sábado, 21 de julho de 2018

O COCO DE PRAIA DE CAMOCIM

Coco de Praia de Camocim. 1986. Foto: Acervo da Casa da Memória Equatorial.

Nos idos da década de 1980, o Coco de Praia de Camocim era dançado principalmente por pegadores de caranguejo, salineiros e estivadores. Na época, o SESI – Serviço Social da Indústria atuava em Camocim e apoiava vários grupos folclóricos, juntamente com a Prefeitura Municipal. A Sra. Margarida Vieira, ex-agente do SESI em Camocim, nos contou em 2007, sobre a existência do grupo do Coco de Praia:
Foi em 1986 que o SESI com o propósito de resgatar a cultura em Camocim criou um grupo de homens (...) para formar a ‘Dança do Coco’. O grupo era composto de 16 homens, pois teríamos 2 para tocar os caixões e 2 para os ganzás e o restante na roda. Os emboladores também tocavam os ganzás. A vestimenta era de algodãozinho tingido da casca do mangue ou do cajueiro para ficar uma cor marrom. Utilizavam também chapéu de palha e dançavam descalços”.

Podemos perceber na fala da depoente a relação direta da Dança do Coco em Camocim com os trabalhadores, guardiães da tradição oral dessa dança, procurando na sua execução se utilizar de elementos muito próximos a sua realidade, desde aos instrumentos à vestimenta tingida com tintas de árvores da flora local. Contudo, a grande maioria deste grupo já faleceu, não passando para as gerações atuais o folguedo, além de não existir atualmente uma política pública de incentivo de práticas culturais deste tipo.

Novo grupo do Coco de Praia de Camocim. 2018. Foto: Eduardo Souza

Felizmente, agora a Academia Camocinense de Ciências, Artes e Letras (ACCAL), vem recuperando esta tradição através do Mestre Luís Jovino, que também restabeleceu o Bumba Meu Boi Brilha Noite, realizando apresentações em Camocim e cidades vizinhas. Com relação ao Coco de Praia, o mesmo se apresentará proximamente no evento Povos do Mar em Caucaia. Tendo à frente do restabelecimento do grupo o artista plástico Eduardo Souza, o mesmo pede um apoio em forma de patrocínio dos mais diversos setores da comunidade camocinense, no sentido de preservar nossa cultura popular.




Fonte: Entrevista com a Sra. Margarida Vieira, professora, 06 de outubro de 2007. Camocim-CE.
Foto: Acervo da Casa da Memória Equatorial.
Foto: Eduardo Souza

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