sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A IMPRENSA CAMOCINENSE


De 1894 a 1941, temos o registro de cerca de trinta títulos, em grande parte de cunho literário. Neste formato, temos os seguintes títulos que incluíam também notícias: A Malva Rosa (1909), O Canivete (1910), A Palavra (1911), Resedá (1914), O Íris, Anthologia, O Leque (1917), Camocim Club Jornal (1934); os noticiosos informativos foram: O Tupy (1900), O Rubi (1915), O Espião, Folha do Litoral (1917), Camocim Jornal, Gazeta de Camocim, A Peia (1921), A Razão (1926), O Operário (1927), O Progresso (1933), O Imparcial (1937) e O Momento (1941). Definido como publicação humorística temos O Maribondo (1894), primeiro jornal a circular em Camocim, litografado, além de O Gavião, O Chicote, Riso (1917), O Bacamarte (1920). Definidos como críticos e independentes, O Chiqueirador, Chico Pança (1919), O Maximalista (1920). Como jornal esportivo, Brazil Sport (1920). Sendo órgão do Partido Democrata de Camocim, tem-se O Libertador (1920).1

Além dos jornais, segundo ainda as mesmas fontes de informação, duas revistas foram editadas na cidade. Uma, em 1917, se denominava “Fuzileiro”, revista do Tiro Brasileiro de Camocim. A outra se chamava Reco-Reco, revista literária, crítica, humorística e noticiosa de periodicidade quinzenal, que apareceu em 1921. Ambas eram rodadas na Typ. Commercial de Pessoa & Cia e Officinas Typographicas da “Gazeta de Camocim”, respectivamente.

A fonte destas informações aponta para a periodicidade destes jornais, que variava entre semanários, quinzenários e mensários e, a julgar pela duração destas empresas, pode-se dizer que alguns circularam simultaneamente, como é o caso de A Palavra, Resedá, O Rubi, entre 1914 a 1916. O ano de 1917 foi bastante fértil, apresentando os seguintes jornais: O Íris, Anthologia, O Leque, O Espião, Folha do Litoral, O Gavião, O Chicote, O Riso. Entre 1927 e 1930, dois jornais se confrontavam na divulgação de ideários partidários opostos e provavelmente dividiam leitores. Trata-se de A Razão, defendendo o status quo dos homens bons da sociedade burguesa e O Operário atuando na defesa dos direitos do proletariado, para ficar na díade discursiva muito própria da época.

Vale ressaltar que o embate ideológico via imprensa pode ser percebido em alguns números dos dois jornais citados. Enquanto que A Razão era editado por um membro do Conselho Municipal, André Pessoa, portanto ligado intimamente ao governo, O Operário tinha como editor o Prof. Francisco Theodoro Rodrigues, líder comunista e fundador do PCB em Camocim.2




1

 As informações contidas neste parágrafo estão em MONTEIRO, Tobis de Melo. Camocim Centenário. 1879.1979. Edição do autor, 1984, p.121, Revista do Instituto do Ceará – Tomo Especial – 1824-1924. 1º de abril, p.119-38 e SANTOS, Carlos Augusto Pereira dos. Verba volant, scripta manent! O Literário. Ano III, Edição 18, julho de 2001, Camocim-CE, p.11.

2

 Sobre este embate de idéias, ver: SANTOS, Carlos Augusto Pereira dos. Cidade vermelha. A militância comunista em Camocim-CE. 1927-1950. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio de Janeiro/Universidade Federal do Ceará, 2000.

Foto: Fronstipício do Jornal "A Razão". Arquivo do Autor.


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