Difícil de uma data como os 50 anos do Golpe civil-militar de 1964 passar incólume na história de algum município brasileiro. Como maior ou menor resquício, algum evento, alguma pessoa ou grupos estiveram no contexto dessa fase triste da história do Brasil, de um ou de outro lado. As repercussões desse fato são tantas, que mesmo após a historiografia mostrar o lado cruel deste período, hoje, pessoas e movimentos tentam se levantar para a reedição de marchas que culminaram com a tomada do poder civil pelos militares de então. A sanha e a ignorância são tamanhas, que chegam ao ponto, em suas convocatórias hodiernas, que o grande perigo atual é o de nos tornarmos uma "ditadura comunista". Ditadura por ditadura, já sabemos que elas não são o melhor tipo de governo. Dessa forma, Camocim também se inscreve neste contexto de repressão e resistência ao golpe de 1964. Os documentos provam isso e recuam até a uma ditadura anterior a de 1964, a ditadura Vargas. Desde lá, podemos constatar estas duas possibilidades: políticos locais e autoridades atuando como repressores, assim como cidadãos questionando o estado das coisas. Sempre é bom lembrarmos que, se hoje, estes grupos que tentam reeditar eventos como a Marcha pela Família, com Deus, foi porque pessoas lutaram para termos pelo menos o direito de expressão assegurado, direito este negado por mais de 20 anos na recente história brasileira. Em postagens posteriores, enfocaremos estes momentos da nossa história, procurando suas ligações com a política nacional.
Fonte: oabrs.org.br. |
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