Camocim Antigo. Painel 2,00 x 1,00 mts. Óleo sobre tela. Eduardo Souza |
Há muito venho perseguindo uma cópia da primeira obra sobre Camocim no século XX. Trata-se do MEMORIAL HISTÓRICO DA CIDADE DE CAMOCIM, escrito por Antonio Philadelpho Pessoa em 1908. Tal obra deve se encontrar na seção Obras Raras da Biblioteca Menezes Pimentel em Fortaleza. Enquanto não consigo, vou me satisfazendo com o que encontro de citação da referida obra em outros trabalhos históricos.
No trecho abaixo, temos a descrição da cidade em 1908. Vejamos:
(...) Está situada no litoral a
26 Kilometros da foz do Rio Corehaú e a 9 Kilometros do Rio Camocim, com um
excelente porto, o melhor do estado. Este porto é empório comercial das praças
de Manaus, Pará, Maranhão, Fortaleza, Pernambuco, Rio de Janeiro e alguns
portos da Europa, com a zona ligada pela Estrada de Ferro Camocim-Sobral e
vice-versa.
É sede da mesma estrada, onde se acha a estação
central, um dos melhores edifícios do seu gênero, com casa de officinas,
armazéns: de carga, do almoxarifado, depósito de material rodante, depósito de
lenha, uma balança com força de cinquenta toneladas, uma ampla rampa para
embarque e desembarque de animaes, e uma caixa d'água com encanamento para a
linha ferrea e oficinas.
Além destes edifícios tem a cidade os seguintes uma Egreja Matriz, consagrada ao Senhor Bom Jesus dos Navegantes, em construção, a qual será uma das maiores naves e mais elegantes do estado, quatrocentas e noventa e seis casas construídas a tijolo, afora trezentas e trinta e oito casas de taipa, e um mercado público duas escholas públicas, uma do sexo masculino regida pela professora Dona Maria Carolina Brandão Cela e uma do sexo feminino pela professora Dona Heráclita Theodora de Sá Calado,um instituto municipal dirigido pelo cidadão Raul Rocha, quatro escholas particulares e o collégio "José de Alencar" dirigido por seu proprietário o distincto professor, Francisco Martins Ferreira Telles de Souza, um médico residente, um advogado formado, uma Philarmônica, duas pharmácias, duas officinas de marceneiro, dois construtores de canôas, um calafate, oito carpinteiros, três alfaiatarias, uma ferraria, quatro barbearias, quatro sapatarias, duas fábricas de sabão, cinco trapiches, três agências de navios a vapor, duas de navios a vela, dois escriptórios de comissões e consignações, bancários, um agente ou representante da casa comercial de Pernambuco, dois armazéns de vendas de mercadorias a grosso, quatro depósitos de mercadorias, quatro estabelecimentos a grosso e a retalho, três hotéis, três bilhares, duas fábricas de cigarros, uma de gêlo, setenta estabelecimentos a retalho e quatro padarias.
Esta breve descrição nos dá uma ideia da estrutura urbana da nossa Camocim no início do século XX, além de outras informações que exploraremos posteriormente.
Fonte: PHILADELPHO Pessoa, Antonio.
Memorial histórico da cidade de Camocim,p. 34.
Foto: Camocim Antigo. Eduardo Souza.
olá, voce tem uma foto da beira mar de camocim antes da construcao do paredão? é verdade que quando a maré enchia ia bater lá no mercado?
ResponderExcluir