Fonte: arquivo do blog. |
No porto o perfil alvacente e
incaracterístico de uma escuna norueguesa ou o costado sujo de um vapor
pernambucano.
(Trecho de uma carta do poeta Lívio Barreto ao amigo Ulysses, datada de 1894
Entre 1900 e 1914, um capitão norueguês, chamado M. L. Lorentzen começou a explorar os serviços de cabotagem entre Camocim e o Estado do Pará. Antes, havia explorado a navegação nos portos do sul. Atraído pelas possibilidades de negócios na região, o referido capitão fez fortuna por aqui, transportando bois e pessoas em seus vapores. A Companhia Lorentzen, além do vapor Rio, se constituía dos vapores Camocim, Sobral, Ipu e Cratheús. A empresa era administrada em Camocim por noruegueses chefiados por Bjorn Bugge, de mesma nacionalidade. Os serviços de frete e capatazia era da responsabilidade da firma camocinense Nicolau & Carneiro. O primeiro desses vapores a operar em Camocim foi o IPU, fabricado em 1905, com capacidade para 700 bois. Depois veio o SOBRAL com data de fabricação de 1908, já com capacidade para 1200 bois. Com o negócio a pleno "vapor", em 1909 chegou o CAMOCIM. No ano de 1910, a firma Nicolau & Carneiro anunciava que o Vapor Camocim (foto) era "[...]melhor aperfeiçoado que o SOBRAL e de marcha mais rápida - 12 knots por hora, illuminado e ventilado á electricidade [...]"(ver foto). Todos estes vapores foram construídos num estaleiro em Oslo, capital da Noruega. No mesmo anúncio, fala-se da construção do CRATHEÚS(1910), que, igualmente aos anteriores, tinha uma capacidade de transporte de 1200 bois. O frete do boi era de 20 mil réis para o Pará e 50 mil réis para o Amazonas. Com o sucesso do empreendimento, a firma norueguesa Lorentzen & Comp. solicita ao Governo Federal a concessão de regalias e vantagens de paquete para os vapores CRATHEÚS e CAMOCIM, concessão esta assinada pelo então Presidente Marechal Hermes da Fonseca pelo Decreto nº 9.725, de 14 de agosto de 1912.
Jornal A Pátria. Sobral-CE. Anno I, nº 26, 03/08/1910 |
Fonte: Correio do Ceará, 08 de janeiro de 1970.
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