Panfleto cedido pelo Prof. Paulo José. Camocim-CE. |
A CHARGE ao lado, que circulou em Camocim na campanha eleitoral de 1975
em forma de panfleto, revela muito da politica camocinense quando a
polarização entre as chamadas facções CARA PRETA e FUNDO MOLE era muito
intensa. O panfleto, até certo ponto bem
humorado, demonstra também a alternância do poder entre as famílias que
dominavam a cena política da época. Com efeito, a Família Aguiar já
estava no comando do município hgá 24 anos. A eleição de Edilson Coelho,
do grupo FUNDO MOLE,que governou entre 1976 e 1982. pôs fim a este
período vencendo o
candidato Batista Aguiar, da ala CARA PRETA. Vale
salientar que durante este tempo houve uma tentativa de união entre
CARAS PRETAS E FUNDO MOLES, com a eleição do Dr. José Maria Primo
de Carvalho que exerceu um mandato tampão entre 1971-1972. Com a
quebra deste acordo, a família Aguiar elegeu João Paschoal de Melo,
que vencera o candidato Dr. Aristóbulo. Nestas idas e vindas do
poder entre as duas oligarquias, com a eleição de Edilson Coelho
inicia-se um outro período de hegemonia, desta vez com os Veras
Coelho, que conseguiu eleger sua sucessora, Ana Maria Beviláqua Moreira
Veras,
também por seis anos, perfazendo um total de 12 anos no poder. Esta
sequência seria quebrada por Murilo Rocha Aguiar Filho (Murilinho)
nas eleições de 1987. Como podemos perceber, embora o poder
político em Camocim tenha tido características oligárquicas, como
de resto no Brasil, o mesmo trafegou sempre entre estas duas facções
políticas, mostrando uma alternância, coisa, por exemplo, que não
se constatou por exemplo, na vizinha cidade de Granja, onde Esmerino
Arruda e seus
aliados mandaram por quase meio século. Fato interessante, pode-se
observar depois do advento da reeleição, onde os Aguiar mandaram
entre (1996 a 2004) com Sérgio Aguiar e depois perderam a hegemonia
para o Francisco Maciel de Oliveira, praticamente neófito na
política, ex-aliado dos Aguiar e apoiado nas eleições de 2004 pelo
que ainda restava do antigo grupo FUNDO-MOLE, a família Coelho.
Chico Vaulino como é mais conhecido também conseguiu se reeleger e
marcar por oito anos sua estada no poder, criando também, durante
sua passagem pelo executivo camocinense um grupo com as mesmas
características das famílias tradicionais no modo de fazer
política. Contudo, não conseguiu eleger seu sucessor em 2012. Com
um grande leque de apoios, os Aguiar voltam ao poder na figura de
Mônica Aguiar, neta do ex-deputado Libório Gomes da Silva, que no
longínquo ano de 1981 fora derrotado por Ana Maria Veras, hoje
aliada dos Aguiar. Idas e vindas da política camocinense.
Olá, boa tarde. Sou conterrâneo camocinense. Meu pai fala bastante do pai do seu Chico Vaulino, chamado de Zé Vaulino. Gostaria de saber um pouco sobre ele. Seria bastante interessante e enriquecedor saber o pouco da historia desse grande comerciante de Camocim.
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