos pelos alunos.
            Diante dos relatos encontrados e dados percebidos pela pesquisa de campo, foi realizada na EEEPEOAC uma exposição intitulada: Casa do Vaqueiro com objetos utilizados por eles em seu cotidiano. Os vaqueiros entrevistados participaram dando vida a exposição, cantando seus aboios em meios aos improvisos dos versos.
            O projeto após passar pela etapa escolar irá disputar a Regional (CREDE 04), buscando resultados satisfatórios em meio a seu principal objetivo que é: reconhecer a profissão do vaqueiro, valorizando o seu aspecto histórico-cultural na cidade de Granja. O desejo é ir além da cidade, levar adiante essa importância a esse homem do sertão assim como nos remete Raimundo Girão: “Foi este homem assim quem, destemidamente, forjou a colonização do Nordeste e a mantém até hoje. Venceu o índio, venceu a agrestia do ambiente, venceu as feras que o cercavam em cada instante..”A figura emblemática do vaqueiro prenuncia desde primórdios da colonização brasileira a sua significativa importância devido o apoio constante a boiada do patrão e a luta na guia da mesma. A cidade de Granja reflete um cenário efervescente desta cultura, mesmo diante das mudanças no processo de urbanização, o vaqueiro continua a agir apesar dos jovens não se dedicarem tanto mais a dar seguimento na profissão.
            O projeto tem ganhado muita força dentro da escola e na comunidade local, mostrando a sua real dimensão e significância. Pois vale a pena lutar pela causa de nossa cultura. Nossas próximas ações serão baseadas no encontro com os vaqueiros da região buscando transmitir aos mesmos seus direitos de acordo com a lei, buscando estratégias junto a eles para perpetuar de fato, esta bela profissão.
Avante vaqueiros!!!
prof. Célia santos (orientadora do projeto)


sábado, 11 de novembro de 2017

EDUARDO ARAÚJO BRITO. EX-VEREADOR DE CAMOCIM

Eduardo de Araújo Brito. Fonte: Livro A Casa do Povo. 2008.


Será inaugurado hoje, sábado 11 de novembro de 2017, com a presença do governador do estado do Ceará, Camilo Santana a sede da Unidade Regional do Detran em Camocim. A obra contou com investimentos de R$ 2,279 milhões, através da Secretaria das Cidades. A sede regional do Detran está localizada no Km 399 da CE 085, no bairro Tijuca. São 7.928 metros quadrados de área construída, em um terreno de 39.778 metros quadrados. A área administrativa é de 905 metros quadrados, a pista de exame de motocicleta tem 2.613 metros quadrados; área de vistoria 207 metros quadrados e depósito de veículos 2.707 metros quadrados. Esta é a 15ª unidade regional do Detran do Ceará, que conta com atendimento descentralizado do Órgão nas 14 regiões administrativas do Estado. Os cinco municípios atendidos pela nova regional são: Camocim, Granja, Chaval, Barroquinha e Martinópole. O prédio da referida unidade leva o nome do ex-vereador e ex-funcionário do DETRAN-CE, Eduardo de Araújo Brito. Aproveitamos a oportunidade para publicar o perfil do mesmo e alguns aspetos da sua atuação na Câmara Municipal de Camocim.
Nome Completo (apelido): Eduardo de Araújo Brito (Eduardinho).
Filiação: Maria Antonieta Araújo Brito e Francisco Brito Passos.
Naturalidade: Chaval-CE.
Data de Nascimento: 24/03/1956.
Data de falecimento: 21/02/2004.
Escolaridade: 2º Grau.
Profissão: Servidor Público Estadual – DETRAN.
Mandato: 01.
Período: 1988 a 2002.
Partido: PSDB.
Principais Projetos e/ou Requerimentos:
Envolvido com Ação Social e Comunidades.
Qual seu político de referência?
Murilo Rocha Aguiar.
Se pudesse realizar uma obra ou projeto para Camocim, qual seria?
Na urbanização e regularização do trânsito camocinense.  Sinalização.
Qual foi sua motivação para entrar na política?
Murilo Rocha Aguiar.

Eduardo Araújo Brito foi eleito como vereador da Câmara Municipal de Camocim, na 11ª Legislatura, de 1989 a 1992, onde foi Primeiro Secretário no biênio 1991-1992. Nesta legislatura, por força de Lei, todas as Câmaras Municipais do Brasil tiveram que elaborar as novas Leis Orgânicas Municipais. Deste modo, o referido vereador foi eleito como  Presidente da Constituinte Municipal que promulgou a Lei Orgânica do Município em 1990. Dentre os vários requerimentos do citado vereador, podemos citar o que denomina de Murilo Aguiar  a  "Praça fronteiriça a estação ferroviária, inclusive a oposição do seu busto no mesmo local" e o requerimento que denominou de "Bairro Boa Esperança", situado ao Norte pela rua denominada Perimetral; ao sul pela rua denominada São Braz, a Leste pela rua denominada Antônio Magalhães.”  (aprovado em 29 de novembro de 1991).


 Fontes:
http://www.ceara.gov.br
Livro de Atas da Câmara Municipal de Camocim.
Livro "A Casa do Povo". 2008.

domingo, 29 de outubro de 2017

CAMOCIM NOS LIVROS. XI. O CIRCO NERINO


Capa do livro "Circo Nerino". Fonte: fnac.com.br
Em 1997, Roger Avanzi e Verônica Tamaoki tiveram a ideia de recolher vários depoimentos sobre a trajetória do famoso Circo Nerino pelas cidades do Brasil. Neste sentido, pediu que as pessoas que tiveram alguma relação com o circo, presenciaram algum fato marcante, ou mesmo meros espectadores que guardaram na memória fragmentos das apresentações do circo, enviassem suas colaborações. Em 2004 o livro "Circo Nerino" foi finalmente publicado. É aí que entra em cena a pena do maior memorialista camocinense, Arthur Queirós.
No livro, aparece primeiramente a saudação do nosso mestre à ideia de se recuperar a história do circo, como podemos ver na imagem abaixo:



Posteriormente, os autores tratam da colaboração de Artur Queirós, notadamente, sobre a morte do trapezista Minervino em Camocim, quando o mesmo treinava para mais um espetáculo, como se pode observar de um trecho da colaboração de Artur Queirós:


Deste modo, podemos compreender a importância dos testemunhos orais para a escrita da história.




Fonte: AVANZI, Roger; TAMAOKI, Verônica. Circo Nerino. São Paulo: Pindorama Circus: Códex, 2004.

sábado, 28 de outubro de 2017

CAMOCIM NOS LIVROS. X. A CIÊNCIA A CAMINHO DA ROÇA.


Barragem Lima Brandão. Rio Camocim (CE). 1912. Fonte: A ciência a caminho da roça. p.55.

Na primeira década do século XX, com o advento da República, várias expedições científicas foram realizadas no interior do Brasil, no sentido de conhecer melhor o território, o povo, a cultura. Logo entre setembro de 1905 e fevereiro de 1906, o sanitarista Oswaldo Cruz, empreendeu uma viagem de inspeção aos portos do Brasil (24, ao todo), para mapear as condições de higiene e saneamento dos mesmos, visando combater o cólera e a peste. Foram 68 dias de viagem. Em cada porto, a comissão de estudos fazia um relatório e Oswaldo Cruz, geralmente escrevia uma carta à sua esposa sobre o lugar em que estava, falando de fatos e pessoas com quem esteve. Camocim, foi um dos portos visitados. Se ele escreveu uma carta de Camocim para sua esposa Emília Fonseca Cruz, ainda não sabemos, mas, as cartas (16 no total) estão no acervo da Fundação Oswaldo Cruz e um dia penso em consultá-las. Quanto aos relatórios, os mesmos ainda não foram encontrados e/ou disponibilizados.
Sete anos depois, em 1912, outra expedição, Camocim é visitada por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz. Vejamos o que se diz no livro "A ciência a caminho da roça":


Mapeando o sertão

Enquanto Adolpho Lutz e Astrogildo Machado singravam o São Francisco e seus afluentes, João Pedro de Albuquerque e José Gomes de Faria atravessavam os Estados do Ceará e Piauí, de março a julho de 1912. Esta expedição percorreu um longo trajeto, que incluía Fortaleza, Quixadá, Prudente de Morais (Muxuré), Quixeramobim, Baturité, Acarape e Redenção. Retornando a Fortaleza, seguia para Tutóia, Parnaíba, Teresina, Amarante, Floriano, Serra do Ibiapaba, São Benedito, Ibiapina, Jacará, Tianguá, Guatiguaba, Viçosa, Granja, Sobral, Serra de Meruóca, Ipu, Ipueiras, Pinheiro,descendo, por fim, pela estrada de ferro de Sobral até Camocim. (p.56).

No referido livro, além da referência à Camocim, da passagem da comissão pela cidade, ficou registrado uma imagem (foto acima) da Barragem Lima Brandão, na cidade de Granja, legendada como localizada no Rio Camocim, como era oficializado na época, hoje. Rio Coreaú.

Fontes:
 A ciência a caminho da roçaimagens das expedições científicas do Instituto Oswaldo Cruz ao interior do Brasil entre 1911 e 1913
[online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1992. O microscópio em busca da nação. pp. 51-109.

A bordo do República: diário pessoal da expedição de Oswaldo Cruz aos portos marítimos e fluviais do Brasil

domingo, 22 de outubro de 2017

CAMOCIM NOS LIVROS. IX. A NOSTALGIA DOS APITOS.

Capa do livro "A Nostalgia dos Apitos". Camocim-CE. 2017. Fonte: arquivo do blog.




Aconteceu no último dia 14 de outubro de 2017, o lançamento do nosso mais recente livro "A nostalgia dos apitos. A Estrada de Ferro de Sobral. Quarenta anos depois do último trem de Camocim. (1977-2017)"Na oportunidade, por ocasião do encerramento do XIX Salão de Artes de Camocim, estivemos apresentando a obra e autografando exemplares gratuitamente para o público presente. A publicação foi patrocinada pela Prefeitura Municipal de Camocim e será distribuída nas bibliotecas da região noroeste do Ceará e nas escolas de Camocim, que servirá como livro paradidático.

O livro trata sobre as memórias e as histórias que ficaram do nosso passado ferroviário que em 2017 completou quarenta anos de saudades. Neste sentido buscamos captar em documentos, iconografia, teses acadêmicas, crônicas e poemas de outros autores, memorialistas e historiadores, esta nostalgia dos apitos – de trens e de navios, que demarcava uma “paisagem sonora” da cidade de Camocim. Por outro lado, são transpostos para o livro, uma série de postagens sobre a Estrada de Ferro de Sobral levadas ao ar através do blog Camocim Pote de Histórias. O livro está dividido em cinco capítulos a saber:
1.A Nostalgia dos Apitos: Paisagem Sonora de Camocim-CE. 2.Entre o Porto e a Estação: A nostalgia dos apitos. 3.A Estrada de Ferro de Sobral – textos e documentos. 4.A Estrada de Ferro de Sobral no blog “Camocim Pote de Histórias”. 5.A Ferrovia em forma de poesia.

sábado, 21 de outubro de 2017

A SECA DE 1958 EM CAMOCIM.

O Presidente Juscelino Kubitschek recebe em audiência o Prefeito de Camocim, Murilo Aguiar. 1958. Fonte: SIAN.
O sábado nascera inclemente. No céu, nenhuma nuvem que pudesse confirmar a crença que o dia consagrado a São José fosse a última esperança de chuva. Assim, o dia 29 de março de 1958 confirmaria mais uma estiagem, de uma das secas mais terríveis que a população cearense já sofreu, relembrada pela historiografia e a memória popular.

Em Camocim, naquele dia, os vereadores foram convocados para uma Sessão Extraordinária na Câmara Municipal, convocada pelo então Presidente da Casa, vereador José Maria Parente Viana. Naquela oportunidade foi lida a seguinte mensagem do Poder Executivo:

Mensagem Nº 02/58, datada de 24/3/58, de autoria do Snr. Prefeito Municipal, Murilo Rocha Aguiar, solicitando à Câmara, licença de 60 dias, para se ausentar deste município e " se o caso exigir, viajar até a Capital da república onde tratará mais de perto das providências a serem adotadas". Para evitar as consequências da seca. Aprovado por unanimidade. (2ª Sessão Extraordinária de 29 de março de 1958).

Dois dias depois, a Câmara Municipal se reuniria extraordinariamente mais uma vez, onde ficou registrado o apelo do então vereador Gregório Francisco Alexandrino, líder da região do “outro lado” do rio Coreaú, assim registrado nas atas:

Vereador Gregório Francisco Alexandrino, levou ao conhecimento desta Casa a situação do povo se sua região pela estiagem das chuvas, o que tem causado a retirada de grande número de famílias, no maior flagelo, e assim vem apelar para esta egrégia casa, para tomar consideração e seu apelo e passar telegramas para as autoridades competentes, pedindo auxílio necessário para que venha minorar tal situação. (Os telegramas foram expedidos). (5ª Sessão Extraordinária de 31 de março de 1958).

Além destas referências nos documentos do Poder Legislativo de Camocim, outros foram produzidos e hoje podem ser acessados na base de dados do Arquivo Nacional, como o registro da audiência em que o Presidente da República, Juscelino Kubitschek, recebe em audiência no Palácio do Catete, o prefeito de Camocim, Murilo Rocha Aguiar (Na foto, da esquerda para a direita, Murilo Aguiar, 2º e JK, o 4º).

Apesar de a seca repelir e atrair contingentes populacionais, Camocim por sua posição geográfica acabou por receber mais do que exportar flagelados. Destes entendimentos governamentais algumas obras vieram para o município, como o sistema de abastecimento de água e a construção do cais do porto, finalizados já no início da década de 1960.

Ressalte-se, contudo, que o problema da convivência com a seca em nosso semiárido é uma questão secular que ainda hoje se arrasta sem um planejamento adequado às adversidades climáticas. Hoje, por exemplo, vivemos em pleno período de estiagem, no dia em que o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), criado com o nome de Inspetoria de Obras Contra as Secas(IOCS) através do Decreto 7.619, de 21 de outubro de 1909, completa 108 anos de criação. Será que os nossos governantes querem mesmo resolver o problema?

Fontes:
SIAN - Arquivo Nacional.
Câmara Municipal de Camocim. 3º Livro de Atas.
http://www2.dnocs.gov.br/historia



sexta-feira, 13 de outubro de 2017

CAMOCIM NOS LIVROS. VIII. O CEARENSE

Capa do Livro "O Cearense". 1ª edição. Parsifal Barroso. 1969.

A principal tese do livro "O Cearense", ao nosso ver, de autoria de  Parsifal Barroso, um político importante cearense que foi deputado estadual, ministro de Juscelino Kubitschek e governador do Ceará, é a de que a história do nosso estado precisa ser contada a partir dos "fatos ocorridos na área que se estende do Porto de Camocim à Serra da Ibiapaba, e desta à Serra da Uruburetama, com o sertão que se impõe entre as duas." Tal defesa, prende-se ao fato de que, segundo o autor, a nossa história privilegiou apenas "o litoral fortificado pelo português" e suas ligações com a Capitania de Pernambuco, deixando de lado "destinação natural, que marca o nascimento da Capitania, como porta de entrada para o Meio Norte, sem a qual não poderia o português alcançar o que se estendia além da Serra de Ibiapaba". Aliás, é esta convicção que faz o autor afirmar que nossa ligação centenária com Pernambuco foi o que fez atrasar o nosso desenvolvimento enquanto capitania.

Capa do livro "O Cearense", de Parsifal Barroso. 2ª edição. 2017.


Deste modo, o porto de Camocim, que séculos atrás geograficamente não se situava onde hoje é o cais, estando mais próximo da atual cidade de Granja, é referenciado em várias passagens da obra referida, que transcrevemos abaixo:
1. Sempre me preocupei com as ocorrências verificadas a partir da doação da Capitania do Ceará a Antônio Cardoso de Barros, quando era tripartida e a porção mais importante se situava ao Norte, a demonstrar a aptidão funcional do território para ensejar as comunicações com o Meio Norte, por dentro, através da Serra da Ibiapaba e, via litorânea, com o apoio no porto de Camocim. (p.65).

2. Nasceu-me essa forte preocupação da fácil e inaceitável centralização dos primórdios cearenses na faixa litorânea restrita ao sistema de fortificação portuguesa, responsável pelo surgimento de Fortaleza, a ponto de inexistir qualquer interesse pela prioridade dessa forma de defesa na praia de Camocim. Segundo o testemunho fidedigno de Diogo de Campos Moreno, em 1614 ainda restavam umas ruínas de pedra e cal, à entrada do porto de Camocim, sendo estranhável que ninguém desejasse levantar a história dessa primeira fortificação cearense. (p.66).

3. Posteriormente, o ilustre historiador Afonso Arinos de Melo Franco, em sua obra Desenvolvimento da civilização material do Brasil,  ressaltou a importância dessas ruínas de pedra e cal à entrada do porto de Camocim, mas a opinião de Studart continuou prevalecendo, sem que ninguém mais se interessasse pela pesquisa necessária à identificação da origem dessa fortificação já arruinada em 1614. (p.67).

4. Enquanto nossa Capitania não passava de uma simples referência para os que demandavam o Norte, e viveu abandonada à sua própria sorte, o eixo de povoamento e de civilização que manteve as condições de vida, foi, sem dúvida alguma, o da zona norte, firmado no porto de Camocim e alicerçado no altiplano da Ibiapaba. (p.69-70).

Há outras referências que nos dizem respeito na obra, no entanto, estas são as mais pertinentes, necessitando de pesquisas outras que, segundo o próprio autor, não teve tempo e recursos para fazê-las.













sexta-feira, 29 de setembro de 2017

VII SETEMBRO CAMOCIM. XIV. HISTÓRIAS E LIVROS

A CAMOCIM e seus 138 anos de emancipação política.
Capa do Livro "Sobre Camocim...". 2013. 

Pensando em escrever um texto sobre nosso município não encontrei inicialmente palavras, diante de tantos que foram escritos com rara beleza, especialmente, os de Avelar SantosJosé Arilson e João Batista do Nascimento. O que me restou foi discorrer sobre CAMOCIM e HISTÓRIA, minhas eternas paixões. Aí comecei a matutar o que já fiz em nome dessas paixões que se resumem aos livros que escrevi e a um pouco mais de uma dezena de artigos em livros compartilhados. Como não tenho recursos suficientes para bancar uma publicação sozinho, quase sempre procuro o poder público, independente dos gestores, no sentido de dotar o município de uma historiografia local e os livros são distribuídos gratuitamente: Daí que:

1. Em 2005, organizei "Lugares do passado, lembranças do presente - História e memória no jornal O Literário" (2005), com textos dos amigos, patrocinado pela Prefeitura Municipal de Camocim.
2. Em 2008 publiquei "A Casa do Povo - História do Legislativo Camocinense", trabalho patrocinado pela Câmara Municipal de Camocim, Presidente Jarbas Ferreira.
3. Em 2011 a Universidade Federal do Ceará (UFC) publicou a nossa Dissertação de Mestrado, intitulada, "Cidade Vermelha: a militância comunista em Camocim-CE. 1927-1950". Da parte que coube ao autor foi autorizado a venda dos exemplares.
4. Em 2013, juntamente com os professores Carlos Manuel Nascimento e Francisco Rocha Pereira publicamos o livro "Sobre Camocim: política, trabalho e cotidiano". A Prefeitura de Camocim entrou com a metade do orçamento. Os autores venderam a parte que lhes couberam.
5. Em 2014, a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará publicou a nossa Tese de Doutorado. "Entre o Porto e a Estação: Cotidiano e cultura dos trabalhadores urbanos de Camocim-CE. 1920-1970. Todos os livros foram distribuídos gratuitamente.
6. Amanhã, 30 de setembro de 2017 será lançado "A Nostalgia dos Apitos", livro paradidático a ser distribuído nas escolas do município, patrocinado pela Prefeitura Municipal de Camocim. 
7. Em outubro de 2017, deverá ser lançado o LIVRO DIDÁTICO DE HISTÓRIA, "HISTORIANDO CAMOCIM" em co-autoria com a Profa. Maria Freitas. O livro será adotado na rede pública a atenderá 2000 alunos do Ensino Fundamental II. A elaboração da referida obra foi objeto de licitação em 2014 e realizada no mesmo ano, contando para sua feitura uma equipe de produção composta por: historiador, transpositor didático, diagramador, fotógrafo e revisor.
Essa é a minha fortuna! Parabéns Camocim em seus 128 anos!

VII SETEMBRO CAMOCIM. XIII. O REISADO EM CAMOCIM

Aproveitando a colaboração dos escritores de Camocim, reproduzo aqui texto escrito pelo amigo Charles Nunes Melo publicado no Camocim Online.

O REISADO, POR CHARLES NUNES DE MELO

O reisado era uma tradição forte em Camocim nos saudosos anos 1970. O grupo de pessoas saia finalzinho da noite e início das madrugadas nos meses de janeiro, pedindo donativos de porta em porta para a festa de Reis realizada no dia 06. 
A cantiga era a forma de comunicação entre os participantes dos grupos e os donos das casas, que geralmente estava dormindo naquela hora. As cantigas eram as mais engraçadas e criativas possíveis e o repertório era bastante extenso. Existiam cantigas para quem colaborava e havia cantos para quem não ajudava.
O trajeto do cortejo, composto por pessoas vestidas de roupas coloridas portando instrumentos musicais, começava no salão paroquial e percorria as ruas no entorno da Igreja Matriz. O quadrilátero formado pelas ruas 24 de maio, José de Alencar, General Tibúrcio e Santos Dumont era o preferido dos participantes, pois ficam mais próximos do início da caminhada como também morava algumas pessoas mais abastadas da cidade naquela época. 
Quando a turma estava mais disposta, estendia o trajeto até a rua Humaitá, Duque de Caxias e Alcindo Rocha. Os bairros da periferia, como o Cruzeiro, Praia, Brasília, Olinda e outros, nunca foram visitados, pelos dois motivos citados acima.
Ainda sobre as músicas, uma delas era cantada para os moradores que não abriam a porta de jeito nenhum, os chamados sovinas, miseráveis, mão de vaca etc. A música era esta:
“Vou me embora, vou me embora
Pois aqui não volto mais
Esta casa é maldita
Aqui mora o satanás” 
Em uma noite, no ano de 1977, as pessoas não estavam colaborando muito. Batemos em várias portas, mas poucas abriram, e as que colaboraram não foram tão generosas.   Quando já estávamos nos preparando para retornar para nossas casas, aconteceu um fato deveras interessante e engraçado que guardo na memória.
A lua estava clara e a porta de uma residência na rua Santos Dumont, a conhecida rua do Sol, era a última tentativa naquela fracassada noite. Era costume cantarmos cinco músicas antes da última, que tanto poderia ser de agradecimento ou de descontentamento como essa que escrevi anteriormente, pois dependia circunstâncias do momento.   
Cantamos, cantamos e nada da porta ser aberta. Quando já havíamos cantado quase a música inteira e nos preparávamos para entoar o último verso: “Aqui mora o satanás”, no exato momento de pronunciar a palavra ”satanás”, eis que o sonolento morador abriu a tão sonhada porta. Dessa forma, a música ganhou uma nova versão devido a situação inesperada. 
Ficou então assim: Aqui mora o....seu Luiz. 
O Zé Rocha, um dos nossos colegas e talvez o mais gaiato, teve a coragem de falar “seu Luiz” após um silêncio provocado pelo susto diante da presença do homem, que nos deixou boquiabertos e nos impediu de chamá-lo de satanás. Ainda bem que surgiu aquela alma caridosa com aquela solitária voz (depois seguida por nós) para salvar a nossa pele, pois teria sido uma tremenda injustiça e deselegância, naquele momento, fazer essa desfeita com a pessoa que iria nos ajudar. 
Também, se a música tivesse sido cantada na versão original e o morador tivesse ouvido, com certeza, teria havido uma debandada geral com direito a uma tremenda correria. Porém, fomos salvos por um triz pelo nosso corajoso colega que teve essa presença de espírito em pronunciar o nome do Seu Luiz na hora exata e numa rapidez impressionante.

Após esse episódio, saímos da residência todos sorridentes pela oferta vultosa, até certo ponto, e por tudo que aconteceu na casa do Seu Luiz. Fomos ao salão paroquial onde trocamos de roupas, para em seguida irmos para nossas residências e esperarmos pela próxima noite de reisado.  
Charles Nunes de Melo

VII SETEMBRO CAMOCIM. XII. CAMOCIM EM POESIA

Agradecendo ao poeta cordelista João Batista do Nascimento pela colaboração.
Calçadão da Beira Mar. Camocim-CE. 2017. Foto: Vando Arcanjo.

Para comemorar os 138 anos de emancipação política de Camocim, dedico esse mote, em homenagem a essa cidade linda e suas belas praias naturais de encantos mil. PARABÉNS CAMOCIM, PRINCESINHA TERRA DO SOL E DO MAR.

Camocim princesinha terra do sol e do mar

Sob um céu azul anil
Cheia de encantos mil
Terra de gente gentil
Deus na terra veio criar
Meu amor a declamar
Para esta terra minha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
Seu extenso litoral
De beleza natural
Cercada de manguezal
A todos faz abismar
Sem querer subestimar
Qualquer cidade vizinha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
Banhada por mar e rio
A cidade é um desafio
De beleza tão sutil
Cada vez mais a clamar
Seus encantos além mar
Dessa linda cabrochinha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
À noite a lua brilhante
Vem aqui como amante
Seu amor bem declarante
A ela vem namorar
As estrelas a testemunhar
Se transformam em madrinha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
Na linda ilha do amor
Com suas dunas um primor
Ali Deus encontrou
A forma de transformar
Unir o rio com o mar
Com suas águas morninha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
As mais belas paisagens
Temas de grandes postagens
Em todo canto e paragem
Nos faz entusiasmar
E cada vez mais amar
Essa linda formosinha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
Praias do guriú e tatajuba
Dos remédios e Caraúbas
Suas lagoas com carnaúbas
Maceió e farol do trapiá
A ilha do amor para amar
Xavier com areias branquinhas
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
Lago grande e imburanas
Lagoa da torta não te engana
Barrinha com terra plana
Lago das moreias te faz mimar
Em cangalhas você vai confirmar
Barreiras é a mais vizinha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
O lago seco hoje bem ressecado
Foi o point em tempos passados
Lugar de encontros marcados
Paredões para dançar
A juventude a inflamar
Se amavam em surdina
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
Sua população aconchegante
Recebem seus visitantes
De forma gratificante
Com gentileza no olhar
À base de frutos do mar
A culinária é gostosinha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
Bom Jesus dos Navegantes
É seu padroeiro edificante
Protetor a todo instante
Que devemos sublimar
Com fé vem venturar
Essa terra formosinha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar
A estimar novamente
Estou aqui tão contente
Coração fértil envolvente
Não me canso de exaltar
O encontro do rio com o mar
Manhã tarde e noitinha
Camocim é a princesinha
Terra do sol e do mar.

Autor: Joabnascimento
DATA: 10/03/17
Recanto das Letras: Joabnascimento
Blog: joaobnascimento55.blogspot.com
Twitter:@ljoaobatista
Foto: joaobnascimento.blospot.com

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

VII SETEMBRO CAMOCIM. XI. VULTOS CAMOCINENSES NA HISTÓRIA

Ivan Pereira de Carvalho. Padre e Professor. Fonte: arquivo do blog.

A partir de uma postagem no facebook do nosso pároco Padre Evaldo Carneiro e, com autorização do mesmo, segue abaixo uma lista de pessoas que fizeram história em suas trajetórias de vida e que são camocinenses.

NO CLERO.
Pe. Ivan de Carvalho, filho de Luciano Pereira da Luz e Amélia de -Carvalho Pereira, nasceu a 8 de novembro de 1909 e ordenou-se a 3 de dezembro de 1933.
-Dom Leandro Menescal Marques de Sousa, da Ordem Beneditina, nasceu em 2 de maio de 1888. Foi capelão da Esquadra Brasileira, que tomou parte na Guerra Europeia em 1914.
-Clérigo Nilo Navarro Pessoa de Carvalho, filho de Horácio Pessoa e Luzia navarro Pessoa. Noviço da Companhia de Jesus.


NAS CIÊNCIAS E NAS LETRAS.
-Dr Alfredo Pessoa de Carvalho. Engenheiro geógrafo, filho de João Nicolau Cavalcante e Luzia Pessoa Cavalcante, nasceu a 26 de fevereiro de 1895.
-Dr. Antônio Dias Macedo, bacharel em Direito, nasceu a 5 de agosto de 1907.
-Dr. Artur Veras. Bacharel em Direito, filho de Tomaz Zeferino Veras e Emília Pessoa Veras, nasceu em 30 de julho de 1900.
-Dr. Carlos Felinto Cavalcante, nasceu a 16 de setembro de 1909. Filho de José Felinto Cavalcante.
-Dr. Domingos Olímpio Cavalcante de Saboia. Médico. Nasceu a 19 de setembro de 1907.
-Dr. Etibano Pessoa Chaves. Farmacêutico. Filho de Francisco Nelson Chaves Filho e Maria Carneiro Chaves.
-Euclides Pinto Martins. Aviador. Filho de Antonio Pinto Martins e Maria do Carmo Pinto Martins. Diplomou-se Engenheiro Mecânico pelo Instituto Drexel, de Filadelfia em 1912 e em 1921 recebeu o brevet de aviador, em Nova York. Fez o raid Nova York-Rio de Janeiro em agosto de 1922 em comemoração ao centenário da Independência do Brasil e faleceu tragicamente na capital da República a 12 de abril de 1924.
-Dr. Edmilson Pessoa Cavalcante. Médico.
-Dr. João Evangelista Barbosa. Engenheiro formado em Londres. Filho de João Evangelista Barbosa e Carlota Saboia Barbosa.
-Dr. José Jaime de Oliveira Praxedes. Magistrado. filho de José Praxedes e Emília Praxedes.
-Dr. José Torquato Praxedes Pessoa. Farmacêutico. Nasceu a 28 de setembro de 1901.
Dr. José Felinto Cavalcante Filho. Engenheiro Agrônomo, nasceu a 4 de junho de 1913.
-Dr. José Espiridião de Carvalho. Magistrado.
-Dr. Raimundo Veras. Médico. Filho de Tomaz Zeferino Veras e Emília Pinheiro Veras.
-Comandante Raimundo Cavalcante de Araújo. Capitão de longo curso. Filho de Alcebiades José de Araújo e Leonília Cavalcante de Araújo. Nasceu a 12 de abril de 1900.
-Comandante Tasso Augusto Napoleão. Capitão de longo curso. Filho freire Napoleão e Maria da Glória Napoleão.


NAS ARMAS.
-Ten. Francisco Marques de Sousa. Oficial do Exército. Nasceu a 9 de abril de 1884 e faleceu em 1915.
-Cap. Bibiano Pessoa Chaves. Oficial do Exército. Filho de Francisco Nelson Chaves.
-Cap. João Carvalhedo. Filho de José Cavalcante e Júlia Barbosa Carvalhedo. Nasceu a 21 de março de 1905. Verificoi praça a 23 de março de 1923. Asp. a 7 de janeiro de 1927; 2º tenente a 14 de julho de 1927; 1º tenente a 18 de julho de 1929; cap. a 31 de julho de 1934. Fez o curso de Infantaria pelo regulamento de 1924.
-Cap. Júlio Veras. Oficial do Exército. Filho de Tomaz Zeferino Veras e Emília Pinheiro Veras. Nasceu a 12 de agosto de 1900. Verificou praça a 12 de março de 1923. Asp. a 7 de janeiro de 1927. 2º tenente a 14 de julho de 1927. 1º tenente 18 de julho de 1929. Na revolução de 1930 ocupou o cargo de Governador Militar do Pará.
-Ten. Potiguara Veras. Oficial dos Exército. Filho Antonio Zeferino Veras e Maria Coelho.
-Ten. Tércio Veras. Oficial do Exercito. Filho de Tomaz Zeferino Veras e Emília Pinheiro Veras.

..................................se não tivesse cansado, continuava.
Pe. Evaldo Caneiro. Pároco de Camocim/CE.