Vir a Camocim e não comer um peixe de "respeito" é a mesma coisa que ir à Roma e não ver o Papa.
Pois bem, hoje, depois de duas idas ao Mercado Público não consegui comprar um peixinho da minha predileção para o almoço. Tive que recorrer à velha e boa carne de gado para o repasto de logo mais. Chegando em casa ao mexer no arquivo, deparo-me com o Anuário do Ceará de 1953-1954. Além das ostras, caranguejos, biquaras, curucas, sardinhas, espadas e tubarão, tínhamos uma variedade de peixes mais nobres, com a quantidade, o valor total e o preço médio de cada espécie, conforme a tabela abaixo:
Anuário do Ceará. Produção de pescado. 1953-1954, p.108-109. |
Evidentemente, que nos anos 1950 nosso mar era mais piscoso. Hoje, encontrar um bom coró, o peixe que nos identifica na cultura popular, ou o insuperável cangulo é quase tarefa de gincana. Agora, como disse o meu peixeiro: "Vamos apelar prá amanhã e torcer para o vento colaborar e o pessoal trazer peixe de canoa".
Fonte: UCHÔA, Waldery. Anuário do Ceará. 1953-1954.
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