segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O MONUMENTO À NOSSA SENHORA DE FÁTIMA


Desde que comecei a me interessar pela história da minha cidade, aquele monumento defronte à Prefeitura à moda de um obelisco me intrigava. Alguém até me disse ser uma espécie de "pelourinho", indicativo dos foros de Vila quando ainda pertencíamos à Granja. Não me convenci e o mergulho nos arquivos acabaram me revelando queo mesmo foi sido construído para recepcionar a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima. Cuidei de divulgar isso nos jornais e nas rodas de conversas locais até que no ano passado tiveram a iniciativa de pintá-lo e colocar uma placa (a outra, de prata, quando da inauguração, foi roubada) fazendo a referência ao evento. Fiquei lisonjeado, pois, essa ação pode ter sido decorrente do fruto dos meus reclamos. Nesta oportunidade repasso o registro que o Monsenhor Inácio Nogueira Magalhães deixou no Livro de Tombo da Pároquia de Bom Jesus dos Navegantes. A propósito, o centenário de nascimento do nosso velho pastor passou ou vai passar em brancas nuvens? Respeitou-se a grafia da época. Leiam:

A recepção de Nossa Senhora em Camocim – 6 de novembro de 1954.

Desde que os fiéis tiveram conhecimento da Circular do Sr. Bispo Diocesano, concernente à Peregrinação da Imagem de Nossa Senhora de Fátima por toda Diocese, não pouparam esforços no sentido de preparar uma recepção condigna da Excelsa Virgem Peregrina. Foram logo organisadas pelo Vigário três comissões tendo por objetivo (de) dirigir o movimento de preparação e recepção. O mez de Outubro foi inteiramente consagrado às glórias de Maria. Uma imagem de Nossa Senhora de Fátima era conduzida em procissão aos lares em visitas diárias, sendo levada a efeito a cadeia do terço e novena, acompanhadas de cânticos bem expressivos referentes às aparições de Nossa Senhora de Fátima como o hino: “Aos 13 de Maio” e outros.

No dia 3 de novembro iniciou-se um tríduo para se encerrar com a chegada da Imagem Peregrina no dia 6 pela manhã. Chegando o dia ansiosamente aguardado Camocim em peso foi despertado pela banda de música local, pela voz da amplificadora (local) e pelo estrungidos foguetes. A cidade toda ostentava um aspecto festivo. Em todas as ruas extenderam-se faixas com dísticos expressivos, casas embandeiradas, edifícios engalanados e calçamentos semeado de flores.

Ás 3.30 foi celebrada a 1ª missa festiva pelo Vigário e a 2ª pelo Revdmo. Pe. João Batista Araújo, Pároco de Chaval, que fora convidado para emprestar brilho às festividades. Grande número de fiéis abeirava-se do Banquete Eucarístico.

Os alto falantes de vez em quando conclamava o povo a se preparar para receber condignamente a Excelsa Peregrina. Avultava cada vez mais o número de pessoas, vindas de todos os cantos da Paróquia.

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Um comentário:

  1. Perfeito relato, estou a fazer uma exposição de fotografias da passagem da Santíssima Virgem as paróquias do Ceará, já conto com algum acervo.

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