domingo, 31 de maio de 2020

A VIOLETA. A REVISTA DA MULHER CAMOCINENSE

Revista "A Violeta", nº 174, março de 1941. Fonte: APMT.

A fertilidade da imprensa camocinense já foi abordada nete espaço. Nas primeiras décadas do século XX foi grande a variedade de periódicos e revistas que surgiram em nossa cidade, variando do noticioso informativo ao humorístico, clubístico, de representação política, da classe operária (O Operário), dentre outros. A crônica histórica recupera mais de trinta títulos, alguns sendo editados simultaneamente, além da existência por certo tempo de duas tipografias na cidade, a  Typographia Commercial e Officinas Typographicas,  do jornal “Gazeta de Camocim”.
Feito este intróito, cumpre informar que as mulheres camocinenses também tiveram uma publicação específica para elas. Segundo a Revista do Instituto Histórico do ano de 1908 em Camocim "surgiu A Violeta, orgam literário e recreativo dedicado ao 'bello sexo'", no ano de 1907. Naquela época, o Barão de Studart fazia na Revista do Instituto Histórico um interessante trabalho de pesquisa sobre a imprensa cearense.
Interessante como este nome "Violeta" surge denominando jornais e revistas dedicados ao público feminino, seja para o entretenimento ou na divulgação das ideias do feminismo que surgia naquela época. Neste sentido, vamos encontrar uma revista denominada "A Violeta" ainda no séc, XIX em Parnaíba-PI, no ano de 1863. No entanto, talvez a mais profícua e duradoura foi "A Violeta" de Mato Grosso, "periódico editado em Cuiabá, a partir de 1916, por uma pequena elite de pessoas letradas, lideradas por mulheres que escreviam e editavam a revista, aproximava ideias e pensamentos que estavam na pauta dos debates contemporâneos".  A revista mato-grossense saiu regularmente até 1950, que nos seus "309 títulos, revelou uma longa vida, traduzida nas muitas décadas utilizadas em suas publicações. O último número dessa revista foi editado por ocasião da posse do Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, nascido em Cuiabá".
Infelizmente ainda não encontramos nenhum exemplar de "A Violeta" editada em Camocim para sabermos como o "belo sexo" camocinense, como se dizia à época era retratado.

Fonte: Revista do Instituto Histórico do Ceará. 1908,
ROCHA, Olívia. Mulheres e Imprensa no Piauí. 2012.
MARQUES, Ana Maria. O Feminismo nas narrativas de mulheres na revista "A Violeta". Cuiabá. 1916-1950. Revista Territórios e Fronteiras, n.1, v.4, 2011.


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