Tal qual os Países Baixos que ganham terras ao mar elevando seus diques, pouca gente sabe que boa parte da área urbana de Camocim foi subtraída do leito do Rio Coreaú. Segundo os mais velhos, nas marés altas, as espumas do rio lambiam o que hoje é o Mercado Público, formando lagoas. Hoje, quando passeamos na Avenida Beira-Mar, não nos damos conta do esforço e do custo demandado para se construir aquele paredão, depois emoldurado com uma bela balaustrada, segundo dizem, feita na administração de Setembrino Veras (1951-1954). Com a falta de manutenção, a mesma foi caindo paulatinamente, ficando apenas o paredão. A balaustrada foi reconstruída totalmente na administração Murilo Rocha Aguiar Filho (1989-1992), que, com algumas reformas, é a que permanece até hoje. Contudo, é preciso recuar no tempo para localizarmos melhor a história dessa construção, como sugere a foto que ilustra esta postagem, além de outras referentes ao Camocim antigo. Desta forma, o histórico dessa construção remonta à década de 1920, posto que, na recepção à Pinto Martins, quando do seu voo pioneiro New York - Rio de Janeiro em 1922, o paredão vinha até onde hoje se localiza o prédio do Sr. Arthur Queirós, conforme a foto que ilustra a capa do livro "Flamengas e Boqueirões" do radialista Inácio Santos. Quase trinta anos depois, vamos encontrar em 03 de maio de 1949, nas Atas da Câmara Municipal de Camocim o registro do parecer da Comissão de Finanças autorizando o Executivo a abrir crédito especial "para a conclusão da Avenida Beira-Mar, nesta cidade". O valor do tal crédito era de Cr$ 15.000,00 e o Projeto 07/49, era de autoria do então vereador Fernando Trévia. O prefeito da época era Francisco Ottoni Coelho (1948-1950).
Foto: Arquivo do blog
Foto: Arquivo do blog
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