sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"O PORTO DO POTE" DO CAMOCIM

Nas minhas idas ao Arquivo Público do Ceará, conheci um grande pesquisador, o granjense Prof. André Frota de Oliveira(foto). Entre um documento e outro, chegava até sua mesa de trabalho para tanto tirar minhas dúvidas de neófito pesquisador, quanto para conversarmos sobre a história da região. Em seus trabalhos, o que mais me interessa é a "Fortificação Holandesa do Camocim", um apnahado dos documentos que fazem referência à construção de um forte no Rio Coreaú ainda no século XVII. Leiamos um trecho sumário da referida obra:

No contexto da Guerra Holandesa (1630-54), este reduto de campanha defendia o porto do Pote (atual Camocim). Apesar da ausência de fontes sobre esta posição, Barretto (1958) informa que ela provavelmente remonta a 1641 quando o governador holandês do Ceará, Gedean Morris, viajou pelo norte da Capitania a título de exploração. Sua pequena guarnição foi trucidada pelos indígenas (28/fev/1644), chefiados pelo líder Ticuna, recompensado mais tarde pela Coroa portuguesa por serviços prestados (1659).
Comunicadas do feito pelos próprios indígenas, este reduto é ocupado por forças portuguesas do Maranhão, por ordem de Antônio Teixeira de Melo.
Barretto (1958) complementa que anos mais tarde, em 1656, o governador do Maranhão, André Vidal de Negreiros (1606-80), a quem a Capitania do Ceará se subordinava, manda artilhar o Camocim com quatro peças de 6 libras, guarnecendo-o com 25 soldados, com a mesma função do Fortim de Nossa Senhora do Rosário: apoiar e proteger as comunicações por terra do Ceará com o Maranhão.
Segundo Barretto (1958), em 1687, nada mais restava da estrutura, também conhecida como Forte do Coreaú. Garrido (1940), por sua vez, acredita que o Forte de Camocim tenha sido levantado em 1659 para desaparecer em 1696, sem citar, no entanto, documentos que comprovem esta afirmação.


Foto: diariodonordeste.com.br 

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