O italiano JOAO BAPTISTA GIZZI fez história em Camocim e tal assunto já foi abordado neste espaço. Um dos mentores da fundação da Loja Maçônica em Camocim, "Seu Giz", como ficou conhecido na cidade, participou também da fundação de outra instituição quase secular e ativa ainda hoje: A Associação Comercial de Camocim. Contudo, o destino colheu de forma cruel o empreendimento industrial de Seu Giz na cidade, uma fabrica de sabão que veio a incendiar no início dos anos 1930. O processo do incêndio da fábrica que ficava na Praça Pinto Matins (atual Farmácia São Paulo e adjcências) encontra-se no Arquivo Público do Estado do Ceará, onde pude ler o sinistro. Quase inteiramente falido, Seu Giz resolve se mudar para Fortaleza, onde veio a morrer em 14 de julho de 1933. (QUEIRÓS, Artur. Recordações camocinenses e outras memórias. 2ª edição. Fortaleza: RBS Gráfica, 2003, p.15-6).
Antes, porém, passando por dificuldades financeiras, o imigrante italiano recorre aos seus antigos amigos da Associação Comercial de Camocim por carta, lida em 18 de abril de 1932:
"Do Snr. João Baptista Gizzi, ex-consórcio e diretor desta Associação uma carta solicitando um auxílio monetário, sendo votado pela mesa de se mandar para o mesmo Snr, a importância de R$ 200$000, duzentos mil réis, sendo cuja transferência feita por intermédio dos Snrs, Albuquerque & Cia" (Livro de Atas da Associação Comercial de Camocim, p.79).
Não se tem a certeza pela leitura das atas se tal depósito foi confirmado. Além do que em data posterior se verifica um outro pedido da esposa de "Seu Giz". Acreditando-se que a ajuda de 1932 foi dada, o certo é que o moribundo italiano veio a falecer, como já se disse em 1933, no anonimato. A Loja Maçônica Deus e Camocim tem instituída em sua homenagem uma medalha com seu nome.
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