domingo, 8 de março de 2020

À MULHER CAMOCINENSE


Artesã. Camocim. 2019. Fonte: Arquivo Wanderson Lima

A Mulher camocinense tem uma bela trajetória nos anais da nossa História. Ela esteve presente nos principais momentos históricos do município, como por exemplo, nos movimentos contra a retirada dos trens de nossa cidade em 1949-1950, na chamada Rebelião da Ferrovia. Várias mulheres estiveram à frente de associações religiosas, pias e políticas e participam na composição da Câmara Municipal de Camocim desde 1959. Nos anos 1980, a presença de mulheres na administração pública e órgãos dos governos federal, estadual e municipal foi tanta que a Revista Manchete nos chamou de "A Cidade das Mulheres". Atualmente, a cidade é governada há mais de sete anos pela prefeita Mônica Aguiar.

Mas, nem sempre foi assim. Mesmo que no cotidiano a mulher esteja presente em todos os momentos, no plano público, essa presença foi sendo aos poucos conquistada. Nos documentos, poucas são as referências ao sexo feminino a não ser em determinados setores da vida pública, como na educação escolar ou em determinadas profissões, como as costureiras.

Em Camocim, na virada do século do século XIX para o XX, elas estão circunscritas ao magistério, principalmente,  como informa o Almanaque Laemmert de 1911. Portanto, na Instrução Pública, na sala feminina da escola estadual a professora era D. Heráclea de Sá Callado, nas escolas municipais, a professora do distrito de Barroquinha era D. Maria de Assumpção Neves. Nas escolas particulares mistas eram professoras: D. Francelina de Castro Fialho; D. Uribna Gondim Barbosa; D. Eustachia Aragão e D. Angêla Ferreira Collyer.

No campo da religião, as mulheres despontam nas associações pias como a Irmandade do Sagrado Coração de Jesus ou Apostolado da Oração, fundada em 1904, cuja presidente era D. Maria José Pessoa Chaves. Na Obra Pia de Universal de Suffragios para as Almas do Purgatório, a presidente era D. Rachel d'Oliveira Praxedes.

No comércio, há apenas o registro da firma Viúva Thiers & Cia, representante da firma Economisadora Paulista em Camocim.

No setor de profissões, nesta época, Camocim tinha as seguintes modistas (como eram chamadas as costureiras de então): D. Eurides de Mello (roupas brancas); D. Ernestina Maia; D. Maria de Sousa Neves; D. Maria Isabel Perales, D. Rosa de Mello Monteiro e D. Luisa Balbino.

No funcionalismo público federal, a exceção era a Sra. Rosa da Silva Aguiar, agente dos Correios.

Fonte: Almanaque Laemmert, 1911. Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional.

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