Jornal "A Esquerda". Rio de Janeiro. 19 de agosto de 1931. |
Quase um ano após à Revolução de 1930, o chamado Governo Revolucionário de Vargas procurou disciplinar os serviços de exportação de produtos agrícolas, que passaram a ser melhor inspecionadas e classificadas. Neste sentido, um decreto editado em agosto de 1931 reformulava a exportação do algodão, um dos produtos mais importante da pauta econômica da época.
Camocim, por ser um porto
exportador produto, tinha um Posto de Classificação de Algodão sob a responsabilidade
do Centro de Exportadores do Ceará.
A propósito, o jornal A
Esquerda do Rio de Janeiro, de 19 de
agosto de 1931, traz uma reportagem sobre uma série de medidas a serem adotadas
para a comercialização do “algodão exportavel”, dentre elas a uniformização dos
serviços de certificação do produto, a cargo de funcionários da União, através
da Superintendência do Serviço do Algodão.
A reportagem segue elencando
outras medidas e ressaltando a produção nacional, inclusive os números da
exportação do algodão vias portos do Ceará: “pelo porto de Fortaleza, 29.748
fardo, pesando 5.354.640 kilos e, pelo porto de Camocim 2.564 fardos, com o
pesa de 442.777 kilos, o que faz um total de 32.312, fardos, com 5.977.417
kilos”.
Empresa de Algodão Ltda. Camocim-CE. Foto: Arquivo do blog. |
Infelizmente a matéria não traz mais
elementos sobre a exportação do algodão em Camocim, como por exemplo, o nome
dos funcionários do governo que fiscalizavam o serviço de classificação, a
relação das fábricas que descaroçavam o algodão ou os tipos de prensas. Isso é
matéria para futuras pesquisas. Contudo, sabe-se que por muito tempo, o
algodão da hoje região noroeste do Estado do Ceará, passava pelo Porto de
Camocim e as ruínas da Empresa de Algodão ainda estão aí para atestar aquele
tempo áureo.
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