A volta do canto da sereia. Esperava antes, mas, finalmente o novo Secretário Nacional dos Portos, Leônidas Cristino, disse recentemente à políticos sobralenses a disposição daquela pasta de revitalizar os portos de Camocim e Parnaíba.
Continue lendo a postagem e veja como o Jornal "O Povo" se reportou à questão:
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Porto de Camocim
Recuperação do Porto de Camocim é a maior aspiração das populações do noroeste do Ceará, abrangidas pelos vale do Acarau e do Camocim. Outrora, aquele ancoradouro, favorecido por condições naturais, desempenhou um papel importante no comércio de cabotagem concorrendo para a prosperidade de criadores e agricultores da referida faixa sob sua influência. A estagnação das atividades econômicas ali é, com motivo justo, atribuída a falta de dragagem do porto. Por esse motivo, é imprescendível a dragagem do ancoradouro para o progresso de Camocim. Na página 28 deste caderno vai publicada uma interessante reportagem de Eginard Costa, abordando este assunto.
Se você leu até o fim o release da matéria, acredite é tudo verdade, mas você caiu numa pegadinha. A verdade fica por conta da constatação do eterno problema da acessibilidade ao nosso porto - a falta de dragagem. A pegadinha fica por conta de que o texto é mais velho do que uma pessoa que ora lê esta postagem tenha 36 anos. Isto mesmo, o texto do jornal "O Povo", tão velho e tão atual ao mesmo tempo é de 8 de junho de 1974. Esperemos, portanto, que depois dos melhoramentos do Terminal Pesqueiro que hoje é o Porto de Camocim, o novo secretário com status de ministro, cearense ali do Coreaú, possa cumprir a promessa de revitalizar esse importnte equipamento para a região.
Foto: Vapor "Camocim" ancorado no porto. Arquivo do blog.
Fonte: O POVO, 3º caderno, 8 de junho de 1974. Fortaleza-Ceará. Arquivo: Biblioteca Menezes Pimentel. Recolhido por: Alênio Carlos Noronha Alencar)
Se você leu até o fim o release da matéria, acredite é tudo verdade, mas você caiu numa pegadinha. A verdade fica por conta da constatação do eterno problema da acessibilidade ao nosso porto - a falta de dragagem. A pegadinha fica por conta de que o texto é mais velho do que uma pessoa que ora lê esta postagem tenha 36 anos. Isto mesmo, o texto do jornal "O Povo", tão velho e tão atual ao mesmo tempo é de 8 de junho de 1974. Esperemos, portanto, que depois dos melhoramentos do Terminal Pesqueiro que hoje é o Porto de Camocim, o novo secretário com status de ministro, cearense ali do Coreaú, possa cumprir a promessa de revitalizar esse importnte equipamento para a região.
Foto: Vapor "Camocim" ancorado no porto. Arquivo do blog.
Fonte: O POVO, 3º caderno, 8 de junho de 1974. Fortaleza-Ceará. Arquivo: Biblioteca Menezes Pimentel. Recolhido por: Alênio Carlos Noronha Alencar)
Na metade da postagem eu saquei logo que se tratava de uma reprise.
ResponderExcluirA cada dia que passa Camocim fica mais distante de ter os navios de volta, não só por falta da dragagem, isso é o de menos, mas principalmente por falta de demanda para importação e exportação de cargas.
Fco. Souza
È isso mesmo, Francisco, mas, acredito que a demanda seria o mais fácil se realmente se quizesse reativar o porto. Isso contudo, demandaria uma vontade política, pois, as condicionantes para tal temos, se priorizassem o transporte marítimo e ferroviário para escoamento dos produtos industriais e extrativismo mineral que a região cearense e estados vizinhos possuem...
ResponderExcluirAnalisando à distância meu caro Professor Carlos Augusto, infelismente não vejo potencial na região que comporte uma ferrovia e um porto.
ResponderExcluirTalvez uma ferrovia ligando o sul do Piauí e oeste da Bahia para escoamento da soja produzida naquela região...
Um terminal petrolífero em Camocim para receber combustíveis e abastecer toda a região...
Um moinho de trigo em Camocim para receber trigo e abastecer a região...
Uma ZPE em Camocim para incentivar empresas exportadoras e importadoras de produtos manufaturados a usar o porto de Camocim para que não fique apenas um porto de granéis...
Uma operadora turística de grande porte para receber Cruzeiros e dar suporte nas visitas que os turistas fariam de Jeri aos Lençóis Maranhenses...
A vontade política só existe quando há viabilidade econômica do projeto, pois caso seja economicamente inviável a obra é taxada de elefante branco e leva o investimento para o ralo, inexoravelmente.
Portanto, porto e ferrovia só seriam viáveis se fossem incrementados concomitantemente mecanismos que os tornassem auto sustentáveis.
Lembrando que tais investimentos necessitaria de um aporte muito grande de recursos e para tanto a corrente deveria estar bastante azeitada para que nenhum elo fosse quebrado.
Gostaria muito de aprofundar essa discussão e aprender mais sobre as potencialidades dessa região.
Abraço!!
Fco. Souza
Professor, sou fã do apaixonante trabalho desenvolvido pelo senhor. Parabéns pelo excelente blog e seus interessantes textos.
ResponderExcluirNão discuto a viabilidade econômica do "binômio" ferrovia/porto, para a exploração das demandas, inexistentes, de qualquer uma das atividades acima relacionadas pelo Sr. Francisco Souza.
Existem dois fatos determinantes que me levam a crer, desprovido do pessimismo a que já fui taxado, que esta época próspera e romântica dos transportes camocinenses ficou em um passado saudoso e glorioso.
Primeiramente, se se analisar a carta náutica Nº 600 da Marinha do Brasil, que mapeia o litoral de Fortaleza a Camocim, pode-se verificar, nitidamente, que as profundidades marítimas no litoral cearense se caracterizam por um alargamento da faixa de pouca profundidade à partir do Pecém, rumo ao Piauí, possuindo cêrca de 20 quilômetros à altura de Camocim. Dragar somente o pôrto ou a foz do rio não seria suficiente.
Além de que, os barcos utilizados atualmente para o transporte de carga possuem dimensões (e proporcional calado) completamente diferentes dos que eram utilizados na navegação de cabotagem em tempos idos. O "Camocim", que aparece na ilustração do post, devia deslocar entre 10.000/15.000 toneladas e possuir calado de quatro/cinco metros, no máximo. Cargueiros como o "Amazonas", navio petroleiro que abastece o Ceará e vizinhanças, através do terminal do Mucuripe, desloca 120.000 toneladas e cala 9 metros. A era dos pequenos navios a muito se acabou.
O estuário do rio Coreaú é lindíssimo e possui vocações inexploradas e totalmente ignoradas pela enorme maioria, em estado latente, apenas aguardando que pessoas de visão e de ação as aproveite.
O transporte de cargas, certamente não é uma delas.