domingo, 19 de janeiro de 2025

O TRABALHO DOS ESTIVADORES EM CAMOCIM

 





    No tempo em que Camocim sobrevivia economicamente das atividades realizadas entre o porto e a estação, os empregos no "chão do cais" e na ferrovia eram os mais cobiçados, embora que, nem sempre, estar empregado nestes espaço, estivesse associado ao mito de "ganhar bem", posto que havia uma hierarquia de acordo com a atividade  desenvolvida.
    Neste sentido, um estivador, encarregado da movimentação de cargas, principalmente no interior dos navios, ganhava melhor do que um portuário,  enquanto este, melhor do que um salineiro, para falar da realidade dos serviços portuários de Camocim.
    Estas categorias profissionais, vez por outra, tinham suas atividades normatizadas pelo Ministério do Trabalho, através de portarias a serem cumpridas nos mais diversos portos do país.
    E quanto ganhava um estivador por exemplo no ano de 1940? Segundo a  portaria de 22 de abril de 1940,

"O Ministro de Estado, dando aprovação as tabelas de que trata o art. 20; resolve mandar que o o pagamento dos serviços conexos com os de estiva, a bordo dos navios, tais como limpeza de porões, rochedo de carga que não tenha que ser descarregada e outros executados pelos operários estivadores, nos portos adiante mencionados, obedece a seguinte tabela de salários".


        Destacamos aqui, para efeitos comparativos, os salários praticados nos portos cearenses: Camocim- 10$000; Fortaleza- 18$000 e Aracati -11$000. 
    Como podemos notar, o estivador camocinense era o menos remunerado entre os seus conterrâneos.


Foto: TRÉVIA, José Maria. Outros Tempos. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2010, p.62.

Fonte para o  recorte de jornal: Gazeta de Santa Catarina, ed. 1703, p.1, 1940.