Foto: camocimonline.com |
Atualmente enfrentamos no país a precariedade da saúde pública. O documento transcrito abaixo, contudo, mostra, na visão de quem o escreve, a satisfação de uma necessidade básica que até então a cidade não tinha - um hospital. A descrição nos informa muito sobre o mundo da política e dos costumes da cidade, além, da evidente satisfação que o redator, Monsenhor Inácio Magalhães transpôs para o papel. Acompanhemos:
“Inauguração da Maternidade Hospital de Camocim.
No dia 30 de julho de 1958, constituio espetáculo de fé e civismo a inauguração da Maternidade Hospital desta cidade, construído pelo Governo Federal, garças a iniciativa e os esforços do Prefeito local, Sr. Murilo Aguiar.
Foi convidado para presidir a cerimônia de inauguração o Sr. Parsifal Barroso, candidato ao Governo do Estado. A sua presença emprestou às festas desse dia brilho invulgar. Foi elaborado pela Sociedade Mantenedora da Maternidade-Hospital um belo programa que foi integralmente executado.
Viajando por avião da Real, as 7 horas d manhã chegou a esta cidade o Sr. Parsifal Barroso seguido de uma luzida comitiva, composta dos Srs. Wilson Gonçalves, candidato a Vice-Governador, os deputados federaes, Francisco Menezes Pimentel, José Martins Rodrigues e Carlos Jereissati. Do campo de pouso um imenso cortejo com as mais calorosas ovações acompanhou ao Sr. Parsifal até a casa do Sr. Murilo Aguiar, onde foi ofertado um ligeiro lanche aos ilustres recém-chegados, em seguida o Sr. Parsifal e comitiva se dirigiu para a Igreja Matriz onde foi celebrada uma missa em ação de graças pelo Revmo. Pe. Fulton, contando com a assistência de um numero consolador de fieis e sendo solenisada pelo côro do Ginásio Imaculada Conceição.
Após a missa, o Sr. Parsifal seguiu para o Edifício da Maternidade onde ao chegar cortou na entrada a fita simbólica no meio das mais calorosas aclamações da multidão que ali se apinhava. Ato seguido, o Vigário acolitado procedeu digo por Monsenhor José Carneiro da Cunha procedeu a benção do Edifício. Finda a benção, efetuou-se uma solene sessão; usaram da palavra diversos oradores: Dr. José Vieira de Ibiapina que pronunciou um substancioso discurso sobre os inúmeros benefícios de uma maternidade numa localidade de população avultada, o Sr. José Barreto proferiu uma magistral peça oratória sobre o triunfo e regosijo do povo de Camocim na concretisação desta obra de tão grande relevância social. O Sr. Murilo Aguiar o maior benfeitor dessa obra de grande vulto entregou a Maternidade-Hospital ao povo de Camocim num gesto simbólico e com palavras repassadas de mais viva emoção; dissertaram ainda sobre o acontecimento do dia, enaltecendo os méritos do Sr. Murilo os oradores Sr. José Martins Rodrigues, o Sr. Nazareno, funcionário do Banco do Brasil, o Sr. Américo Barreira; por último com a palavra fluente e fácil do Sr. Parsifal Barroso, discorrendo sobre o grande melhoramento de que naquelle instante estava sendo beneficiada a população de Camocim, foi encerrada a sessão. Logo após a sessão, o Vigário concluiu os trabalhos de inauguração, benzendo as imagens ofertadas à Capela do Edifício.
Cumpre assinalar que exerceu papel preponderante nas cerimônias de inauguração o coro lítero-musical do Ginásio Imaculada Conceição, executando maviosas peças musicaes, bem como a banda de música local apresentando expressivos dobrados.
A Direção da Maternidade-Hospital ficou confiada às Irmãs Terceiras Capuchinhas sob a chefia do Dr. José Vieira Ibiapina. Foram as primeiras irmãs da Maternidade:
Irmã Mariana Maria de Belém.
Irmã Pascoalina Maria de Esperantina.
Irmã Giovana Maria de Joaseiro”. 1
Foto: Arquivo do blog. Esssa é boa...ética profissional onde Doutor???
ResponderExcluircalma paulinho!
ResponderExcluirsó registrando aqui que alguns anos atras, dei uma copia da foto da chegada do pinto martins à cidade de camocim a estudio fotografica da cidade, só nao me recordo qual, infelizmente nunca citaram meu acervo em paginas da internet nem em publicaçoes. o mais curioso foi ver no livro de poesias, "flamengas e boqueirões" do inacio santos onde essa mesma foto foi capa do livro. nas indicaçoes estava lá: " foto do acervo de foto estudio arcanjo" e tema da foto "chegada do dornier do-x" ridiculo, não sou formado em historia, mas sei navegar por seus caminhos intrincados e confusos. tive a sorte de felizmente conhecer Artur Queiroz e tive também o privilegio de impressioná-lo com algumas joias da historia camocinense que estão depositadas em minhas mãos, tive a alegria de ouvi-lo dizer: " estou impressionado com a ainda existencia dessas raridades, como conseguiu?". ele, ao ver a foto, logo afirmou que se tratava da chegada do filho maior á terra, analizou e concluiu com a lembrança de quem estava na hora da chegada. lamentavelmente ele também viu o livro, demonstrou a mesma decepção que eu, mas fazer o que.
Caros Fábio e Paulinho,
ResponderExcluirPor um erro dei o crédito à foto anterior ao arquivo do blog, posto que algumas destas fotos estão em meus arquivos e talvez, por achar muito pertinente relacionar o texto com a foto cometi o engano. Agora, daí a chamar-me de antiético, creio que vá uma distância muito grande. Minha prática neste blog é dar todas as fontes e créditos merecidos e, além disso, não guardo nada que diz respeito à História de Camocim como raridade ou meu deleite apenas. Quanto mais sei ou descubro sobre, quero socializar com todos e encontrei na internet essa possibilidade com o blog. desculpem se feri susceptibilidades, mas, não é do meu feitio.De qualquer forma, a foto foi retirada...
A história é do povo....abaixo a "elite" da historia, estudiosos que sentem-se os verdadeiros "donos da história". Parabens Prof Carlos, antietico é guardar pra expandir o ego raridades. bom trabalho prof! continue assim...
ResponderExcluirCaro ghhegh, não tenho a minima idéia de quem seja e acho que o senhor também não me conhece, baseado nisso quem você chama de antiético que quer satisfazer ego? ser colecionador e pesquisador é ser antiético? vc sabe de nossos projetos com relação a cultura camocinense? então Dona Elda Aguiar é antietica, Edilson coelho, Artur Queiroz era antiético, Dom José também foi antiético, Barão de studart então foi o maior antiético da história cearense? Dedicar-se a preservação da história camocinense é antietico. por isso que essa cidade não tem se quer um museu, em Granja tenho varios amigos antieticos que preservam sua historia. temos o antiético Alexandre moreira que tem um acervo tao grande quanto ao do museu dom josé, mas hoje essa parte da historia de granja só está disponivel pra visitação em "sua casa" por conta de seu saudoso e antiético pai, que guardou e colecionou a vida inteira, com a unica intenção de preservar a historia de sua cidade. museus só existem por causa de nós antieticos que se dedicam a vida inteira a preservar a história. Seria um prazer convidar o senhor pra conhecer meu acervo e também meus projetos, mas, como sou antietico não posso ter o privilégio do convivio com pessoas éticas como vc. No final do ano vou apresentar fatos inéditos da história do camocim num livreto. melhor expandir o ego com raridades do que com ignorãncia.
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