No ano de 1857 o Governo Imperial criou uma Comissão Científica para explorar as riquezas e a história das Províncias do Norte, partindo do Ceará. Tal comissão só chegou ao Ceará em 1859, composta de várias seções: Botânica, Astronômica, Etnográfica, Zoológica e Mineralógica. Cientistas, médicos, botânicos, dentre outros, vararam as praias e sertões cearenses, demorando-se nos lugares, recolhendo espécimes da fauna e da flora, anotando os costumes do povo, desenhando paisagens, animais e plantas, mapeando as minas e os acidentes geográficos, enfim, realizando um intenso trabalho de reconhecimento da região. Nos vários trabalhos de historiadores que escreveram sobe a Comissão Científica de Exploração, ou Imperial Comissão Científica, ou Comissão Exploradora das Províncias do Norte, ou mesmo Comissão das Borboletas, (nomes recebidos pela Comissão) algumas passagens se referem à região de Granja e Camocim. Após a volta da Comissão ao Rio de Janeiro, vários relatórios e exposições foram elaborados e mostrados. Recolhemos em um dos anexos de um relatório, um trecho que fala de uma exposição no Museu Nacional realizada em 1861, relativa à nossa rede de tucum, recolhida por um dos integrantes da referida comissão. Vejamos:
"Uma rede de lavarinto é um trabalho primoroso que consumiu dois anos de tempo. O verdadeiro elemento da rede é feito de cordel de tucum pelos caboclos e pescadores do Camocim. São ainda imperfeitas malqueiras."
A rede de tucum ainda hoje é confeccionada pelos artesãos camocinenses.
Fonte: BRAGA, Renato. História da Comissão Cientifica de Exploração. Disponível em:http://www.colecaomossoroense.org.br/pics/historia_dacomissao_cientifica_de_exploracao.pdf
Foto:jxavierfilho.blogspot.com
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