sábado, 26 de setembro de 2020

CAMOCIM DE ALMANAQUE (X SETEMBRO CAMOCIM 2020. Nº06).

Balaustrada de Camocim. 2020. Autor: Nagib Melo.



Já disse mais de uma vez neste espaço que os almanaques são importantes fontes para a história. Como uma fotografia, revelam o instante do objeto focalizado. Assim como os calendários, eram esperados ao fim de cada ano, trazendo as atualizações dos lugares, os números e as mudanças administrativas.

Voltemos o olhar para o distante ano de 1911, quando Camocim comemorava apenas o 32º aniversário de emancipação política. Neste ano, nem sequer éramos uma comarca, pois pertencíamos à de Granja, e os nossos distritos eram Barroquinha, Almas (Bitupitá) e Gurihú (ainda escrito com "h").

No entanto, em 1911, a Câmara Municipal já tinha publicado o seu Código de Posturas (1908) com 245 artigos, o segundo desta natureza, já que o primeiro fora aprovado em 1886. Ainda no ano de 1908 a Câmara fez publicar um Memorial Histórico da Cidade organizado por Antonio Philadelpho Pessôa, em comemoração ao Primeiro Centenário da Abertura dos Portos do Brasil ao comércio internacional. Este trabalho é o primeiro esforço de escrita de história do município (título raríssimo!) feito especialmente para representar Camocim na Exposição Nacional daquele ano.

Em 1911 o Porto de Camocim era considerado o melhor do estado,  tendo 02 armazéns e cinco pontes (trapiches), um farol e bóias que iluminavam a barra, uma pequena casa para observações mareográficas e um galpão que servia como posto fiscal da Recebedoria do Estado. 
A Empresa de Navegação L. Lorentzen, de origem norueguesa, atuava em  Camocim nessa época, mantendo regularmente com os vapores Rio, Ipu, Sobral Camocim as seguintes linhas: de Pernambuco a Manaus e de Camocim ao Pará.

Na Praça  da Matriz estavam em construção em 1911, dois poços artesianos. A população era de 6.000 habitantes e os eleitores somavam apenas 544 eleitores (1909).



FONTE: Almanaque Laemmert, 1911, ed.68, p.392.

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