Rua 24 de Maio. Fonte: camocimnet.com.br |
Aproveito a caminhada vespertina até a casa de minha mãe para contar alguma coisa da história da cidade para a caçula Ana Ruth. Na ida, exatamente neste cruzamento (foto) da Rua 24 de Maio com General Tibúrcio, falo para ela que a casa entre a antiga "Usina" e o Ceja João Ramos foi uma central telefônica, daquele tempo em que precisávamos da telefonista para completar a ligação com outra pessoa. Diante do muro da RFFSA ela me indaga sobre o terreno e eu explico que ali era o antigo pátio de manobras dos trens. Na volta, já à noitinha, no trecho que se denominava Rua do Egito, digo para ela que antes do calçamento passar por ali as calçadas eram muito altas e de tamanho variados, como ela podia conferir pela "barra" nas fachadas das casas. Diante da "Usina", explico-lhe o significado da sigla CFLC - Companhia de Força de Luz de Camocim, que vendia energia aos moradores produzidas por motores a óleo diesel. Falo-lhe da mancha de óleo que vazava para a calçada e dos tombos dos incautos, além das minhas travessuras com amigos em jogar pedras no prédio para testar a nossa pontaria, por uma pequena abertura logo abaixo daquela sigla. Sigo dizendo que o muro da então Escola de 1º Grau João da Silva Ramos era bem menor que hoje, com um gradeado por onde comprávamos nossas merendas na hora do "recreio". Ela, no entanto não pergunta a razão do agora muro alto. Prosseguimos na caminhada e lhe falo agora já na Praça do Hospital que ali fora antigamente um parquinho infantil. Dou-lhe detalhes do antigo muro, dos brinquedos... Ela nem desconfia das razões do abandono da atual Praça "Zequinha" Ximenes. Atravessamos a Praça da Matriz e lhe digo como a mesma era até meados dos anos 1980. Esperamos o sinal abrir na confluência com a Rua José de Alencar e tento lhe dizer como era a Casa do Sr. Edson Tavares, transformada em galpão onde hoje abriga o Armazém Paraíba. A esta altura, Ana Ruth desvia a atenção da "aula" para as vitrenes da Casa Nova, desisto então de lhe falar sobre a Empresa Rápido Mossoró, do Sonoro Pinto Martins. Esperamos outro sinal abrir, mas não divido com ela minha desolação ao ver que uma das últimas fachadas com o registro "1917" desapareceu para sempre da história da Praça Pinto Martins, numa recente reforma de uma padaria, não por culpa dos padeiros, é claro. A monotonia da nossa caminhada é quebrada, no entanto, com a efusividade da Fernanda que proclama em alto e bom som as felicitações de Natal e Ano Novo para mim e a Margareth, enquanto sai no seu rebolado caracterísitico em sua caminhada noturna... Prosseguimos. Passo mudo pelas ruínas da antiga Agência do SESI e só volto a falar quando Ana Ruth pergunta o que era a "Sede da São Vicente". Tento dar uma explicação mais fácil, enquanto vejo a porta aberta. Reparo para dentro e me deparo com um jovem, por coincidência, neto daquele que deu nome à praça que fica ao lado do hospital dando uma aula de matemática para um grupo de pessoas. É o Neto, filho do Assis e da Gina Trévia. Na primeira fila, o Meio-Quilo atento. Não perco a deixa e proclamo: Meio-Quilo estudando? - A humanidade está salva! Todo mundo ri e eu me ofereço para colaborar com uma aulinha de história qualquer dia desses. Mal sabiam eles que eu acabava de ministrar uma.
Caro irmão
ResponderExcluirVc esqueceu de falar que entre a CFLC E A 1ª casa existia um pé de cajueiro (árvore), onde na saída da escola, nos fornecia nossa merenda, nos meses de setembro a novembro. E também vc jamais poderia deixar citar pra Rutinha que neste trecho da foto a Casa da Profª Maciel, grande Educadora e disciplinadora da nossa época. Abraços
Valeu mano,
ResponderExcluirmuito proveitosa essa caminhada que acabei esquecendo esses detalhes, mas, vou repassar para ela essas lembranças. Continue nos acessando... aproveito a oportunidade para te desejar boas festas juntamente com a família.
Muito bom essa sessão "nostalgia", professor, aliás, me lembro bem do parquinho de frente a Escola de 1º grau João da Silva Ramos, na qual estudei por seis anos, sendo a terceira série, um marco ( quem nunca levou uma "carreira" do mudo que tomava de conta dos brinquedos abandonados daquele parquinho!!??? ).
ResponderExcluirO grande mistério que percorria a minha mente e imaginação, era de onde vinha todo aquele óleo que vazava, sendo que certa vez, subi aquele muro e matei minha curiosidade...
Quanto a professora Maciel, que saudade dela, tive o prazer de tê-la, como professora nos anos de 1991 a 1993 no CEPA ( Colégio Estadual Pe. Anchieta )e ser um dos poucos a obter a nota máxima em suas disciplinas, vlw professor, se puder manda um abraço pra Irene e Ivana.
Bela aula, mestre!!
ResponderExcluirA propósito de Rápido Mossoró, caso o nobre mestre conheça algum fotógrafo profissional daquela época, que tenha em seus arquivos alguma foto de um ônibus daquela saudosa empresa, gentileza me informar pelo e-mail fsouza57@hotmail.com.
Pretendo encomendar uma miniatura e com a foto ficaria mais fácil.
Feliz 2012!!!
Fco. Souza
Agrdeço aos comentários do Lekão e Francisco. vou providenciar o pedido de vocês (pelo menos o do Lekão é possível, já o de Fco. fica um pouco mais difícil, mas, tentarei).
ResponderExcluirAmei a aula que vc deu a ela, aprendi muito e fiquei mais fascinada pelas histórias. Parabéns!
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