É forçoso dizer, a violência é um fenômeno cotidiano, milenar e eterno. A história universal está aí para corroborar esta afirmativa. Quem diria que a Villa de Camocim em 1883 já sofresse desse problema? É o que vou lhes contar e, para maior fidedignidade transcrevo o documento, talvez um dos primeiros produzidos pela Câmara Municipal ao Presidente da Província do Ceará:
“Ofício da Câmara Municipal da Villa de Camocim, em Sessão Ordinária de 13 de abril de 1883.
Esta Câmara vendo que a tranqüilidade publica d’esta Villa se acha (ilegível) perturbada por um grupo de desordeiros de vida ociosa e que vem ameaçar locais, transitão publicamente por esta villa armados de faca e cacete provocando aos pacíficos abitantes do lugar, chegando sua ousadia deregirem insultos a própria autoridade como aconteceu na noite do dia 23 do mez próximo passado, quando um grupo d’estes perturbadores apredejaram a caza do Subdelegado de Polícia deregindo-lhe ainda toda sorte de insultos.
Ainda um grupo d’esses desordeiros na noite do dia 6 do corrente mez em numero de 20 a 30 espancarão a um (ilegível) do exército, levando pois ao conhecimento de V. Exca. tão tristes fatos, espera da sábia e assertada a demonstração de V. Exa. Providencias assaz asertadas.
Releva significação a V. Exa. que a presença do seu destacamento suficiente commandado por um official, se faz necessário nesta villa attento sua crecida população adventícia.
Deus Guarde a V. Exa.
Ilmo. E Exmo. Snr. Barão de (ilegível)
Mto. Dig. Presidente da Província do Ceará.
Diogo José de Souza – Presidente
João Porfírio de Andrade
Joaquim Firmo Pessoa
Joaquim Inácio Uchoa
Zeferino Ferreira de Véras.”
Foto: memorialcamocim.blogspot.com
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