Camocim terra do peixe! Dentre as características de nossa terra lá fora, a associação com o pescado e frutos do mar é natural. Sempre que voltamos à Camocim nosso desejo, quase instinto é comer peixe, degustar um caranguejo, comprar alguns quilos e encher o isopor para ter na comida uma lembrança da terrinha. Ultimamente essa prática anda bastante maltratada. As condições de compra e venda do peixe na "latada" armada junto ao Mercado Público é ultrajante e higienicamente incorreta. O jeito é recorrer à história e aos bons tempos em que isso não era problema e a fartura do nosso Rio da Cruz era mais pródiga. A matéria abaixo nos deixa com água na boca, como relata o Camocim Jornal, ano III, Nº 75 de 06 de janeito de 1924:
"Peixe entrado no mercado d'essa colônia no período de 18 de novembro a 18 de dezembro de 1923:
Camurupim Kilos 732
Cavalla " 29
Curvina " 144
Bagres " 1.708
Mero " 58
Pescada cobra " 1.906
Pescada amarela " 2.268
Coró amarelo " 66
Curuca " 60
Cação " 120
Serra " 10
Arraia " 09
Peixe-pedra " 39
Carapeba " 96
Charéo " 21
Barbudo " 37
Beijú Pirá " 17
Parum " 177
Camurim " 9
Biquara " 105
Tainha " 384
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Total 7.995
Como se pode observar, naquele mês e ano era tempo de pescada amarela., dentre as quase 8 toneladas de pescado posta à venda. Salta aos olhos (e a boca) a variedade nas espécies de peixe, muitas quase extintas das águas do nosso rio, como o bom e velho Coró, nome pelo qual os granjenses nos chamavam pejorativamente (ou carinhosamente); assim como nós os apelidávamos de Cangati. Mas, essa antiga rivalidade transformei em poesia de nome "Cangaró" que publicarei em outro momento.
P.S: Termino a postagem e vou jantar Serra e Tainha, trazida da minha última estada em Camocim.
Foto: tainhanarede.blogspot.com
Camucim, é um pedaço do paraiso. Nada igual no Brasil.
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