quinta-feira, 29 de setembro de 2016

VI SETEMBRO CAMOCIM - XII. OS REZADORES DE CAMOCIM

Não se sabe ao certo em que ano ou data especifica os rituais de rezas e benzeduras surgiram. Porém, alguns documentos registram rezas do século IX  antes da cristianização da Europa por Carlos Magno. Em Camocim ainda é possível encontrar algumas pessoas que praticam esta cultura, como veremos na matéria abaixo.


by Gerlane Viana de Souza
Aluna do Curso de História PARFOR/UVA/Camocim

Sr. Evangelista, rezador. Camocim-CE. 2016.
Foto: Gerlane Viana de Souza
Como cursista do Curso de História PARFOR/UVA/Camocim e futura historiadora não poderia deixar de lembrar dos rezadores como mestres da cultura, desempenhando um papel fundamental na história de nossa cidade ao longo desses 137 anos, o  qual completará próximo dia 29 de setembro.
O dom da reza, como preferimos assim chamar é ou pelo menos deveria ser passado de geração em geração. Antigamente era muito comum que a pessoa mais velha da casa fosse rezador(a), porém com o passar dos anos e as transformações acontecidas decorrentes da globalização, nos fez perder grande parte dessa herança milenar .O fato é que essa cultura está se perdendo  no tempo.
Seu Evangelista, rezador muito conhecido na região onde mora, relatou-me que nenhum de sues filhos teve interesse em aprender. Seu Evangelista, ao contrário de alguns rezadores, diz poder ensinar a quem se interessar em aprender suas rezas. Quando indagado sobre quem o ensinou ele diz se tratar e um dom divino.
As rezas são orações acompanhadas na maioria das vezes de elementos tais como água, sal, ramos de arruda, linhas, rosários, etc. Benzer significa tornar bento ou santo, benzer uma pessoa é o ato de rezá-la pedindo para que o mal especifico ou males se afastem. 
Em nossa cidade os rezadores se fazem mais presentes no interior, onde a cultura das benzeduras, “ de levar o menino pra rezar” é bem mais corriqueiro. Isso ocorre porque antigamente no interior as coisas eram bem mais difíceis, os médicos eram distantes, então as famílias tinham que recorrer  aos céus e a sua fé. Não podemos deixar que essa cultura tão bonita e importante para a construção de nossa historia se perca no tempo.            

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