A pesquisa histórica é muito interessante e intrigante. Na aparentemente insípida documentação contábil de uma firma comercial é possível encontrarmos fragmentos que dão ou davam conta de um cotidiano de uma cidade, de uma região. É o que estamos constatando ao megulharmos nos livros da firma granjense Carvalho Motta do final do século XIX. Ao analisarmos uma simples carta entre cliente e firma, o movimento comercial proporcionado pelo Porto de Camocim e a Estrada de Ferro é apresentado em sua dinâmica, revelando que para além dos produtos consagrados pela historiografia como o algodão, existiam outras espécies vegetais a ativar o comércio, local como o jaborandi, hoje muito utilizado na indústria de cosméticos. O Jaborandi (Pilocarpus microphyllus Stapf) árvore da família Rutaceae, naquela época era intensivamente usada na indústria farmacêutica através de um dos seus princípios ativos, pilocarpina, utilizado no controle do glaucoma. Vejamos trecho da carta em questão:
Granja, 1 de setembro de 1892.
Snrs Adeodato Carneiro Simão.
Sobral.
Amos & snrs.
Fomos honrados com seu prezado favor de 20 do corrente que passamos a responder.
Ficamos certos de terem 12 fardos de jaborandy promptos e 3 mais que estariam nestes 2 dias, por tanto queiram depachar estes 15 fardos para o Camocim ao Snr. João Nicolau para seguirem, sem falta, pelo trem de sábado, afim de vermos se podemos embarcarl-os pelo vapor Pernambuco, pois estará neste dia naquelle porto para onde seguirá igualmente o n/ sócio Motta, pelo mesmo trem.
maravilhosa transcrissão, tenho em mãos algumas cartas do periodo entre 1908 e 1911 tratando de varias transações de merrcadoorias entre comerciantes e produtores rurais do camocimm com a firma de thhomaz zeferino veras.
ResponderExcluirvALEU fABIO, MANDE ALGUMAS DELAS PARA MIM PARA QUE EU POSSA POSTA-LAS AQUI.
ResponderExcluir