segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O RÁDIO COMUNITÁRIO EM CAMOCIM

Falar sobre o rádio em Camocim precisaria uma pesquisa muito profunda, se fôssemos realmente buscar a origem deste meio de comunicação que ainda hoje possui uma agilidade impressionante, principalmente o Rádio AM. Precisaríamos recuperar as histórias dos sonoros - tema já focalizado no blog, assim como das experiências trazidas pela igreja na educação com os rádios cativos, onde apenas uma emissora era sintonizada. Sabemos que as rádios Pinto Martins e União da década de 1980, surgiram pelas motivações políticas que os grupos Fundo Mole e Cara Preta travavam. Ter uma rádio era e ainda é uma ferramenta de grande utilidade no jogo político, no sentido de se comunicar os ideais eleitoreiros destes grupos. Infelizmente o rádio AM em Camocim está em fase terminal. A Rádio Pinto Martins fechou , agora tendo uma versão FM, e a União funcionando com visível defasagem técnica na aparelhagem ultrapassada. No entanto, um fato novo nessa disputa entre as rádios locais foi o advento da RÁDIO COMUNITÁRIA PROMOÇÃO FM - 98.5, que no ano de 1997 se a memória não me trai, trouxe uma nova opção e um novo jeito de fazer rádio em Camocim. Lembro bem que, dispensado por um diretor da então Rádio União de um programa esportivo, cujo horário era comprado por mim e o Marco Ximenes, ficamos sem prefixo e matutando um jeito de voltar às ondas hertzianas. Tendo acesso à uma legislação que permitia a fundação de rádios comunitárias no país, formamos um grupo que deu forma e vida à Promoção FM. O Serviço de Promoção Humana - SPH, foi a associação que nos acolheu. Eu cuidei da papelada e da programação. Toinho Lima na parte técnica cuidou da torre e do transmissor, cedido naquele momento pelo empresário Eugênio Pacelli. Carlos Aquino trouxe consigo uma aparelhagem de estúdio e, numa bela tarde, jogamos o som límpido de FM para toda Camocim. Depois chegou mais gente e formamos conselhos para administrar a rádio. A novidade logo se espalhou e a rádio passou a exercer seu papel de porta-voz dos cidadãos camocinenses. Outras pessoas e grupos acharam também ser possível ter um canal dessa natureza e fundaram suas rádios, transformando-as para os mais diversos interesses. Infelizmente, aquele projeto inicial da PROMOÇÂO FM,começou a ter também outros interesses e, aliado aos problemas advindos com a legislação cada vez mais a favor das rádios ditas "oficiais", fizeram com que a "febre" passasse e a grande maioria delas fechassem. Hoje, o termo "comunitária" é apenas uma fachada legal e a maioria deste tipo de emissora estão servindo aos interesses de seus donos - os políticos. Um dia contarei mais detalhes dessa parte da história de Camocim, por enquanto, foi apenas um laivo de saudade que a foto acima me despertou.

Fonte: SPH - Núcleo de Estudos e Documentação Histórica - NEDHIS. Curso de História da UVA. Sobral-CE.

3 comentários:

  1. Caro Prof. Carlos Augusto,
    Também sinto a falta de uma rádio genuinamente comunitária em nossa cidade. Que tenha uma programação cultural, informativa e de prestação de serviços, onde a comunidade local seja sua legítima condutora. Um forte abraço, Prof. Antonio Junior.

    PS: creio que o texto que apresenta o blog contém um deslize. Não seria correto: "a gente só dá" ao invés de "só dar"? Favor verificar.
    Respeitosamente, Antonio Junior

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  2. Sempre fico nessa dúvida, caro Júnior, mas, vou verificar, acho que você tem razão. Quanto ao post, obrigado pelos comentários e nos visite sempre.

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