Das indas e vindas que a condição de morador temporário em Sobral me proporciona, a última foi a melhor que já tive. Explico o porquê: primeiro porque a chegada à Camocim na última sexta-feira, 01 de julho foi antecipada com a visita à Casa da Memória em Tianguá, o Memorial Clóvis Beviláqua em Viçosa e o Instituto José Xavier em Granja. Com meu grupo de alunos do Programa de Educação Tutorial - PET, do Curso de História da UVA, visitamos esses lugares, privados e públicos, que de forma diversa, trabalham para a preservação da história desses lugares. Infelizmente, meu semblante já mudara quando chegamos em Camocim.O que mostrar em nossa cidade semelhante ao que já víamos nas outras cidades? Num átimo pensei: se não temos espaços de memória circunstanciados,organizados,vou mostrar o nosso jeito espontâneo de ser. Comecei pelo Grijalba, onde lhes apresentei o "Mudo" garçom, recebendo a cerveja do caminhão para o final de semana e nos atendendo solícito. À noite, a moçada se rendeu aos pratos do Ponto 10 do Chef Ênio. Na volta para casa, encontramos o poeta Sotero no calçadão, embalando sua filha diante do Rio da Cruz. Apresentei o nosso poeta e ele nos brindou com declamações de sua melhor poesia. No sábado, de passagem pelo Mercado, posamos e colaboramos com a caixinha do cantor excepcional que anima as manhãs daquele espaço com grunhidos e criatividade que só os excepcionais são capazes. Mostrei-lhes o que resta do passado áureo denunciador do tempo do porto e da ferrovia, e de quebra, ainda vimos o Mauro Viana, pintando em seu ateliê. Tomamos um barco e fomos à Ilha do Amor saborear a muqueca de arraia, especialidade da amiga Valdete.Na volta, encontro e conheço Nagibe Melo, (desculpa as anedotas sem graça!) parente do Mauro Viana e leitor desse blog, que me dá uma notícia maravilhosa: a volta do Boi do Juriti. Ele presenciou a apresentação na casa do Júnior Bijouterias. Almoçamos novamentee no Ênio e lá encontro o Dr. Raimundo Silva, baluarte da Academia Camocinense de Ciências, Artes e Letras. Para ele, peço notícias de Olivar e lhe informo que participei de banca de monografia sobre o "Terra e Mar" de Carlos Cardeal. Voltei revigorado e,apesar dos alunos terem atestado o descaso para com a limpeza e o zelo para com a cidade, ainda temos o que mostrar.
P.S: Ainda fomos conferir o blogueiro Tadeu Nogueira em "atividade", mas, parece que o homem tava prás bandas do Piauí...
Foto: camocimdopovo.blogspot.com.
professor gostei muito de sua iniciativa, mas queria sua ajuda e parceria como o meu blog, http://pesquisecamocim.blogspot.com sei que voce é um grande historiador da cidade, e conto com sua ajuda nessa empreitada...
ResponderExcluirE-mail: elivelton-araujo@hotmail.com
Fone: (88) 9403-4275
Prof. Carlos Augusto foi uma grande satisfação ter conhecido meu colega de profissão e blogeiro preocupado com o resgate histórico de nossa Camocim.Percebi principalmente pelas "anedotas sem graça!" que você é um "camarada" simpático e extrovertido.
ResponderExcluirNa realidade sou tio do artista plástico Mauro Viana esse grande artista patrimônio do povo camocinense.E quanto ao Boi do Juriti muito me alegrou ter reencontrado com essa manifestação folclórica mantida a anos.Quando criança tive oportunidade de ver o boi dançando no "terreiro" de várias casas de familias,as danças e músicas entoadas pelos brincantes não sairam de minha mente apesar dos anos e me emocionei ao ouvilas novamente.O responsável pelo boi não é mais o Juriti é o Sr.Luiz do bairro da Brasilia próximo a mercearia do Ka Ka.Ressalto aqui a determinação do Sr. Luiz de se preocupar em repassar às novas gerações essa importante manifestação cultural nordestina.Um abraço!
Professor Carlos, confesso que não imaginava o quão pitoresca fosse Camucim... cidade de personalidades, espaços de memórias, recordações extra-citadinas e de arquitetura exuberante...
ResponderExcluirConfesso que fiquei tocado pela Cidade e espero voltar mais vezes, no entanto, creio que ela só tenha se revelado desta forma por conta do guia que tivemos... ver uma cidade do angulo turístico é diferente de ver do angulo histórico... falo isso por termos passado por ruas pouco visitadas e desembelezadas, mas que guardava em si diversas histórias e lembranças esquecidas...Isso sem falar das pessoas de personalidades singulares espalhadas pelas ruelas da cidade... uma cidade que se abre a poucos...
Até mais ver professor...