Alfredo Pessoa nasceu numa terça-feira em Camocim. No calendário a folhinha marcava 26 de fevereiro de 1895. Num relato jornalístico, disse-se sobre ele: "Cresceu, fez grandes travessuras, caçadas, montadas, até que um dia seu pai mandara-o para Recife, a estudar 110 'Colégio Ayres Gama' onde fez o ginásio. Partiu para o Rio em 1912. Dois anos depois fazia exame e ingressava na Escola Politécnica, aprovado em todas as matérias, onde fez o curso de engenharia. Seus professores em Recife sempre' se corresponderam com o menino Alfredo Pessoa, pois sabiam que êle tinha muita queda para o ensino. Nas aulas era sempre chamado para descrever uma matéria e seu hábito de explicar matemática e ciências naturais, fazia sempre com que os mestres depositassem grande confiança no aluno. Com 14 anos voltou para o Recife, de onde recebeu convite para substituir um professor de aritmética".
Aos 18 anos se empolgou pelas ideias do filósofo francês Augusto Comte que se converteu ao positivismo. Voltou para o Rio de Janeiro e foi ensinar em cursos particulares as matérias de Geometria Descritiva, Geometria Analítica, Cálculo Diferencial e Integral e Mecânica Geral. Como era contra os diplomas oficiais, tirou, a pedido de sua mãe, a carta de engenheiro-geógrafo. Aliás, sua opção filosófica, fez com que a sua família deixasse de enviar ajuda financeira para ele se manter na capital do país. Passou muitas dificuldades, posto que, dos seus alunos "recebia apenas uma contribuição módica e isto mesmo quando podiam pagar até o dia cinco de cada mês (Cr$ 20,00). Depois desta data nada aceitava, porque considerava um sacrifício".
Para sobreviver, trabalhou no comércio e como jornalista por muito tempo. "Quando o general Rabelo foi nomeado interventor de São Paulo, serviu como secretário, o que lhe valeu mais tarde a prisão, por ocasião da revolução paulista de 1932". Em 1933, Alfredo Pessoa, por nomeação do então prefeito Dr. Pedro Ernesto, ingressou na Prefeitura do Distrito Federal como diretor do Serviço de Turismo e Certames da Prefeitura. Neste setor, organizou várias "Feiras de Amostras", sendo nomeado representante do Brasil na "Feira. de Poznan", na Polônia. "Nesta exposição o Brasil alcançou o primeiro lugar entre todos os países que ali se fizeram representar. No governo ditatorial de Vargas, foi diretor do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), setor de divulgação".
No contexto da segunda guerra mundial "chefiou uma missão jornalística a Londres e nesta ocasião Nelson Rockfeller desejava que ele fosse trabalhar em seu escritório interamericano, em. Washington". Posteriormente, nos Estados Unidos chefiou o escritório comercial do Brasil em Nova Iorque. Esta posição o guindou a um lugar delegação brasileira junto à Organização das Nações Unidas (ONU). Ainda no governo, ao regressar ao Brasil oi designado como "observador brasileiro junto à "Comissão de Energia Atômica".
Como diretor do Serviço de Turismo e Certames da Prefeitura era o responsável pela ornamentação dos "logradouros, clubes, quartéis, e nas comemorações patrióticas". Na política "recusou uma eleição no Ceará, por sempre ter tido repulsa a um regime em 'que se reclama uma aprendizagem especial para ser maquinista ou vaqueiro, enquanto nada se exige para um político ser guindado a legislador."
Continuamos na pesquisa para saber mais sobre este professor camocinense.
Fontes: Revista Carioca, 1954.
Jornal A Batalha, Rio de Janeiro, 1940.
Nenhum comentário:
Postar um comentário