Boi de Camocim: Fonte: Foto Claúdia. |
De quando em
vez vejo comentários nas redes sociais sobre a falta de uma
política cultural em nosso município. As ações quase sempre são eventuais como
são os eventos. Eu mesmo já andei sugerindo algumas coisas como a instalação de
um teatro, de um museu, de uma feira de livros, dentre outros. Pode até se argumentar
de que os tempos são outros e que a juventude quer outros tipos de atração. No
entanto, essa mesma população não pode querer aquilo que não lhe é ofertado.
Basta olhar para os nossos eventos culturais. Se não fora a visão da então
prefeita Ana Maria Veras nos anos 1980, não teríamos Festival de Quadrilhas,
Salão de Artes. Infelizmente o Festival de Música, o Festival de Violeiros, as Olimpíadas de Camocim, criados também nesta época, morreram por inanição.
Urge,
portanto, que se promovam as condições para a geração de uma política cultural
para além dos eventos, principalmente por termos hoje no comando da cultura
camocinense a incansável Ana Maria Veras. Não estou com isso renegando outras
manifestações hodiernas. Vivemos o tempo presente, no entanto, às gerações
atuais devem ser mostradas àquilo que se solidificou como legado cultural dos
nossos antepassados.
Desta forma, hoje atribuo meu gosto pela cultura popular
ao meu pai que proporcionava aos seus filhos e vizinhos o acesso á essas
manifestações. Vez por outra, Zé do Gás botava "boneco" em nossa casa
com as histórias hilárias de seus mamulengos. Da mesma forma, um compadre do
meu pai que me foge o nome, às vezes era chamado para cantar melodiosamente os "romances"
(lembro bem dos Doze Pares de França) ao som de um berimbau. Nos aniversários
do meu velho era certo uma dupla de violeiros vir animar a festa com seus
repentes de elogio ao dono da casa e de desafios entre eles. Nas temporadas de
bois, o Boi do Juriti em pelo menos uma noite animava a Rua do Egito defronte
de nossa casa. Como disse, tudo é uma
questão de hábito!
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