domingo, 12 de maio de 2013

UM CAMOCINENSE NO RIO DE JANEIRO

Praia de Botafogo. Rio de Janeiro. Fonte:cotidianoantologico.blogspot.


Não é costume escrever sobre nós neste blog, afinal de contas esse espaço é para a História de Camocim. No entanto, minha última visita ao Rio de Janeiro foi tão rica de encontros e coincidências que merecem um registro. Para começar encontro no Aeroporto Pinto Martins (nosso mais famoso camocinense) o Paulinho (lembro dele como jogador do Cruzeiro e da Seleção de Camocim), irmão do Sinázio e do Deca em mais uma viagem de trabalho. Assim como os estivadores e portuários foram buscar trabalho em outros portos nas décadas de 60 em diante, uma boa parcela de jovens camocinenses buscam emprego atualmente em empresas terceirizadas que prestam serviços à Petrobrás na região de Macaé-RJ. A viagem se tornou mais interessante pois nada melhor do que compartilhar com um conterrâneo um dedo de prosa. Chego ao Rio e busco refúgio num albergue próximo de onde vou iniciar minhas atividades de estudo no estágio pós-doutoral (PACC/UFRJ). No quarto em que fico, denominado de "Flamengo-Botafogo", divido o espaço com dois estudantes alemães e um brasileiro que nem desconfiam que sou botafoguense campeão arrastão 2013. Para almoçar escolho um restaurante simples, daqueles onde os trabalhadores da área se aglomeram disputando os pratos feitos do dia. No balcão um atendente com a camisa do Ceará Sporting Clube denuncia sua origem. Ao final do almoço tento um diálogo com ele, mas as constantes solicitações impedem isso, mas saio sabendo que ele é de Santa Quitéria e que conheceu o Monsenhor Ximenes, nosso camocinense que fez ali sua história de fé e marcada pelo gosto de colecionar tudo sobre trens. Vou para a atividade de estudo e sou solicitado a me apresentar aos outros colegas e dizer um pouco da minha pesquisa - impossível não falar de Camocim. No intervalo, um dos presentes me aborda. - Quer dizer que vocè é de Camocim?! Digo que sim e vem a surpresa: Minha família também é de lá. Quando você disse que era de Camocim não acreditei - Trata-se de Paulo Sérgio Brito, professor de teatro e de nome artístico Paulo Ess, filho de um ex-ferroviário de nome Manoel Frutuoso de Brito. Numa boa meia-hora atualizo a história da cidade e conto sobre nossas potencialidades e problemas. No dia seguinte vou a procura de Francisco Olivar, nosso amigo Vavá, embaixador de Camocim no Rio de Janeiro. Assim que saio do metrô na Estação Carioca me deparo com Vavá de cachecol a vender seus livros. Passada a surpresa do contato inicial, Vavá me convida a dar um pequeno passeio na área central. Numa barraca de camelô me presenteia com duas faixas do Botafogo Campeão de 2013. Depois fomos à Confeitaria Colombo tomar um café onde nomes seculares como Olavo Bilac, Machado de Assis, José de Alencar e outros tantos, comiam, bebiam, discutiam política e literatura. Entra numa livraria e noutra e mais um presente: um livro sobre as livrarias cariocas, onde Olivar é verbete. Depois destacaremos esta obra neste espaço. Almoço com Vavá e retorno ao Ceará. Na espera do ônibus para Sobral resolvo jantar na Rodoviária. A certa altura o garçom me pergunta se meu nome é Carlos Augusto. Digo que sim e pergunto o porquê da pergunta. Ele me diz que era para satisfazer um pedido de um outro freguês e me aponta o cara. Trata-se de Gouveia Neto, assíduo leitor do Camocim Online e deste blog, irmão de "cabeça" do Tadeu Nogueira.Conversa vai e conversa vem fico sabendo do projeto dele de escrever um livro sobre a História de Barroquinha e de retornar a Camocim, dentre outros assuntos, que me fez concluir tratar-se de um bom papo, encerrando esta série de encontros felizes que tivemos nestes dois dias. Junho voltarei novamente ao Rio: o que me espera? O que encontrarei? Mas isso já é outra história...


Balaustrada de Camocim. Foto:facebook,com

Um comentário:

  1. Uma coincidência incrível e uma satisfação honrosa...Nobre Professor!

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