sábado, 16 de junho de 2018

LEMBRANÇAS DE UM OPERÁRIO DA PANAIR - CAMOCIM


As fontes históricas, sem dúvida, são o alimento do historiador. Por mais diversa e fragmentária que seja, sempre pode ser o início de uma grande pesquisa histórica, Já postamos aqui sobre a existência da PANAIR em Camocim, sua importância econômica e estratégica para a história da aviação no Ceará, através do arquivo e informações nos enviado por Raimundo Wilson, filho de Duarte Moraes, um dos operários que construíram a estrutura de pouso dos hidroaviões em nossa cidade. 

Duarte de Moraes e Geraldo Gomes. Camocim. 1937. Arquivo: Raimundo Wilson.


Hoje reproduziremos duas fotos que mostram não somente o espaço fotografado, mas, as pequenas impressões deixadas escritas no verso das mesmas, que revelam o sentimento captado tanto pela lente como pela emoção de quem quer deixar uma lembrança para a posteridade. Na primeira foto (acima), Duarte Moraes escreve: 

Eu e Geraldo Gomes meu companheiro de "infortúnio". Durante as instalações, trajando macacões, acocorados nas embarcações, trocando confabulações acerca das desillusões, cheios de emoções, immersos em recordações-, contemplam uma encantadôra tarde de Agosto no Ceará. CAMOCIM. 1937.
Duarte Moraes .Camocim. 1937. Arquivo Raimundo Wilson.

Na foto acima, percebe-se o flutuante no meio do rio onde os hidroaviões faziam atracação para reabastecimento. Em primeiro plano, Duarte de Moraes. Nesta foto, ele escreve no verso:
Acossado pelos ventos, arrepiado como um caitetú, da cabaceira da ponte da Panair, em construcção, sobre o rio Camocim, admira a cidade distante e as grandes obras que a Companhia aqui vem realisando. Longe, bem longe - o fluctuante da Panair, onde os aviões atracam.

As fotos e os escritos nos versos não apenas nos remetem para um distante passado em que empresas de aviões usavam nossa cidade como escala, mas, podem também nos informar muito sobre os processos existentes entre a memória e a história. 





Nenhum comentário:

Postar um comentário